UMA TARDE BEM PASSADA, E UMA BREVE NOTA SOBRE O SPORTING

Por muito que possam argumentar, não me parece haver melhor programa para uma tarde de sol bem passada que um estádio, um relvado, uma bola e vinte e dois homens a correr atrás dela. Não há esplanada melhor, sobretudo se tivermos o Tejo, o Cristo-Rei e a Ponte 25 de Abril no horizonte.
Foi uma bela tarde que passei sábado no Restelo, onde ainda por cima pude assistir a uma bastante agradável partida de futebol entre dois emblemas tradicionais como Belenenses e Académica. Foi pena o zero final no marcador, isto para mim que, não sendo adepto de nenhum dos clubes, apenas queria futebol e golos. Mas ainda assim valeu bem a pena.
Um pouco mais tarde, prescindi bem de ficar no sofá a ver o Nacional-Sporting, em nome de uma boa jantarada fora de casa. O restaurante até tinha televisão, mas naturalmente pouco consegui ver - não consigo perceber como tantas pessoas conseguem ver futebol a comer, a beber, a conversar, tudo em simultâneo, e achar-se capazes de no final emitir sábias opiniões sobre o que se passou - pelo que não poderei comentar o jogo em si.
Ainda assim, não deixo de estranhar a insistência de Paulo Bento numa estrutura que me parece errada. As deslocações de Miguel Veloso para o centro da defesa, e de Moutinho para pivot defensivo, subvertem total e desnecessariamente (há Gladstone no plantel) o conceito futebolístico que os leões apresentavam desde o início da época, desperdiçam o potencial técnico dos jogadores, e enfraquecem, a meu ver, a força colectiva da equipa.
Com duas vitórias nos últimos nove jogos, começa a criar-se alguma tensão em redor da equipa e do técnico. A eliminatória com o Fátima surge assim inesperadamente apimentada, pois se dela resultar a eliminação dos leões (e nem lhes basta vencer por 0-1), torna-se imprevisível o que possa acontecer em seguida.

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