PELAS ROTAS DA LIGA

Aproveitando o fim-de-semana de sol, VEDETA DA BOLA circulou pelos caminhos da Liga Portuguesa, marcando presença na Luz, como é habitual, mas também no Restelo e no Bonfim.
O Belenenses-Estrela da Amadora, disputado perante bastante público num fim de tarde fabuloso com o Tejo como pano de fundo, valeu fundamentalmente pela primeira parte, na qual um Belenenses extremamente eficaz dizimou a resistência visitante, anotando os três golos com que fechou o jogo e o resultado. Na segunda parte os azuis, em vésperas de meia-final de taça, limitaram-se a gerir o tempo, o desgaste e o resultado. Estão surpreendentemente em quarto lugar, e com todo o merecimento. Deu nas vistas Garcês.
O Vitória de Setúbal-Beira Mar, também com alguns milhares nas bancadas, numa tarde abrasadora de domingo, com a bela panorâmica da Serra da Arrábida e do Castelo de Palmela diante dos olhos, constituiu igualmente um momento bem passado. Os aveirenses, com uma segunda parte de grande intensidade competitiva, conseguiram levar a melhor nesta autêntica final da luta pela manutenção. Apesar de ter assistido ao jogo literalmente deitado à sombra do muro da bancada superior, não adormeci, o que atesta da boa qualidade do espectáculo. Destacou-se Edgar no Beira Mar, enquanto o Vitória local deixou a ideia que dificilmente escapará à descida de divisão.
Com tanto futebol ao vivo, sobrou pouco tempo para a TV. Não vi portanto nem o Sporting-Marítimo nem o Académica-F.C.Porto.

Aproveito para dizer a propósito que não troco um jogo da segunda divisão ao vivo por um da Premier League na TV. Há inúmeros jogos que vejo nos estádios, não me importando de pagar o bilhete (neste caso paguei 10 euros em cada um dos estádios), e que não me mereceriam a mínima atenção na televisão, como seria certamente o caso destes desafios do Restelo e do Bonfim. Há no futebol ao vivo todo um ritual que me fascina, desde a deslocação ao estádio, o estacionar do carro, a compra do bilhete, a entrada das pessoas, o aquecimento das equipas, o bar no intervalo, a observação das claques, o barulho ambiente etc, que dão corpo a uma tarde ou noite bem passada - sobretudo se a meteorologia ajudar -, e que a televisão obviamente não reproduz. Depois, em termos meramente futebolísticos, cada vez mais me rendo à evidência de a televisão pouco mostrar do jogo em si, limitando a imagem ao local onde se encontra a bola, não deixando perceber quase nada acerca da movimentação das equipas. É melhor para desvendar os casos de arbitragem, mas esses, em futebol, são o que menos me interessa e seduz.
Numa tarde ou noite primaveril, um estádio funciona como uma esplanada de luxo, onde para além do jogo em si, se descontrai, se areja e se descansa. Mesmo quando não há Cristianos Ronaldos nem Drogbas a correr no relvado.

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