THE END !
O Benfica terá hipotecado ontem as hipóteses que lhe restavam de se sagrar campeão nacional esta época. Ao ceder um empate em Aveiro, perante quase 30 mil benfiquistas, a equipa da Luz ficou agora a uma distância de três pontos do F.C.Porto com desvantagem no confronto directo, quando restam somente seis jornadas para a Liga terminar.
Este era, pode dizer-se, um desfecho mais ou menos anunciado, tendo em atenção o extremo desgaste que os encarnados têm vindo a deixar notar de há umas semanas a esta parte. O Benfica há três jogos que não vence, e há muitos que não faz uma exibição consistente ao longo dos noventa minutos. A equipa apresenta-se nesta altura decisiva da temporada à beira do esgotamento total, e sem soluções para os problemas que a presença em duas exigentes competições lhe impõe. O filme que se apresenta aos olhos dos benfiquistas é cada vez mais claro e mostra uma vitória portista no campeonato, triunfo sportinguista na taça, e mais um ano em branco em termos de títulos.
O plantel encarnado é composto por 12 ou 13 jogadores de qualidade, e mais alguns de nível não mais que mediano. Qualquer lesão ou castigo se sente de imediato na performance colectiva, não sendo de todo possível fazer uma gestão equilibrada do desgaste, o que seria imprescindível para acalentar ambições europeias – o Espanyol por exemplo fez nesta jornada descansar nove (!!) jogadores, acabando mesmo assim por vencer. O Benfica tem jogadores para, com alguma sorte, fazer uma boa campanha europeia limitando-se a ir tranquilamente deixando correr o campeonato, ou em alternativa, à boa maneira de Trappatoni, prescindir da campanha europeia e assim lutar pelo título até ao fim. Nunca para se sentar nessas duas cadeiras como de resto aqui neste mesmo espaço ficou realçado há várias semanas atrás, quando ainda todas as ambições pareciam, aparentemente, ser legítimas.
Penso ser justo afirmar que, neste quadro, Fernando Santos sai absolutamente inocente. Cometendo um ou outro erro, o técnico encarnado não pode todavia ser minimamente responsabilizado pelo facto de a política desportiva do clube lhe ter colocado em mãos, (bem tarde, diga-se) um plantel desestruturado e carregado de incertezas, e sobretudo por, ao invés da atitude mais lógica que seria corrigir esses desequilíbrios no mercado de Inverno, ter levado a cabo um claro desinvestimento quando a oito pontos do F.C.Porto e eliminado da Champions League se terá pensado que a época estaria irremediavelmente comprometida. Não esqueçamos os pontos perdidos no início da Liga, as incertezas em torno de Simão (e Manuel Fernandes, e Karagounis…) que obrigaram a inflectir mais de uma vez o modelo de jogo da equipa, e mais tarde o episódio Nuno Assis (francamente mal gerido) e sobretudo as saídas simultâneas de Alcides e Ricardo Rocha (dois defesas polivalentes que asseguravam posições de lateral e central) colmatadas apenas por um jovem, talentoso é verdade, mas longe da necessária experiência competitiva para quem queria voar tão alto – a lesão de Luisão (e a este propósito lembre-se o quanto o departamento médico tem que se lhe diga) tem tido, como se percebe facilmente, consequências devastadoras para a equipa, ou não tivesse ela sofrido seis golos nos últimos três jogos.
Ontem em Aveiro o Benfica foi uma vez mais (como frente ao F.C.Porto e em Barcelona) vítima do seu próprio desgaste, e da sua incapacidade total para impor o ritmo que mais se adequasse a cada momento do jogo. As dificuldades nas transições são evidentes, e deixam a nu uma equipa completamente de gatas, entregue aos circunstancialismos do jogo e do adversário, permeável a qualquer corrente de ar, incapaz de condicionar, ela própria, o desenrolar dos acontecimentos.
Enquanto o F.C.Porto marcou quatro golos ao V.Setúbal logo na primeira meia hora, o Benfica entrou em campo em clara gestão de esforço e, sofrendo um golo contra a corrente do jogo (e muito consentido), apenas foi capaz de reagir numa fase já demasiado tardia para não deixar os três pontos entregues aos desígnios da sorte. Os momentos após o golo de Mantorras pareciam capazes de levar o Benfica à vitória, mas foram então novamente as lacunas defensivas de uma equipa sem Luisão, com um Anderson desastrado e com um Nelson (sem alternativas) muito irregular, a comprometer definitivamente essas hipóteses. O penálti de Simão apenas serviu para amenizar uma noite muito má para as cores benfiquistas.
Individualmente, para além das questões defensivas já faladas, há que destacar as paupérrimas exibições de Katsouranis, Miccoli, Nuno Gomes e Derlei, salientando ao invés o contributo de Simão (o melhor benfiquista em campo), e as entradas de Mantorras e Rui Costa.
No Beira Mar realce para o seu guarda-redes, e para a sua defesa, que há bem pouco tempo vi sofrer inapelavelmente cinco golos do F.C.Porto (alguns dos quais bem estranhos), e ontem se revelou quase intransponível.
Pontuações: Quim 3, Nelson 2, Anderson 1, David Luíz 2, Léo 2, Petit 3, Katsouranis 1, Karagounis 2, Simão 3, Miccoli 2, Nuno Gomes 2, Rui Costa 3, Mantorras 3 e Derlei 1.
Este era, pode dizer-se, um desfecho mais ou menos anunciado, tendo em atenção o extremo desgaste que os encarnados têm vindo a deixar notar de há umas semanas a esta parte. O Benfica há três jogos que não vence, e há muitos que não faz uma exibição consistente ao longo dos noventa minutos. A equipa apresenta-se nesta altura decisiva da temporada à beira do esgotamento total, e sem soluções para os problemas que a presença em duas exigentes competições lhe impõe. O filme que se apresenta aos olhos dos benfiquistas é cada vez mais claro e mostra uma vitória portista no campeonato, triunfo sportinguista na taça, e mais um ano em branco em termos de títulos.
O plantel encarnado é composto por 12 ou 13 jogadores de qualidade, e mais alguns de nível não mais que mediano. Qualquer lesão ou castigo se sente de imediato na performance colectiva, não sendo de todo possível fazer uma gestão equilibrada do desgaste, o que seria imprescindível para acalentar ambições europeias – o Espanyol por exemplo fez nesta jornada descansar nove (!!) jogadores, acabando mesmo assim por vencer. O Benfica tem jogadores para, com alguma sorte, fazer uma boa campanha europeia limitando-se a ir tranquilamente deixando correr o campeonato, ou em alternativa, à boa maneira de Trappatoni, prescindir da campanha europeia e assim lutar pelo título até ao fim. Nunca para se sentar nessas duas cadeiras como de resto aqui neste mesmo espaço ficou realçado há várias semanas atrás, quando ainda todas as ambições pareciam, aparentemente, ser legítimas.
Penso ser justo afirmar que, neste quadro, Fernando Santos sai absolutamente inocente. Cometendo um ou outro erro, o técnico encarnado não pode todavia ser minimamente responsabilizado pelo facto de a política desportiva do clube lhe ter colocado em mãos, (bem tarde, diga-se) um plantel desestruturado e carregado de incertezas, e sobretudo por, ao invés da atitude mais lógica que seria corrigir esses desequilíbrios no mercado de Inverno, ter levado a cabo um claro desinvestimento quando a oito pontos do F.C.Porto e eliminado da Champions League se terá pensado que a época estaria irremediavelmente comprometida. Não esqueçamos os pontos perdidos no início da Liga, as incertezas em torno de Simão (e Manuel Fernandes, e Karagounis…) que obrigaram a inflectir mais de uma vez o modelo de jogo da equipa, e mais tarde o episódio Nuno Assis (francamente mal gerido) e sobretudo as saídas simultâneas de Alcides e Ricardo Rocha (dois defesas polivalentes que asseguravam posições de lateral e central) colmatadas apenas por um jovem, talentoso é verdade, mas longe da necessária experiência competitiva para quem queria voar tão alto – a lesão de Luisão (e a este propósito lembre-se o quanto o departamento médico tem que se lhe diga) tem tido, como se percebe facilmente, consequências devastadoras para a equipa, ou não tivesse ela sofrido seis golos nos últimos três jogos.
Ontem em Aveiro o Benfica foi uma vez mais (como frente ao F.C.Porto e em Barcelona) vítima do seu próprio desgaste, e da sua incapacidade total para impor o ritmo que mais se adequasse a cada momento do jogo. As dificuldades nas transições são evidentes, e deixam a nu uma equipa completamente de gatas, entregue aos circunstancialismos do jogo e do adversário, permeável a qualquer corrente de ar, incapaz de condicionar, ela própria, o desenrolar dos acontecimentos.
Enquanto o F.C.Porto marcou quatro golos ao V.Setúbal logo na primeira meia hora, o Benfica entrou em campo em clara gestão de esforço e, sofrendo um golo contra a corrente do jogo (e muito consentido), apenas foi capaz de reagir numa fase já demasiado tardia para não deixar os três pontos entregues aos desígnios da sorte. Os momentos após o golo de Mantorras pareciam capazes de levar o Benfica à vitória, mas foram então novamente as lacunas defensivas de uma equipa sem Luisão, com um Anderson desastrado e com um Nelson (sem alternativas) muito irregular, a comprometer definitivamente essas hipóteses. O penálti de Simão apenas serviu para amenizar uma noite muito má para as cores benfiquistas.
Individualmente, para além das questões defensivas já faladas, há que destacar as paupérrimas exibições de Katsouranis, Miccoli, Nuno Gomes e Derlei, salientando ao invés o contributo de Simão (o melhor benfiquista em campo), e as entradas de Mantorras e Rui Costa.
No Beira Mar realce para o seu guarda-redes, e para a sua defesa, que há bem pouco tempo vi sofrer inapelavelmente cinco golos do F.C.Porto (alguns dos quais bem estranhos), e ontem se revelou quase intransponível.
Pontuações: Quim 3, Nelson 2, Anderson 1, David Luíz 2, Léo 2, Petit 3, Katsouranis 1, Karagounis 2, Simão 3, Miccoli 2, Nuno Gomes 2, Rui Costa 3, Mantorras 3 e Derlei 1.
A arbitragem esteve mal, desde logo ao anular um golo limpo a Nuno Gomes nos primeiros instantes (quão importante seria…), depois cortando mais dois lances de perigo ao Benfica também por foras-de-jogo inexistentes, equivocando-se em várias faltas assinaladas e por assinalar (neste particular mais em prejuízo dos aveirenses), e finalmente ao sancionar um penálti que deixou muitas dúvidas – é Simão que força o contacto.
Agora o Benfica jogará a temporada na próxima quinta-feira frente ao Espanyol, pois a Taça Uefa é neste momento a única porta de saída para o êxito desta pobre equipa.
Agora o Benfica jogará a temporada na próxima quinta-feira frente ao Espanyol, pois a Taça Uefa é neste momento a única porta de saída para o êxito desta pobre equipa.
7 comentários:
Concordo que a arbitragem esteve mal, mas discordo das razões apontadas. O Lucilio foi artista, sim senhor, à moda antiga. Nos últimos 15 minutos fez uma arbitragem digna de investigação, o lance do penálti nem é o mais ilustrativo. Destaco uma entrada de sola duríssima do David Luís, à entrada da grande área já em período de descontos, merecedora de cartão amarelo que nem deu lugar ao respectivo livre; quando ao contrário qualquer ligeiríssimo encosto dava lugar a marcação de faltas. O Beira-mar fez muito mais faltas do que com o Sporting mas não foi por ser mais agressivo, foi porque o Batista foi um grande artista. Queixas-te de foras de foras-de-jogo inexistentes, eu recordo-me de um, com o jogo em 2-1, ridiculamente assinalado com todos os jogadores do Beira-mar atrás da linha de meio campo. Não tenho tanta certeza que o golo do Nuno Gomes seja limpo, nenhuma imagem é totalmente esclarecedora, mas parece-me que é fora-de-jogo. O batista foi sem dúvida artista. Porque será que o Simão não leva o 5º amarelo? O que terá o Simãozinho que fazer para descansar? É o 3 jogo consecutivo que faz todos os possíveis por descansar mas não o deixam. E o que dizer do lance do penálti, se fosse o Liedson quantas vozes se levantariam…Estou curioso para saber qual é o jogador do sporting que não vai poder jogar o derby.
Finalmente pareces culpabilizar o Anderson injustamente no lance do segundo golo, o homem já nem estava em campo.
Não culpei o Anderson especificamente pelo 2º golo. Mas não sei o que se passa com ele, que tem estado invariavelmente um desastre.
Culpei a defesa do Benfica, e realçei que quase todos os seus elementos têm estado muito mal desde há vários jogos para cá.
Sobre a arbitragem lembro que o Benfica não ganhou o jogo, e pelo contrário terá até perdido ontem as hipóteses que tinha de ser campeão. É ridículo estar-se a afirmar que foi beneficiado.
O golo de Nuno Gomes é limpo, e é falso que as imagens não sejam conclusivas. O avançado está claramente em linha na altura do passe. Como seria o jogo se esse golo tivesse sido validado ?
O penálti sobre Simão é forçado pelo jogador, mas aceita-se perfeitamente (só por má fé é que não) que num lance tão rápido, onde o árbitro está coberto pelo defesa aveirense, e onde, é preciso que se diga, HÁ CONTACTO SEM BOLA entre os jogadores, Lucilio Baptista, que até é um árbitro de quem não gosto (nem concordo com a sua nomeação estando o V.Setúbal em despique directo com o Beira Mar), se tenha equivocado.
Quanto a faltas mal marcadas e por marcar eu referi-me a elas e disse que o Beira Mar tinha mais razões de queixa. Mas em lances capitais acabou por errar para os dois lados, se bem que um golo anulado aos 3 minutos tem uma influência diferente de um penálti aos 94 quando se está a perder e se precisa de ganhar.
O Simão não fez qualquer falta merecedora de amarelo.
Fê-la contra o F.C.Porto, e aí sim devia tê-lo visto. Eu até gostava que o tivesse visto e assim descansar para o jogo europeu.
Temo que acabe por ficar de fora do derby.
É engraçada a forma pavloviana com que Sportinguistas e portistas se unem para clamar veementemente sobre eventuais benefícios ao Benfica sempre que têm uma pontinha por onde pegar, nem que seja uma falta não assinalada ou um cartão por mostrar, quando se deixa passar múltiplas ocasiões em que eles próprios são beneficiados, nesta e noutras épocas.
É de facto difícil ao Benfica ser campeão num panporama destes, em que tem todos os adversários firmemente unidos contra si, vê os jogadores de todas as equipas empenharem-se ferozmente no jogo contra si (ao contrário do que parece acontecer contra outros), e mal um árbitro deixa passar uma falta ou marca um penálti duvidoso logo há uma campanha nacional de pressão e condicionamento.
Para ser campeão nestas condições ao Benfica não bastaria ser melhor. Teria de ser MUITO melhor do que os outros, e de facto não o é.
É engraçado que sendo a equipa portuguesa que mais longe tem ido na Europa nos últimos dois anos, mesmo sendo prejudicada pelas arbitragens como foi no ano passado com o Barcelona e ainda a semana passada frente ao Espanhol, não consiga reflectir a sua valia na liga portuguesa, onde encontra uma hostilidade genreralizada contra a qual não tem sabido lutar.
A classificação real fal por si
O que disse, partindo da arbitragem de ontem, não tinha propriamente a ver com as arbitragens.
Quando digo que o Benfica tem de superar coisas que os outros não têm, refiro-me à forma como todos os adversários no campo disputam os jogos frente ao Benfica (talvez até por terem mais audiência), e à forma como institucionalmente os dois rivais se movem no sentido de atacar constantemente o Benfica, mal surge uma oportunidade para o fazer.
Se o penálti do Simão fosse marcado contra o Benfica nada se dizia. Como foi a favor, mesmo não tendo ganho o jogo, lá estão todos a gritar bem alto que o Benfica é protegido etc etc.
A forma como Porto e Sporting se empenham para destruir o Benfica é notável, e só um clube muito grande e muito forte resiste a esse desgaste.
Nenhum dos outros clubes tem a noção do que isso é. Do que é ser tão odiado.Tão pressionado.
Foi nesse sentido que disse que a vida para o Benfica era invariavelmente mais difícil.
Até porque o Benfica tem grande peso no povo, mas nas instâncias de poder não tem assim tanto. A começar pela comunicação social.
LF
Eu também acho que plantel do Benfica é demasiado curto (12 ou 13 jogadores com hipoteses de serem titulares), muito desequilibrado, após o mercado de Inverno
Agora sou da opinião que jogadores como Paulo Jorge, Miguelito, Manú, Mantorras e até mesmo o Beto deveriam ter mais minutos de jogo, pois não são assim tão maus, o David Luiz entrou porque já não havia outra possibilidade e acabou por se afirmar como um bom jogador e ser uma boa opção para fazer dupla com o Luisão
A culpa não pode ser só da táctica 4-4-2 em losango, há alturas do jogo em que o Benfica joga em 4-3-3, o Manú poderia ser uma solução para a ala direita e o Simão na esquerda, o Miguelito poderia ser uma opção para interior esquerdo, pois é um jogador que defende bem e também sabe atacar, mas não, as opções são sempre as mesmas, João Coimbra e Derlei, o Paulo Jorge não é só um flaqueador, também sabe jogar no meio campo como interior, fez esse papel muitas vezes no Boavista, mas não, as opções são o João Coimbra e o Derlei, o Mantorras, mesmo coxo pode aguentar pelo menos 30 minutos e este pelo menos faz golos ou mexe com a equipa e com os adversários
O plantel é curto, mas podia haver mais opções e fazer descansar alguns titulares, trazendo os outros jogadores empenhados e acreditando que podiam ser uteis ao clube, assim só servem para treinar, a motivação tem de ser muito baixa, treinem bem ou mal, as opções são João Coimbra e o Derlei, assim não temos hipoteses algumas, para lutar com os outros candidatos ao titulo, esta situação dos titulares estarem cansados, era uma questão de tempo, todos sabiam que isto ia acontecer
Sim Catn,
De alguma forma isso é verdade.
Mas onde se faz sentir mais a ausência de opções é na defesa e no meio campo defensivo, onde não existem mesmo alternativas. Nem boas nem más.
No ataque, mesmo assim ainda se roda qualquer coisa.
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