OS ENCARNADOS INDIVIDUALMENTE

QUIM (4) Não fosse o facto de se ter lançado um pouco tarde no livre de Pirlo (erro fatal mas longe de ser tecnicamente muito grave), e teria realizado uma exibição a roçar a perfeição. Por quatro vezes evitou o golo aos italianos, duas delas com elevadíssimo grau de dificuldade. Está na sua melhor forma de sempre.
LUÍS FILIPE (1) Foi a unidade de menor rendimento da equipa, tanto em termos defensivos, onde se mostrou demasiado permeável, como na missão de dar alguma profundidade ao seu corredor, em que, por via dos inúmeros passes errados que fez, fracassou por completo. Terá sido dos que sentiu mais a atmosfera de San Siro e a responsabilidade da partida, o que é estranho dado não ser já propriamente um júnior. Precisa de apoio e de tranquilidade.
EDCARLOS (2) Começou mal, dando seguimento a algumas indecisões de que tinha dado mostras no jogo com a Naval. Na segunda parte acertou o passo, e acabou em plano razoável. Ainda é cedo para emitir uma opinião definitiva a seu respeito - principalmente se nos lembrarmos do que foram os primeiros jogos de Luisão de águia ao peito - mas para já não impressiona muito.
MIGUEL VÍTOR (2) Foi lançado às feras, e não se pode dizer que tenha estado pior que os seus parceiros de defesa. O lance do segundo golo inicia-se num passe suicida feito em processo ofensivo, que não poderá repetir no futuro. Terá sido mais um degrau importante no seu crescimento. Que o aproveite da melhor forma.
LÉO (2) Não esteve feliz, nem a acompanhar as movimentações defensivas, nem a atacar, o que praticamente não fez. Esperava-se mais da sua experiência. Na segunda parte melhorou um pouco, mas está ainda longe do Léo que todos conhecemos.
MAXI PEREIRA (2) Foi deslocado para o centro do terreno, na tentativa de, com duplo pivot defensivo, Camacho dar maior solidez ao meio campo encarnado que teria de se haver com Kaká, Seedorf e companhia. Apesar da sua entrega e combatividade, não esteve particularmente bem, denotando naturais dificuldades de articulação com Katsouranis. Parece bem melhor jogando colado à linha, mas...os adversários também são diferentes.
KATSOURANIS (3) Foi das unidades mais regulares ao longo de toda a partida. Procurou ser o bombeiro de serviço sempre que o perigo espreitava, e foi dos poucos que manteve a lucidez durante o período mais complicado do jogo. Ainda tentou aparecer nas acções ofensivas, logrando fazer o cruzamento para o golo. Já era tarde...
DI MARIA (3) Tem carradas de talento. Falta-lhe ainda algum critério na definição dos lances, parecendo por vezes demasiado empolgado com a sua própria capacidade técnica. Ontem teve um ou outro lance em que mostrou as suas qualidades, não esteve mal, mas não se pode dizer que tenha feito uma exibição de encher o olho. Para quem joga em posições ofensivas, precisa de melhorar no remate.
CRISTIAN RODRIGUEZ (4) Ao contrário de Di Maria, Rodriguez - também de elevada craveira técnica - deu mostras de se tratar de um jogador de muito maior maturidade. Em San Siro foi um dos melhores do Benfica, sendo dos seus pés que partiram grande parte das iniciativas atacantes da equipa. Na ponta final eclipsou-se um pouco, mas na sua segunda chamada à titularidade mostrou novamente argumentos que podem fazer dele um elemento chave neste Benfica.
CARDOZO (3) Lutou bravamente no meio de uma das mais experientes e qualificadas defesas do mundo. Quase marcou naquele cabeceamento ao poste, e num remate cruzado que Dida defendeu com mérito. Pedia-se contudo maior espontaneidade numa ou outra ocasião em que, conseguindo ganhar posição entre os centrais, demorou a rematar acabando por perder a bola.
NUNO GOMES (3) A nota positiva deve-se fundamentalmente ao golo. Marcar ao Milan em San Siro não é fácil, e Nuno fê-lo – marcando pelo segundo jogo consecutivo. De resto pouco ou nada se deixou ver.
GILLES (3) Uma agradável surpresa este jovem camaronês, nos poucos minutos que esteve em campo. Critério no posicionamento, classe na entrega, força no choque. Precisa de ganhar maior rapidez, mas vê-se que tem futebol nos pés.
NUNO ASSIS (2) Se com Fernando Santos era um elemento fulcral no losango intermediário, no sistema de Camacho dificilmente conquistará posição de relevo. A jogar colado à linha perde alegria, e a ausência nos últimos jogos também não o ajudou. Viu-se que tinha vontade de mostrar serviço, mas as coisas não lhe saíram de feição.

2 comentários:

Kramer disse...

Cardozo 3?!??!?!?!?!
Não ganhou uma bola, fez quase sempre falta sobre o defesa e falhou um golo escandaloso!!!
Cardozo e Luis Filipe - 1 HORRIVEIS os dois.

LF disse...

Bem,

Acho que a bola ao poste foi puramente falta de sorte.
Depois, parece-me que lutou bastante, abriu espaços, e ganhou posição em pelo menos três lances.
Num Dida defendeu muito bem, nos outros dois deveria ter rematado logo e acabou por perder o tempo de execução.
Admito que a nota pudesse ser um 2,5, mas não acho que tenha estado "horrivel".