A TAÇA QUE OS GRANDES NÃO QUEREM VENCER
Parece que nenhum dos grandes clubes está muito interessado nesta nova e simpática competição do futebol português. Depois da eliminação do F.C.Porto aos pés do modesto Fátima, desta vez foi o Sporting a perder em casa emprestada diante do mesmo adversário, enquanto o Benfica não foi além de um empate caseiro frente ao Vitória de Setúbal, após estar a perder durante cerca de oitenta minutos. Não me surpreenderá que nenhum deles chegue à fase de grupo, e duvido que jogadores e técnicos chorem muito o facto.
Para clubes que disputam as provas europeias, e sobretudo a Liga dos Campeões, esta Taça da Liga retira na verdade mais do que dá. As receitas são irrisórias e o desgaste bastante. Jogadores e técnicos mostram pouca vontade de a disputar, e quando assim é torna-se difícil chegar longe. Tenho pena, pois a ideia é boa, e muito gostaria que o meu clube pudesse conquistar, pelo menos, esta prova - algo em que manifestamente não acredito. O formato foi pensado para favorecer económica e desportivamente os clubes mais pequenos, mas julgo dever merecer desde já uma reflexão, pois a continuar assim acaba por se revelar bastante perturbador para o calendário dos grandes, e sem nenhum deles a fase de grupos não passará de um fiasco mediático e económico, compromentendo o sucesso de toda a prova –porquê, por exemplo, duas mãos nesta eliminatória ?
Estive na Luz, e naturalmente que logo pela constituição das equipas percebi que o Benfica iria ter grandes dificuldades diante de um Vitória na máxima força, e apostado em confirmar o bom início de época que tem feito – e cabe aqui uma nota para salientar o extraordinário balneário que clube sadino certamente tem, que no meio de graves problemas financeiros tem conseguido fazer brilhar quase todos os treinadores que por lá passam, de Norton de Matos a Couceiro, de Rachão e Carvalhal.
Nos primeiros quinze minutos ficou a sensação clara que a equipa principal do Vitória de Setúbal era bem melhor que a segunda equipa do Benfica, sobretudo levando em conta as naturais diferenças de rotina. Foi com naturalidade que Matheus abriu o marcador, ainda que as imagens televisivas revelem ter-se tratado de um lance irregular. Os encarnados reagiram – quase sempre a partir de Katsouranis e Nuno Assis (belas exibições) - procuraram lutar e aproximar-se da área sadina, mas a falta de qualidade e de ritmo de alguns dos elementos em campo não permitiu transformar a vontade em futebol e golos.
Na segunda parte o jogo manteve a toada, com o Benfica à procura da felicidade mas sem grande imaginação, e um Vitória estranhamente prudente e remetido a linhas mais defensivas, claramente satisfeito com a vantagem alcançada. Já ninguém esperava quando o jovem e talentoso Freddy Adu conseguiu estabelecer o empate num belo remate cruzado, deixando assim em aberto a eliminatória para o Bonfim, onde os encarnados "apenas" terão de…ganhar.
Num jogo desta natureza, a curiosidade dos adeptos vira-se naturalmente para a observação dos jogadores menos utilizados. Nesta medida talvez seja oportuno dedicar umas linhas a alguns deles:
LUÍS FILIPE - Não é uma estrela, mas não me parece merecer, de todo, os apupos que as bancadas da Luz lhe devotam. Foi assim com Beto, foi assim com Derlei. Todos os anos alguns auto-intitulados benfiquistas sentem a necessidade de escolher uma “besta negra” para expiar as insuficiências do colectivo. Devo dizer que assisti ao jogo na primeira fila das bancadas, rente ao relvado (o que não é hábito).Durante a primeira parte Luís Filipe jogou a poucos metros de mim, observei-o de perto, pude ver a sua expressão na disputa de cada lance, e em termos de vontade, de entrega e arreganho nada há a apontar ao ex-bracarense. Com mais confiança (a apoio…) pode fazer o lugar.
MARC ZORO- Impressiona pela planta física, mas o jogo não lhe proporcionou uma participação muito constante, pelo que uma avaliação mais rigorosa terá de ficar para próximas ocasiões.
MIGUELITO – Já não é de agora que o vilacondense desperdiça as oportunidades que vai tendo de se afirmar como alternativa a Léo. Tenho para mim que está ainda a pagar a forma, digamos, pouco recomendável como entrou no Benfica (recorde-se que pediu uns dias para pensar, como se se tratasse de um …Rui Costa, isto já depois de anos antes ter confessado o seu portismo), e duvido que alguma vez se venha a libertar desse estigma. Trata-se de um jogador triste, de mal com o papel que desempenha, sem confiança, parecendo resignado ao cumprimento de um contrato. Um dos piores em campo.
FÁBIO COENTRÃO – Ainda com o ritmo do Mundial sub-20, pareceu nos primeiros jogos capaz de se constituir numa boa alternativa, chegando a ser titular. Caiu imenso, revelando-se trapalhão e ineficaz. Tem 19 anos, e bastante futuro, mas talvez fosse bom para ele rodar noutra equipa da 1ª divisão, até para perder um pouco da vaidade e vedetismo que por vezes parece deixar escapar.
BERGESSIO – Chega a dar pena. Para além de alguma dificuldade em acompanhar o ritmo europeu, até tem cultura da posição, protege bem a bola, ocupa e abre espaços, mas na hora de rematar… é o caos. Há quem diga que o falhar golos é o primeiro passo para se encontrar um bom ponta-de-lança, mas a forma como o argentino os desperdiça, de forma reiterada e absurda, não deixa de ser preocupante para um plantel que o tem neste momento como a principal alternativa a Cardozo, que também não tem deslumbrado. Durante o jogo cheguei a interrogar-me: como marcou ele golos na Argentina ?
YU DABAO – Jogando em cunha já se viu na Amadora que não rende. Desta vez apareceu um passo atrás de Bergessio (e depois de Mantorras) e a sua exibição foi um pouco mais positiva. Vi-o jogar nos juniores no final da época passada, e noto-lhe agora uma diferença física assinalável. Talvez ganhasse em ser emprestado, pois tem bastante futuro.
FREDDY ADU – Ameaça tornar-se um caso neste plantel. Tem planta física, tem uma capacidade técnica fora do comum, remata bem e marca golos, faltando-lhe naturalmente, aos 18 anos, cultura táctica e por vezes alguma capacidade de definição dos lances. Nada que não falte também a Di Maria, por exemplo. Vi-o jogar no Mundial de sub-20 (onde o argentino me passou despercebido) e pareceu-me um verdadeiro fora-de-série. Estou em crer que constituirá um teste ao Benfica e a Camacho, a possibilidade de extrair dele tudo quanto o seu enorme potencial pode dar. Para já merece, claramente, mais oportunidades. Porque não na Champions ?
Em resumo, subiram a sua cotação no plantel Adu e Nuno Assis, desceram Miguelito, Coentrão e Bergessio.
Para clubes que disputam as provas europeias, e sobretudo a Liga dos Campeões, esta Taça da Liga retira na verdade mais do que dá. As receitas são irrisórias e o desgaste bastante. Jogadores e técnicos mostram pouca vontade de a disputar, e quando assim é torna-se difícil chegar longe. Tenho pena, pois a ideia é boa, e muito gostaria que o meu clube pudesse conquistar, pelo menos, esta prova - algo em que manifestamente não acredito. O formato foi pensado para favorecer económica e desportivamente os clubes mais pequenos, mas julgo dever merecer desde já uma reflexão, pois a continuar assim acaba por se revelar bastante perturbador para o calendário dos grandes, e sem nenhum deles a fase de grupos não passará de um fiasco mediático e económico, compromentendo o sucesso de toda a prova –porquê, por exemplo, duas mãos nesta eliminatória ?
Estive na Luz, e naturalmente que logo pela constituição das equipas percebi que o Benfica iria ter grandes dificuldades diante de um Vitória na máxima força, e apostado em confirmar o bom início de época que tem feito – e cabe aqui uma nota para salientar o extraordinário balneário que clube sadino certamente tem, que no meio de graves problemas financeiros tem conseguido fazer brilhar quase todos os treinadores que por lá passam, de Norton de Matos a Couceiro, de Rachão e Carvalhal.
Nos primeiros quinze minutos ficou a sensação clara que a equipa principal do Vitória de Setúbal era bem melhor que a segunda equipa do Benfica, sobretudo levando em conta as naturais diferenças de rotina. Foi com naturalidade que Matheus abriu o marcador, ainda que as imagens televisivas revelem ter-se tratado de um lance irregular. Os encarnados reagiram – quase sempre a partir de Katsouranis e Nuno Assis (belas exibições) - procuraram lutar e aproximar-se da área sadina, mas a falta de qualidade e de ritmo de alguns dos elementos em campo não permitiu transformar a vontade em futebol e golos.
Na segunda parte o jogo manteve a toada, com o Benfica à procura da felicidade mas sem grande imaginação, e um Vitória estranhamente prudente e remetido a linhas mais defensivas, claramente satisfeito com a vantagem alcançada. Já ninguém esperava quando o jovem e talentoso Freddy Adu conseguiu estabelecer o empate num belo remate cruzado, deixando assim em aberto a eliminatória para o Bonfim, onde os encarnados "apenas" terão de…ganhar.
Num jogo desta natureza, a curiosidade dos adeptos vira-se naturalmente para a observação dos jogadores menos utilizados. Nesta medida talvez seja oportuno dedicar umas linhas a alguns deles:
LUÍS FILIPE - Não é uma estrela, mas não me parece merecer, de todo, os apupos que as bancadas da Luz lhe devotam. Foi assim com Beto, foi assim com Derlei. Todos os anos alguns auto-intitulados benfiquistas sentem a necessidade de escolher uma “besta negra” para expiar as insuficiências do colectivo. Devo dizer que assisti ao jogo na primeira fila das bancadas, rente ao relvado (o que não é hábito).Durante a primeira parte Luís Filipe jogou a poucos metros de mim, observei-o de perto, pude ver a sua expressão na disputa de cada lance, e em termos de vontade, de entrega e arreganho nada há a apontar ao ex-bracarense. Com mais confiança (a apoio…) pode fazer o lugar.
MARC ZORO- Impressiona pela planta física, mas o jogo não lhe proporcionou uma participação muito constante, pelo que uma avaliação mais rigorosa terá de ficar para próximas ocasiões.
MIGUELITO – Já não é de agora que o vilacondense desperdiça as oportunidades que vai tendo de se afirmar como alternativa a Léo. Tenho para mim que está ainda a pagar a forma, digamos, pouco recomendável como entrou no Benfica (recorde-se que pediu uns dias para pensar, como se se tratasse de um …Rui Costa, isto já depois de anos antes ter confessado o seu portismo), e duvido que alguma vez se venha a libertar desse estigma. Trata-se de um jogador triste, de mal com o papel que desempenha, sem confiança, parecendo resignado ao cumprimento de um contrato. Um dos piores em campo.
FÁBIO COENTRÃO – Ainda com o ritmo do Mundial sub-20, pareceu nos primeiros jogos capaz de se constituir numa boa alternativa, chegando a ser titular. Caiu imenso, revelando-se trapalhão e ineficaz. Tem 19 anos, e bastante futuro, mas talvez fosse bom para ele rodar noutra equipa da 1ª divisão, até para perder um pouco da vaidade e vedetismo que por vezes parece deixar escapar.
BERGESSIO – Chega a dar pena. Para além de alguma dificuldade em acompanhar o ritmo europeu, até tem cultura da posição, protege bem a bola, ocupa e abre espaços, mas na hora de rematar… é o caos. Há quem diga que o falhar golos é o primeiro passo para se encontrar um bom ponta-de-lança, mas a forma como o argentino os desperdiça, de forma reiterada e absurda, não deixa de ser preocupante para um plantel que o tem neste momento como a principal alternativa a Cardozo, que também não tem deslumbrado. Durante o jogo cheguei a interrogar-me: como marcou ele golos na Argentina ?
YU DABAO – Jogando em cunha já se viu na Amadora que não rende. Desta vez apareceu um passo atrás de Bergessio (e depois de Mantorras) e a sua exibição foi um pouco mais positiva. Vi-o jogar nos juniores no final da época passada, e noto-lhe agora uma diferença física assinalável. Talvez ganhasse em ser emprestado, pois tem bastante futuro.
FREDDY ADU – Ameaça tornar-se um caso neste plantel. Tem planta física, tem uma capacidade técnica fora do comum, remata bem e marca golos, faltando-lhe naturalmente, aos 18 anos, cultura táctica e por vezes alguma capacidade de definição dos lances. Nada que não falte também a Di Maria, por exemplo. Vi-o jogar no Mundial de sub-20 (onde o argentino me passou despercebido) e pareceu-me um verdadeiro fora-de-série. Estou em crer que constituirá um teste ao Benfica e a Camacho, a possibilidade de extrair dele tudo quanto o seu enorme potencial pode dar. Para já merece, claramente, mais oportunidades. Porque não na Champions ?
Em resumo, subiram a sua cotação no plantel Adu e Nuno Assis, desceram Miguelito, Coentrão e Bergessio.
Nada vi do Sporting-Fátima para além dos golos. Tendo em conta as razões que expus no início deste texto, o resultado não me surpreendeu assim tanto. Seria todavia injusto subtrair mérito à equipa do professor Rui Vitória, que sem grandes recursos tem feito uma época notável, inscrevendo o nome deste clube no mapa do futebol português.
3 comentários:
LF
Estou de acordo com a sua maneira de ver o Jogo
Gostei de Katsouranis, Nuno Assis e de Binya, jogadores muito esforçados e sempre a empurrar a equipa para o ataque, venceram facilmente a luta do meio campo
Não gostei de Bergessio, F. Coentrão, L. Filipe e Miguelito, estou de acordo, quando fala de vedetismo, já falei muitas vezes, aqui no seu Blog, uma das grandes virtudes de um jogador, terá de ser sempre a humildade, parece-me pouco humilde jogadores com 19 e 20 anos, pensarem que chegavam ao Benfica e eram logo titulares, assim como L. Filipe e Miguelito, jogadores maduros e a conhecem o futebol português, pensarem que facilmente deixavam jogadores como Nelson e Léo no banco de suplentes, de Bergessio, penso que não será vedetismo, mas falta de informação, comecou logo a dizer que iria fazer uma grande dupla com Cardozo, esqueceu-se que no Benfica estava Nuno Gomes
Isto tudo para dizer, que estes jogadores, têm de estar á espreita de todas as oportunidades, para ganhar o lugar de titulares, parece-me que estão tristes, sem ambição, com medo de arriscar,mas a sua situação já era de esperar, há jogadores no plantel com mais categoria, mais classe, com mais experiência
Eu penso que os jogadores, não podem pensar que são os maiores, isto é falta de inteligência, assim como os adeptos têm de perceber, que os novos jogadores, têm de se adaptar e nem todos têm capacidades para serem titulares no Benfica, podem ser bons suplentes e ajudar a equipa, porque todos fazem falta
Em relação á Taça da Liga, julgo que tem de ser repensada, a fase de grupos deveria ser no inicio e não no fim, os 8 melhores classificados da Liga Bwin, deveriam entrar depois da fase de grupos, durante a pausa de inverno das competições europeias, obrigando as equipas a estarem sempre em competição
Na verdade trata-se de um problema de desenho do plantel. Há jogadores desmotivados porque nunca jogam, e depois, nestes jogos, acabam por ser penalizados pelo rendimento de uma equipa sem entrosamento nenhum.
Em Janeiro, mais do que a contratações, há que proceder a um emagrecimento. Espero é que seja certeiro.
Vedetismo ou, numa palavra mais suave, deslumbramento, são pecados que apenas apontaria, para já, e apenas pelo que se vê em campo, a Fábio Coentrão e a Di Maria. São dois jovens talentosos, tecnicamente muito bons, e que tendem a pensar que já sabem tudo.
Têm de ser enquadrados e acompanhados, de forma a que o seu talento não se perca. Grandes jogadores como Cristiano Ronaldo, Figo e outros, tiveram na sua juventude mais precoce alguns momentos assim, e depois, devidamente acompanhados, motivados e esclarecidos, tornaram-se naquilo que são: extraordinários profissionais e grandes estrelas do futebol mundial. Outros perderam-se...
O F.C.Porto trata muito bem estas questões, dando estatuto a quem, pelos serviços prestados o merece, e fazendo com que os novos se lembrem que ainda não são ninguém e têm de trabalhar muito para o ser.
Quanto ao formato da Taça da Liga, concordo em absoluto. A fase de grupos devia ser antes, e sem os clubes presentes em competições europeias, que teriam de fazer o mínimo número de jogos possível para poderem levar a prova a sério.
LF
Para o emagrecimento de plantel, só vejo estes jogadores:
Jörg Butt ( Vender )
André Diaz ( Vender )
Miguel Vitor ( Juniores )
Romeu Ribeiro ( Juniores )
Yu Dabao ( Emprestimo )
Outras possibilidades :
Miguelito ( Vender )
Freddy Adu ( Emprestimo )
Fábio Coentrão ( Emprestimo )
Pedro Mantorras ( Emprestimo )
Bergessio ( Emprestimo )
Agora, parece-me evidente, que o Benfica necessita:
Médio/extremo direito
Defesa Esquerdo
Avançado Centro
Tenho a sensação, que vão sair jogadores, que os adeptos não vão perceber muito bem e que não vão gostar
- Mantorras (?) continua coxo, um problema para o Benfica, mas não para Camacho, será um a sair, agora, só falta saber quem é que o quer
Em relação á juventude, penso que os mais velhos do plantel, os deveriam ajudar e fazer perceber,
o que é jogar no Benfica
o que quer dizer "assobios"
o que os adeptos gostam
o que os adeptos não gostam
isto acaba por ser a parte psicologica, que é muito importante para a atitude dos novos jogadores, é isto que se faz no fcp, fazem-lhe "uma lavagem ao cerebro" e todos rendem, todos percebem o seu lugar e a sua importância no plantel
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