JOGOS PARA A ETERNIDADE (8) - Sporting-Benfica 7-1 / 1986
Se alguém perguntar a um benfiquista qual a maior alegria desportiva da sua vida, a resposta dependerá da idade, mas decerto corresponderá a um dos muitos títulos conquistados, ou a alguma importante vitória internacional. Para um portista não será muito diferente. Contudo, se a questão for posta a um sportinguista, é certo e sabido que não hesitará em indicar de imediato o célebre Sporting-Benfica de Dezembro de 1986, que terminou com o resultado de 7-1.
Foi um jogo de campeonato, ainda na primeira volta da época 86-87, e que nada valeu em termos de palmarés – o Benfica, que já então comandava a classificação, sagrar-se-ia campeão com mais 14 pontos que os leões, que se quedaram pelo 4º lugar, e venceria a Taça de Portugal derrotando-os na final por 2-1 -, mas a rivalidade fratricida com que “lagartos” sempre olharam “lampiões” (muito mais que o contrário, diga-se), faz com que para muitos deles essa tarde, mais do que uma simples jornada de felicidade, se tenha tornado na maior glória da história centenária do seu clube, senão pelas suas consequências, pelo mórbido prazer de ver o rival humilhado a seus pés.
Para quem, como o autor destas linhas, estava do outro lado da barricada, a importância atribuída a este jogo resulta algo estranha. Até porque, muito mais dolorosa do que essa derrota tinha sido, por exemplo, a de meses antes em plena Luz também frente ao Sporting, por 1-2, que a uma jornada do fim encaminhou o campeonato para norte. Mas o futebol tem destas coisas, e vive também destes momentos singulares.
Não estive em Alvalade nessa tarde. Ainda bastante jovem só ia aonde me levavam, e nessa tarde estava em Évora a assistir a um Lusitano-Imortal (se não me falha a memória), local onde fui ouvindo pela rádio, com toda a atenção, o relato das incidências do derby – anos mais tarde teria oportunidade de ver o vídeo do jogo na íntegra, que aliás conservo em casa.
Desde cedo se percebeu que o jogo não ia correr bem aos encarnados. O Sporting, orientado por Manuel José, vinha de uma sequência de bons resultados, e entrou a todo o gás na partida marcando ainda antes de cumprido o primeiro quarto de hora por intermédio de Mário Jorge, numa recarga já dentro da pequena área, a defesa incompleta de Silvino. Era um Sporting capaz do melhor e do pior, irregularidade essa que acabou por custar a cabeça do seu treinador algum tempo depois. Neste dia esteve em grande.
O Benfica era uma equipa rigorosa mas pouco espectacular. Viria a sagrar-se campeão e vencedor da taça mas nem isso impediu a substituição do seu técnico, o inglês John Mortimore, no final da temporada, um pouco à semelhança do que aconteceria anos mais tarde com Trapattoni. O clube da Luz ainda procurava o seu reequilíbrio desportivo depois das saídas simultâneas no verão de 1984 de Chalana, Stromberg , sobretudo, Eriksson, e só nas épocas seguintes conseguiria enfim satisfazer os seus associados na plenitude, designadamente com duas presenças na final da Taça dos Campeões em três anos.
Até final da primeira parte não houve mais qualquer golo. Estava-se enfim, com 1-0 ao intervalo, perante um derby normal.
Logo aos cinco minutos da segunda parte, o Sporting confirma que o dia era seu, marcando o segundo golo por Manuel Fernandes. Mas o Benfica reagiu, e pouco depois, aos 59 minutos, reduziu a diferença por intermédio do brasileiro Wando, que correspondeu de cabeça a um cruzamento para a área, desviando a bola para o fundo da baliza de Damas. O Benfica discutia de novo o jogo.
A 25 minutos do final da partida o marcador assinalava 2-1. O Benfica tinha de arriscar tudo e procurou fazê-lo, mas o resultado foi caótico. Em apenas seis minutos os leões marcam por três vezes (por Ralph Meade, de novo Mário Jorge, e de novo Manuel Fernandes), elevando o placar para impressionantes 5-1. Parecia vingada a derrota de nove meses antes na Luz, onde em encontro a contar para a Taça de Portugal o Benfica vencera por 5-0, goleada construída nos últimos dez minutos à entrada dos quais o marcador era apenas de 2-0.
Tudo saía bem ao Sporting. O Benfica entrava em desnorte total, e cada bola que se aproximava da sua área parecia levar fogo. Toda a equipa, mas sobretudo a defesa, parecia completamente perdida, atónita. Aconteceria algo parecido, treze anos depois, numa tristemente célebre noite em Vigo.
O Sporting, empolgado por um Estádio de Alvalade em chamas, marcava ainda mais dois golos, ambos por Manuel Fernandes, e se o jogo durasse mais tempo seguramente que as contas não ficariam por aí.
7-1 era a maior goleada de sempre entre os dois clubes. O Benfica, além do tal jogo da taça, vencera em 1946 por 7-2, em 1979 por 5-0, mais duas vezes por 5-1, quatro por 4-1. Em 1994 chegaria a vingança: em jogo decisivo para o título, no mesmo cenário, o Benfica triunfaria por 3-6, jogo já aqui recordado. Mas 7-1 nunca sucedera, nem nunca veio a suceder depois.
Na bancada queimam-se cachecóis e bandeiras do Benfica. Rasgam-se alguns cartões – há sempre quem lhe custe mais a digerir estas coisas -, mas o Benfica mantém-se lá bem na frente do campeonato.
Por mim, desinteressei-me do jogo a partir daqueles seis fatídicos minutos. Os três pontos estavam perdidos, e havia que seguir em frente.
Vinte dias depois jogava-se na Luz um importantíssimo Benfica-F.C.Porto. Estariam quase 140 mil pessoas (números de “A Bola”) naquela que foi a maior enchente de sempre num jogo de futebol em Portugal – o F.C.Porto seria campeão europeu nesse ano, e trouxe nesse dia a Lisboa cerca de 40 mil pessoas. O Benfica venceu por 3-1 (três golos de Rui Águas) e partiu para a conquista do título que festejaria, curiosamente, diante dos leões, no jogo da segunda volta, com uma vitória por 2-1, resultado que repetiria na final da Taça , consumando a dobradinha, a última da história do clube.
Numa época de glória benfiquista, ficou assim assinalado um dia de êxtase leonino.
Recordo agora as equipas:
SPORTING- Damas, Gabriel, Virgílio, Venâncio, Fernando Mendes, Oceano, Litos, Zinho, Mário Jorge, Manuel Fernandes e Meade. Entraram depois Duílio e Silvinho.
BENFICA- Silvino, Veloso, Dito, Oliveira, Álvaro, Shéu, Carlos Manuel, Chiquinho, Wando, Diamantino e Rui Águas. Entraram depois Nunes e César Brito.
GOLOS: Manuel Fernandes (50m, 71m, 82m e 86m), Mário Jorge (15m e 68m) e Meade (65m); Wando (59m).
Foi um jogo de campeonato, ainda na primeira volta da época 86-87, e que nada valeu em termos de palmarés – o Benfica, que já então comandava a classificação, sagrar-se-ia campeão com mais 14 pontos que os leões, que se quedaram pelo 4º lugar, e venceria a Taça de Portugal derrotando-os na final por 2-1 -, mas a rivalidade fratricida com que “lagartos” sempre olharam “lampiões” (muito mais que o contrário, diga-se), faz com que para muitos deles essa tarde, mais do que uma simples jornada de felicidade, se tenha tornado na maior glória da história centenária do seu clube, senão pelas suas consequências, pelo mórbido prazer de ver o rival humilhado a seus pés.
Para quem, como o autor destas linhas, estava do outro lado da barricada, a importância atribuída a este jogo resulta algo estranha. Até porque, muito mais dolorosa do que essa derrota tinha sido, por exemplo, a de meses antes em plena Luz também frente ao Sporting, por 1-2, que a uma jornada do fim encaminhou o campeonato para norte. Mas o futebol tem destas coisas, e vive também destes momentos singulares.
Não estive em Alvalade nessa tarde. Ainda bastante jovem só ia aonde me levavam, e nessa tarde estava em Évora a assistir a um Lusitano-Imortal (se não me falha a memória), local onde fui ouvindo pela rádio, com toda a atenção, o relato das incidências do derby – anos mais tarde teria oportunidade de ver o vídeo do jogo na íntegra, que aliás conservo em casa.
Desde cedo se percebeu que o jogo não ia correr bem aos encarnados. O Sporting, orientado por Manuel José, vinha de uma sequência de bons resultados, e entrou a todo o gás na partida marcando ainda antes de cumprido o primeiro quarto de hora por intermédio de Mário Jorge, numa recarga já dentro da pequena área, a defesa incompleta de Silvino. Era um Sporting capaz do melhor e do pior, irregularidade essa que acabou por custar a cabeça do seu treinador algum tempo depois. Neste dia esteve em grande.
O Benfica era uma equipa rigorosa mas pouco espectacular. Viria a sagrar-se campeão e vencedor da taça mas nem isso impediu a substituição do seu técnico, o inglês John Mortimore, no final da temporada, um pouco à semelhança do que aconteceria anos mais tarde com Trapattoni. O clube da Luz ainda procurava o seu reequilíbrio desportivo depois das saídas simultâneas no verão de 1984 de Chalana, Stromberg , sobretudo, Eriksson, e só nas épocas seguintes conseguiria enfim satisfazer os seus associados na plenitude, designadamente com duas presenças na final da Taça dos Campeões em três anos.
Até final da primeira parte não houve mais qualquer golo. Estava-se enfim, com 1-0 ao intervalo, perante um derby normal.
Logo aos cinco minutos da segunda parte, o Sporting confirma que o dia era seu, marcando o segundo golo por Manuel Fernandes. Mas o Benfica reagiu, e pouco depois, aos 59 minutos, reduziu a diferença por intermédio do brasileiro Wando, que correspondeu de cabeça a um cruzamento para a área, desviando a bola para o fundo da baliza de Damas. O Benfica discutia de novo o jogo.
A 25 minutos do final da partida o marcador assinalava 2-1. O Benfica tinha de arriscar tudo e procurou fazê-lo, mas o resultado foi caótico. Em apenas seis minutos os leões marcam por três vezes (por Ralph Meade, de novo Mário Jorge, e de novo Manuel Fernandes), elevando o placar para impressionantes 5-1. Parecia vingada a derrota de nove meses antes na Luz, onde em encontro a contar para a Taça de Portugal o Benfica vencera por 5-0, goleada construída nos últimos dez minutos à entrada dos quais o marcador era apenas de 2-0.
Tudo saía bem ao Sporting. O Benfica entrava em desnorte total, e cada bola que se aproximava da sua área parecia levar fogo. Toda a equipa, mas sobretudo a defesa, parecia completamente perdida, atónita. Aconteceria algo parecido, treze anos depois, numa tristemente célebre noite em Vigo.
O Sporting, empolgado por um Estádio de Alvalade em chamas, marcava ainda mais dois golos, ambos por Manuel Fernandes, e se o jogo durasse mais tempo seguramente que as contas não ficariam por aí.
7-1 era a maior goleada de sempre entre os dois clubes. O Benfica, além do tal jogo da taça, vencera em 1946 por 7-2, em 1979 por 5-0, mais duas vezes por 5-1, quatro por 4-1. Em 1994 chegaria a vingança: em jogo decisivo para o título, no mesmo cenário, o Benfica triunfaria por 3-6, jogo já aqui recordado. Mas 7-1 nunca sucedera, nem nunca veio a suceder depois.
Na bancada queimam-se cachecóis e bandeiras do Benfica. Rasgam-se alguns cartões – há sempre quem lhe custe mais a digerir estas coisas -, mas o Benfica mantém-se lá bem na frente do campeonato.
Por mim, desinteressei-me do jogo a partir daqueles seis fatídicos minutos. Os três pontos estavam perdidos, e havia que seguir em frente.
Vinte dias depois jogava-se na Luz um importantíssimo Benfica-F.C.Porto. Estariam quase 140 mil pessoas (números de “A Bola”) naquela que foi a maior enchente de sempre num jogo de futebol em Portugal – o F.C.Porto seria campeão europeu nesse ano, e trouxe nesse dia a Lisboa cerca de 40 mil pessoas. O Benfica venceu por 3-1 (três golos de Rui Águas) e partiu para a conquista do título que festejaria, curiosamente, diante dos leões, no jogo da segunda volta, com uma vitória por 2-1, resultado que repetiria na final da Taça , consumando a dobradinha, a última da história do clube.
Numa época de glória benfiquista, ficou assim assinalado um dia de êxtase leonino.
Recordo agora as equipas:
SPORTING- Damas, Gabriel, Virgílio, Venâncio, Fernando Mendes, Oceano, Litos, Zinho, Mário Jorge, Manuel Fernandes e Meade. Entraram depois Duílio e Silvinho.
BENFICA- Silvino, Veloso, Dito, Oliveira, Álvaro, Shéu, Carlos Manuel, Chiquinho, Wando, Diamantino e Rui Águas. Entraram depois Nunes e César Brito.
GOLOS: Manuel Fernandes (50m, 71m, 82m e 86m), Mário Jorge (15m e 68m) e Meade (65m); Wando (59m).
27 comentários:
LF
Passados 20 anos, essa situação, é história, na altura fiquei completamente em baixo, como a totalidade dos benfiquistas
Agora pensando à distancia de tantos anos, até fico contente, pois tenho vários amigos do Sporting e vi, que foi a sua maior alegria, quais titulos de campeões, taças de Portugal ou Taça das Taças, ganhar 7-1 ao Benfica é a maior alegria dos "lagartos"
O Benfica dá alegrias a todos, grande clube, não há duvidas :)
Na altura obviamente que não fiquei contente.
Mas houve muitas derrotas que me custaram mais a digerir.
À cabeça a final da Taça dos Campeões perdida nos penáltis.
A que referi do 1-2 com o Sporting na Luz também doeu muito. Até porque foi o meu primeiro Benfica-Sporting ao vivo, e ia preparado para comemorar o título.
A própria goleada de Vigo, custou-me mais. Estava em causa o prestígio internacional e foi no dia do meu aniversário.
Os 7-1 entendi-os como um acidente. Não esqueçamos que o Benfica comandava a classificação.
LF eu estive em Alvalade no 7-1, e não imaginas como ainda hoje gozo com os meus amigos sportinguistas à conta desse jogo: nesse ano fomos campeões e ganhámos a taça à conta do Sporting... Mas reconheço que nesse dia, quando cheguei a casa, fui dormir, directo, sem dizer palavra lá em casa, até ao dia seguinte... Vinha não sei como... E estive no Benfica 3 - FCP 1 da Luz, dos 3 golos do Rui Águas: estavam lá 140.000 pessoas garanto-te (mais, muito mais do que no Portugal-Brasil do Mundial de Juniores de 91, que também lá estive). Nesse dia do 3-1 entrei no estádio com os pés levantados do chão, no ar e em cada golo do Rui Águas o 'mosh' era de tal forma devido à quantidade de gente que estava nas bancadas, que eu acabei 10 filas abaixo da fila onde estava quando o jogo começou...
No belo e antigo Estádio da Luz, que dias, que momentos lá passei! Inolvidável... Marcas e memórias para uma vida inteira... Tenho pena de nunca lá ter jogado futebol, de nunca ter pisado esse mítico relvado...
balanceados no ataque?
o do meade foi de bola parada (canto).
o 2º do mário jorge também (livre).
os outros é que...
Com 6 anitos lá fui eu ao estádio acompanhados por pai e irmão sportinguistas. Bancada Central, como de costume, era sempre lá que via os jogos rodeado de sportinguistas. Tenho uma ideia vaga desse jogo, lembro-me bem da festa efusiva na bancada por verem algo nunca dantes visto. Foi também aí que me tornei ainda mais benfiquista do que era. E não estou a brincar.
Nota: daquele estádio tenho óptimas recordações...o 4-1 com Deane, o 2-0 com Vital na baliza, outro 2-0 para a AF Lisboa...e mais que agora n me lembro!
htpp://controversiasdofutebol.blogspot.com
Votem nos campeões da época!
A apatia da defesa do Benfica é por demais evidente. Há muito mais demérito do Benfica do que mérito do Sporting.
Era como se o Benfica não tivesse defesa, com guarda redes incluido, a defender bolas para a frente (de resto sempre foi um GR banal).
jsbmj,
Como disse não estive nos 7-1.
Mas estive no meio desses 140.000 frente ao Porto.
Confirmo tudo aquilo que dizes: também eu entrei com os pés no ar, e lembro-me da sensação que tive, no velho terceiro anel, de olhar para cima e não ver um único lugar onde me sentar.
Acabei, juntamente com o meu pai, por ficar na penúltima fila, onde alguem estava a jogar às cartas, deixando assim um espaçinho.
Nesse mesmo dia, pessoas que foram conosco mas para o outro lado (terceiro anel "novo"), ficaram de fora com o bilhete na mão, por não se conseguirem aproximar das portas.
Não me lembro de nada igual.
Não foi a jogar, mas ainda tive o prazer de pisar o relvado e de entrar nos balneários. Tal como aliás no novo estádio.
No antigo, tinha os meus 12 anos, passei uma manhã inolvidável, recolhendo autógrafos de todo o plantel (Chalana, Humberto, Nene, Diamantino, Bento etc, e incluindo Eusébio, Toni, Eriksson), no final de um treino.
Fui pedindo a um , a outro, até que acabei quase dentro do balneário, no meio dos craques.
Quando na escola contei, ninguém acreditava...
Cj,
Objectivamente tens razão.
Mas acredito que o estado de espírito da equipa fosse o de tentar o 2-2, e arriscar tudo para o conseguir, desconcentrando-se atrás, inclusivamente nas bolas paradas.
Só revendo todo o jogo poderemos confirmar.
Kramer,
Curiosamente também por vezes me sinto mais benfiquista nas derrotas.
Mal comparado é como quando algum familiar ou amigo está doente. Também nos parece ser-nos mais querido nesse momento.
Estive também nos 1-4 do Deane. Vi esses jogo mesmo no meio dos "No Name". Lembro-me que foi o Poborsky a inaugurar o marcador.
Jogava no Sporting um miúdo chamado...Simão Sabrosa.
Jorge,
A partir de certa altura foi o desnorte completo.
Os últimos golos não são normais, e parecem próprios de uma defesa da 3ª divisão ou distritais.
Aliás o Oliveira perdeu a titularidade, e julgo nunca mais a ter recuperado.
Silvino não foi um fora-de-série, mas foi um dos melhores da sua geração (a geração pós Bento e Damas, e pré Baía).
Não esqueçamos que participou com o Benfica em duas finais da Taça dos Campeões Europeus.
Nesta tarde esteve desastrado.
Em tantas verdades, só houve uma PEQUENA imprecisão: em Portugal, ainda não existe nenhum clube que se aproxime sequer dos titulos nas mais diversas modalidades: logo, não são o melhor clube português, quanto muito, são o melhor clube de futebol português. O filho do Vansceslau ainda precisa de pedalar muito para vos dar umas alegrias! No entanto, nem como melhor clube de futebol o SLB se pode vanglorear, visto que o FCP é actualmente muito mais temido e galardoado internacionalmente que o Benfica. Mas numa coisa tens razão: Há benfiquistas e benfiquistas, ainda há aqueles que o são porque viram o clube ganhar tudo, só que a maioria são os que ouviram ou viram em DVD as vitórias do Benfica, e quanto a esses, a invocação dos 7-1 chega e sobra! NUNCA FICÁMOS EM 6º LUGAR!
P.S. Para quando o "Jogo para a eternidade" de Vigo? O celta deve estar com ciumes, fez bem melhor que o Sporting!
P.S.2: http://www.youtube.com/watch?v=EyLiTqLE3vE
Em Basquete o Benfica é o clube que mais títulos conquistou.
Em Hóquei também.
Bem como em muitas outras modalidades menos mediáticas.
O Sporting tem mais títulos em Andebol, em Futsal (por enquanto...) e em Atletismo. Únicas modalidades que continua a praticar.
Talvez um dia recorde o Celta-Benfica. Ou quem sabe o Celtic-Sporting...;)
Esqueci-me de referir, na resposta ao leão anónimo, que depois dos 7-1 o Benfica foi a duas finais da Taça dos Campeões, umas meias-finais, e outras meias-finais na Taça das Taças.
Todos os benfiquistas que se lembram do 7-1, decerto melhor se lembram dessas campanhas europeias.
Que posted curioso e habilidoso/talentoso. Curioso, porque apesar de ser, na tua opinião, a maior alegria do Sportinguismo, és tu que sistematicamente recordas este acontecimento – histórico -acrescento eu (ainda a última vez que nos encontramos tivemos, por tua iniciativa, oportunidade de o visionar). Habilidoso/talentoso, porque é clara a intenção de transformar uma estrondosa humilhação em proveito próprio.
Campeonatos há muitos, só vocês tem às dezenas, mas 7-1 só há 1, é nosso, e de certa forma também vosso. Obrigado.
Caro Otragal
Não sejas mal intencionado...
Não pretendo transformar nada em proveito próprio.
É verdade que estivemos a ver o jogo, em minha casa, como cortesia à visita de um sportinguista, e na sequência de uma conversa sobre videos de futebol.
Foi um acto de hospitalidade.
Tenho muitos videos para ver que me evocam momentos mais felizes...
Não tenho qualquer trauma com este jogo, e muito menos o redimiria a ver e falar vezes sem conta sobre ele.
Quis fazer uma homenagem aos sportinguistas que visitam este espaço.
Quis também dar uma tonalidade menos clubista ao VEDETA, depois de semanas em que o Benfica, por ser notícia, ocupou quase todas as atenções.
É a simples constatação de um facto, afirmar que para grande parte dos sportinguistas esta foi a maior alegria da sua vida desportiva. E não há mal nenhum nisso.
Mas é verdade - e se pensarmos racionalmente no assunto veremos que é - que glorificar uma vitória por 7-1, que não valeu nenhum título, é valorizar mais a humilhação do adversário do que os próprios triunfos. Nessa medida é uma especie de alegria negativa.
Em última análise, o que poderia estar implícito à minha forma de ver o jogo e a sua memória, ou se quiseres, a tese que poderá estar associada ao post, é aquilo que penso ser a existência de uma rivalidade assimétrica entre Benfica e Sporting.
Não falo de palmarés (essa é outra questão). Falo do facto de o Sporting por vezes parecer existir um pouco em função do Benfica, quando a este, aquele, salvo ocasiões específicas, lhe é quase indiferente.
Já houve momentos em que cheguei a ficar surpreendido, para não dizer chocado, com o ódio que o Benfica merece a muitos sportinguistas. A época de 2004-2005 foi elucidativa a esse respeito, depois de muitos anos em que, por via da situação do Benfica, tal não foi tão claro.
Aliás, o Benfica merece o mesmo ódio a grande parte dos portistas, o que me parece estranho tendo em conta que só ganhou um campeonato nos últimos 15 anos.
Esta é uma questão pertinente, que também já tratei em Novembro passado na sequência de uma derrota em Braga.
Lá estás tu a querer ter razão onde ela não existe! No mundo, só o Barcelona tem mais titulos que o Sporting. Ao contrário de voçes que so agora conheceram as modalidades amadoras (e mesmo tendo os atletas, não têm secções), nós como Clube Desportivo que somos não descuramos a vertente social, criando vencedores há anos! Enganas-te se pensas que os 7-1 encabeçam as nossas melhores memórias, assim que levaram sete sem resposta do celta deixou de ser um orgulho para passar a ser um desafio a alcançar a muito breve trecho. E já agora, qual o gosto de ir a finais para perder? Nos tivémos numa recentemente (sabem o que é recentemente?) e por não a ganhármos não andamos aí a dizer que estivémos lá! Ao contrário do Porto, o melhor clube português ....
No fundo, os comentários de benfiquistas e sportinguistas aqui expressos, demonstram cabalmente a tese que enunciei.
NOTA: O gosto de ir a finais, mesmo perdendo-as, é vencer as meias-finais, os quartos de final, os oitavos de final etc etc.
O Porto tem-se tornado, de facto, no segundo clube português. Perante a aparente e estranha indiferença do mundo sportinguista, preocupado apenas com o vizinho.
O porto? o Segundo clube? Vivem mesmo nas nuvens!
Excelente post... Parabéns...
Cumprimentos
Segundo clube sim !
Em palmarés, em sócios e qualquer dia em adeptos também, pois vai cada vez conquistando mais à custa do Sporting.
O F.C.Porto é de facto a melhor equipa de futebol da actualidade. Mas ainda tem de o ser durante muitos mais anos para ombrear com a dimensão do Benfica enquanto clube no seu todo institucional e cultural.
Por agora, sem retirar o mérito à sua performance futebolística dos últimos anos, o FCP continua sendo um clube de matriz eminentemente regional e de afirmação anti eixo Benfica-Lisboa-Sul.
Ainda há três anos, disputava uma final da Liga dos Campeões, e nas bancadas ouvia-se "slb, slb, slb f...da p... slb"
Querem maior prova das diferenças...
O Benfica tem 31 títulos o Porto 22.
Tem também bastante mais taças.
o Benfica esteve em 7 finais dos campeões, o Porto em 2.
É certo que têm 1 Uefa. Mas o Benfica também foi a uma final.
Não me lembro de uma única modalidade em que o FCP tenha mais títulos que o Benfica.
O Benfica tem mais adeptos, mais sócios. Tem o melhor e maior estádio. Tem mais núcleos, em mais locais.Tem mais audiências.Mais receitas.
Enfim. Tem mais tudo.
Falta-lhe uma grande equipa que lhe assegure que o futuro também será assim. Acredito que a possa construir.
Volte sempre Armando.
A época passada estava em Londres quando o Porto jogou com o Chelsea. Quase por casualidade, arranjei 1 bilhete para o jogo e fiquei no meio dos adeptos do Porto (para desfrutar o espectáculo, não para apoiar o FCP). Quando o Porto marcou o seu golo, o grito imediato que se ouviu foi "SLB SLB fp SLB!..": o Benfica é de facto o maior clube do Mundo...
É bom saber que nem nessas alturas se esquecem de nós :)
Ou eu percebi mal, ou acho que saiu por aí um comunicado, não sei se da direcção do FCP ou dos Super Dragões, a aconselhar os portistas a não cantarem "slb f..da p.." durante os jogos.
Acham, e muito bem, que se estão a menorizar.
O SPORTING ESTA DE VOLTA
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