ALTURA DE ARRUMAR AS CASAS
Quando se aproxima a reabertura do mercado de transferências, importa olhar os principais plantéis da nossa liga, identificar lacunas e excedentes, propor soluções.
Começando pelo líder F.C.Porto, tem que se dizer que as lacunas não são muitas tal o desempenho da equipa nesta primeira metade de temporada. Com efeito, alguns dos desequilíbrios que o plantel portista parecia apresentar no início da época – designadamente no sector defensivo - foram claramente ultrapassados e hoje quase não se notam. Jogadores como Bosingwa, Bruno Alves, Raul Meireles e Hélder Postiga têm estado muito acima daquilo que deles se esperaria, e se a eles juntarmos o talento de Quaresma, a inteligência de Lucho, a segurança de Pepe e a elasticidade de Helton, temos a base de um líder incontestado e incontestável.
Ainda assim, e tendo em conta que os regressos de Pedro Emanuel e João Paulo poderão suprir a falta de alternativas no centro da defesa - agravada pela iminente saída de Ricardo Costa para o Marselha -, parece-me que para fazer face sobretudo às suas responsabilidades europeias, o F.C.Porto teria muito a ganhar em adquirir um lateral esquerdo de qualidade, preferencialmente capaz de jogar em ambos os corredores. Também na frente de ataque, falando-se da dispensa de Adriano (talvez por motivos extra-futebolísticos), os dragões precisarão de encontrar uma alternativa a Postiga, dada a demora de Sokota em voltar aos relvados e a irregularidade de Bruno Moraes. Hugo Almeida parece neste momento uma hipótese de difícil concretização, mas dinheiro não faltará nos cofres azuis e brancos se tal se revelar necessário.
Quanto a dispensas, para além das saídas referidas Jesualdo tem um lote de elementos que pouco acrescentam à qualidade do plantel. Estou a lembrar-me por exemplo de Ezequias, Sektioui ou Alan.
Tendo alcançado o apuramento para a fase seguinte da Champions League, não me parece lógico que a direcção portista prescinda de Quaresma. Talvez somente no final da época seja a altura indicada para encher os cofres. Agora é altura de pensar no Chelsea, contra o qual todas as armas serão poucas.
A lesão de Anderson retirou-o temporariamente do mercado.
Passando ao Sporting, teremos de ter em atenção que a eliminação das competições europeias, se por um lado causa limitações ao nível da tesouraria, por outro diminui as exigências em qualidade e sobretudo em quantidade. Assim sendo, as necessidades do Sporting resumem-se a um central capaz de suprir as falhas de Polga ou Tonel, e a um ponta-de-lança para emparceirar com Liedson.
Tem-se falado muito no regresso de Fábio Rochenback. Embora o seu perfil se adequasse à equipa, não parece provável que possa ser ultrapassada a enorme barreira financeira entre aquilo que ganha o brasileiro e o que o Sporting – agora sem mais receitas europeias – lhe pode pagar. Só com muito boa vontade das partes o negócio se poderá concretizar.
Quanto a excedentes parece-me que o Sporting poderia deixar partir os inadaptados Farnerud, João Alves (se Rochenback chegasse até poderiam ambos partir) e Carlos Bueno (ou Alecsandro), neste último caso apenas na condição de poder encontrar um substituto.
É possível que a direcção dos leões se veja tentada a realizar mais valias financeiras com a venda de um dos seus talentosos jovens. Se assim for, Miguel Veloso é talvez aquele que menos falta faz a Paulo Bento, embora o comportamento de Nani seja uma incógnita e o seu mercado incontestavelmente maior. Vender João Moutinho ou Liedson seria suicidário.
Os problemas do Benfica de Fernando Santos passam mais pela organização e sistematização do modelo de jogo do que propriamente por falta de jogadores. Observando o plantel benfiquista a primeira ideia que surge é de excesso e não de falta.
Elementos como Marco Ferreira, Diego Souza, os jovens Pedro Correia e João Coimbra, e mesmo Beto, Moretto ou Karyaka, poderiam muito bem ser cedidos, quer para ganharem ritmo de jogo e mostrarem potencialidades (no caso dos mais jovens), quer como moeda de troca em eventuais reforços.
Kikin Fonseca é um caso a analisar em separado. Caso se entenda que a sua adaptação ao futebol europeu ainda se possa revelar muito demorada – e isso tem de ser feito com equipa técnica e jogador -, talvez fosse melhor vendê-lo (ao fim e ao cabo trata-se de um jogador muito caro) e procurar um substituto capaz de render a mais curto prazo. No meu entender julgo que o mexicano ainda não mostrou tudo o que vale, e para já, sem ter feito muitos jogos, ainda é cedo para concluir seja o que for a seu respeito, pelo que seria talvez de o manter até final da época. Mas não conheço ao pormenor as razões do seu menor rendimento, não sabendo assim se se trata apenas de uma questão de ritmo ou algo mais profundo.
Paulo Jorge e Manu são boas opções de banco mas não estão ainda num grau de maturação suficiente para se assumirem como os únicos flanqueadores do Benfica. Neste sentido veria com muito bons olhos um regresso de Geovanni – eventualmente até com um ordenado mais baixo do que aquele que levou a direcção encarnada a não lhe renovar o contrato.
De braços abertos seria também recebido Manuel Fernandes, apesar de todos os mal-entendidos da pré-época, agora reacendidos pelo Portsmouth ao recusar-se a pagar o valor acordado para a transferência. É claro que isto é a voz do adepto, pois as relações do jogador com o corpo médico e com a direcção poderão ser um obstáculo intransponível para um regresso à Luz. Mas que seria um excelente reforço ninguém duvida, para além de se tratar de um dos poucos elementos oriundos das escolas do clube a atingir a equipa principal nos últimos anos.
À excepção destes dois casos, e de um eventual ponta-de-lança no caso de se concluir pela pertinência da venda de Fonseca, não me parece necessária mais nenhuma aquisição.
Vender Simão só mesmo pelos 20 milhões pedidos no verão passado. Agora mais do que nunca o capitão é um elemento essencial à equipa, e a sua saída será um deitar de toalha ao chão de todas as ambições para esta época. Nem me parece que se deva equacionar a alienação do passe de nenhum titular.
Resumindo, se a decisão fosse minha, tentaria fazer regressar Manuel Fernandes e Geovanni, e cederia Diego Souza, Marco Ferreira, Pedro Correia e João Coimbra.
Começando pelo líder F.C.Porto, tem que se dizer que as lacunas não são muitas tal o desempenho da equipa nesta primeira metade de temporada. Com efeito, alguns dos desequilíbrios que o plantel portista parecia apresentar no início da época – designadamente no sector defensivo - foram claramente ultrapassados e hoje quase não se notam. Jogadores como Bosingwa, Bruno Alves, Raul Meireles e Hélder Postiga têm estado muito acima daquilo que deles se esperaria, e se a eles juntarmos o talento de Quaresma, a inteligência de Lucho, a segurança de Pepe e a elasticidade de Helton, temos a base de um líder incontestado e incontestável.
Ainda assim, e tendo em conta que os regressos de Pedro Emanuel e João Paulo poderão suprir a falta de alternativas no centro da defesa - agravada pela iminente saída de Ricardo Costa para o Marselha -, parece-me que para fazer face sobretudo às suas responsabilidades europeias, o F.C.Porto teria muito a ganhar em adquirir um lateral esquerdo de qualidade, preferencialmente capaz de jogar em ambos os corredores. Também na frente de ataque, falando-se da dispensa de Adriano (talvez por motivos extra-futebolísticos), os dragões precisarão de encontrar uma alternativa a Postiga, dada a demora de Sokota em voltar aos relvados e a irregularidade de Bruno Moraes. Hugo Almeida parece neste momento uma hipótese de difícil concretização, mas dinheiro não faltará nos cofres azuis e brancos se tal se revelar necessário.
Quanto a dispensas, para além das saídas referidas Jesualdo tem um lote de elementos que pouco acrescentam à qualidade do plantel. Estou a lembrar-me por exemplo de Ezequias, Sektioui ou Alan.
Tendo alcançado o apuramento para a fase seguinte da Champions League, não me parece lógico que a direcção portista prescinda de Quaresma. Talvez somente no final da época seja a altura indicada para encher os cofres. Agora é altura de pensar no Chelsea, contra o qual todas as armas serão poucas.
A lesão de Anderson retirou-o temporariamente do mercado.
Passando ao Sporting, teremos de ter em atenção que a eliminação das competições europeias, se por um lado causa limitações ao nível da tesouraria, por outro diminui as exigências em qualidade e sobretudo em quantidade. Assim sendo, as necessidades do Sporting resumem-se a um central capaz de suprir as falhas de Polga ou Tonel, e a um ponta-de-lança para emparceirar com Liedson.
Tem-se falado muito no regresso de Fábio Rochenback. Embora o seu perfil se adequasse à equipa, não parece provável que possa ser ultrapassada a enorme barreira financeira entre aquilo que ganha o brasileiro e o que o Sporting – agora sem mais receitas europeias – lhe pode pagar. Só com muito boa vontade das partes o negócio se poderá concretizar.
Quanto a excedentes parece-me que o Sporting poderia deixar partir os inadaptados Farnerud, João Alves (se Rochenback chegasse até poderiam ambos partir) e Carlos Bueno (ou Alecsandro), neste último caso apenas na condição de poder encontrar um substituto.
É possível que a direcção dos leões se veja tentada a realizar mais valias financeiras com a venda de um dos seus talentosos jovens. Se assim for, Miguel Veloso é talvez aquele que menos falta faz a Paulo Bento, embora o comportamento de Nani seja uma incógnita e o seu mercado incontestavelmente maior. Vender João Moutinho ou Liedson seria suicidário.
Os problemas do Benfica de Fernando Santos passam mais pela organização e sistematização do modelo de jogo do que propriamente por falta de jogadores. Observando o plantel benfiquista a primeira ideia que surge é de excesso e não de falta.
Elementos como Marco Ferreira, Diego Souza, os jovens Pedro Correia e João Coimbra, e mesmo Beto, Moretto ou Karyaka, poderiam muito bem ser cedidos, quer para ganharem ritmo de jogo e mostrarem potencialidades (no caso dos mais jovens), quer como moeda de troca em eventuais reforços.
Kikin Fonseca é um caso a analisar em separado. Caso se entenda que a sua adaptação ao futebol europeu ainda se possa revelar muito demorada – e isso tem de ser feito com equipa técnica e jogador -, talvez fosse melhor vendê-lo (ao fim e ao cabo trata-se de um jogador muito caro) e procurar um substituto capaz de render a mais curto prazo. No meu entender julgo que o mexicano ainda não mostrou tudo o que vale, e para já, sem ter feito muitos jogos, ainda é cedo para concluir seja o que for a seu respeito, pelo que seria talvez de o manter até final da época. Mas não conheço ao pormenor as razões do seu menor rendimento, não sabendo assim se se trata apenas de uma questão de ritmo ou algo mais profundo.
Paulo Jorge e Manu são boas opções de banco mas não estão ainda num grau de maturação suficiente para se assumirem como os únicos flanqueadores do Benfica. Neste sentido veria com muito bons olhos um regresso de Geovanni – eventualmente até com um ordenado mais baixo do que aquele que levou a direcção encarnada a não lhe renovar o contrato.
De braços abertos seria também recebido Manuel Fernandes, apesar de todos os mal-entendidos da pré-época, agora reacendidos pelo Portsmouth ao recusar-se a pagar o valor acordado para a transferência. É claro que isto é a voz do adepto, pois as relações do jogador com o corpo médico e com a direcção poderão ser um obstáculo intransponível para um regresso à Luz. Mas que seria um excelente reforço ninguém duvida, para além de se tratar de um dos poucos elementos oriundos das escolas do clube a atingir a equipa principal nos últimos anos.
À excepção destes dois casos, e de um eventual ponta-de-lança no caso de se concluir pela pertinência da venda de Fonseca, não me parece necessária mais nenhuma aquisição.
Vender Simão só mesmo pelos 20 milhões pedidos no verão passado. Agora mais do que nunca o capitão é um elemento essencial à equipa, e a sua saída será um deitar de toalha ao chão de todas as ambições para esta época. Nem me parece que se deva equacionar a alienação do passe de nenhum titular.
Resumindo, se a decisão fosse minha, tentaria fazer regressar Manuel Fernandes e Geovanni, e cederia Diego Souza, Marco Ferreira, Pedro Correia e João Coimbra.
6 comentários:
LF
Falamos nós de formação, então ceder ( como moeda de troca )estes jogadores oriundos da das nossas equipas jovens, não será matar a mística de ser do Benfica, não será matar todo o trabalho realizado na formação de jogadores
O Manuel Fernandes, então porque dizem mal do Paulo Sousa e do Pacheco, também quizeram mais dinheiro, a conversa do corte de relações com o corpo médico do Benfica, foi treta, ele queria era mais dinheiro e LFV não lho queria dar, o problema foi esse, não é claro, que tenha lugar no 11 do Benfica, não me parece que seja ainda, melhor jogador que o Katsouranis e o lugar do Nuno Assis, irá ser ocupado pelo Simâo, quando regressar o Rui Costa
Estou de acordo, com mais um ponta de lança, pois o Mantorras está acabado para o futebol, vai acabar o contrato com o Benfica ( se for esperto ) e jogar numa 2ª Liga, tirando proveito da sua fama e do seu mediatismo
O Paulo Ferreira, Karyaka e o Moretto, estes sim, devem servir de troca ou vende-los, pois não servem para o Benfica, os jovens fazia-os rodar em clubes da 2º Liga, depois temos o problema do Beto e do Kikin Fonseca
O Beto, pode ser util ao Benfica, quando houver um problema com Petit, pois eu penso, que esse lugar é dele e não do Katsouranis
O Kikin Fonseca, pouco jogou, por isso demonstra pouco ritmo de jogo, mas todos viram, que é um lutador e que sabe movimentar-se na area, eu esperava até ao fim da Liga, para ver melhor
De resto estou de acordo, em relação ao Benfica, os outros não me interessa
O Kikin tem o lugar tapado pelo Micoli e pelo "insubstituível" Nuno Gomes, não sei como é que queres que o homem prove alguma coisa?!! Só se nas poucas oportunidades que tem, desatasse a marcar golos em cima de golos... e assim talvez tirasse o lugar ao Nuno Gomes ou ao Micoli. Vou confessar-te uma coisa, este ano estou farto de torcer por uma lesãozinha (de cerca de um mês)do Nuno Gomes, pois godtei muito do Fonseca no mundial... e tenho uma certa fésada
Catn,
A ideia de emprestar os jovens era a de eles poderem jogar todas as semanas, o que no SLB não vai acontecer tão cedo.
Quanto ao Manuel Fernandes volto a dizer que não sei muito bem até que ponto o problema criado entre ele o departamento médico e a direcção pode ou não ser solucionável. provavelmente não o é.
Eu gostava que fosse, e que ele - jogador criado na Luz - voltasse a ser o nosso Manelelé.
Mas não advogo nenhuma espécie de humilhação por parte dos dirigentes encarnados, nem por ele, nem por nenhum outro jogador.
Um losango com ele, Katsouranis e Petit, com Rui Costa à frente seria fantástico.
Quanto ao Mantorras, parece-me que, apesar de todas as limitações físicas, tem lugar na primeira liga. No Benfica é um elemento importante em termos de mística.
Brytto,
É claro que o Fonseca ainda não teve possibilidade de mostrar tudo o que vale, por esse motivo eu digo que ficaria com ele no plantel.
Mas também é verdade que jogou a titular 4 vezes, e entrou mais algumas, e não marcou um único golo, o que para um avançado nunca é muito positivo.
Além disso, quem já o viu jogar ao vivo (não sei se já tiveste essa oportunidade) sabe que se move a um ritmo muito diferente de Miccoli e Nuno Gomes (e mesmo Mantorras), o que não se encaixa muito bem num sistema de 4-4-2 que não privilegia um ponta-de-lança fixo.
Há um trabalho de adaptação a fazer, que só ele e os técnicos saberão se é demorado ou não.
O Benfica não pode pagar tanto dinheiro a um jogador que passe toda uma época (ou mais) a adaptar-se. É isso que tem de ser avaliado.
No entanto reafirmo que ainda é cedo para conclusões. Também eu tenho uma fé que se venha a tornar num grande goleador do campeonato português, como era no México.
Os sócios também acreditam nele, e ainda no passado sábado o aplaudiram em peso e de pé aquando da sua substituição.
O Nuno Gomes tem um estatuto muito grande no balneário, que também conquistou por ele próprio com golos (mais de 100).
Também eu acho que ele nem sempre rende aquilo que podia render, parecendo por vezes algo acomodado ao estatuto e ao dinheiro.
Mas a sua classe acaba por superar essa falta de agressividade competitiva, e nos grandes momentos a sua presença faz-se sentir.
Desejar-lhe uma lesão não me parece a melhor forma de pugnar pelos interesses do Benfica.
o Benfica é uma merda
o Benfica é uma merda! e o Porto é so corrupção!!! Seus atrasados mentais vão mas é trabalhar!
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