A JORNADA PASCAL

Com a questão do título praticamente definida, a luta pelo segundo lugar ganhou este fim de semana um novo fôlego.
A três jornadas do fim, o Sporting continua a ter o pássaro na mão, até porque dispõe de vantagem no confronto directo e tem um calendário teoricamente mais favorável. Todavia, se nos lembrarmos do que aconteceu nas últimas duas temporadas, primeiro com Fernando Santos (três derrotas nos últimos quatro jogos) e depois com José Peseiro (duas derrotas nos últimos três), verificamos que tudo pode afinal ser possível.
No jogo da Amadora, os leões demonstraram uma grande apatia, sobretudo na primeira parte, certamente devido a algum desencanto em virtude da frustrante derrota da semana anterior. Pode mesmo afirmar-se que o Sporting acabou por ganhar um ponto, pois o Estrela fez o suficiente para merecer a vitória. Ficou claro que Paulo Bento tem pela frente um trabalho psicológico de monta, se quiser mesmo levar a equipa à qualificação directa para a Liga dos Campeões.
No Bessa, o Benfica ganhou bem, mesmo sem deslumbrar, num jogo em que o Boavista manifestou uma grande fragilidade. Depois de uma primeira parte mais equilibrada (e muito fraca de parte a parte), o Benfica apareceu melhor após o intervalo, e então o resultado podia ter mesmo atingido números mais elevados, se Simão e Miccoli não tivessem desperdiçado claras ocasiões de golo.
Destaques individuais positivos para Luisão, Manuel Fernandes, Simão, Mantorras e Manduca. Pela negativa é de salientar a prestação do grego Karagounis, que insiste numa irregularidade exibicional impressionante.
Havia dez anos que o Benfica não ganhava no Bessa, e que melhor altura para matar um borrego que o fim de semana da Páscoa.
O F.C.Porto cumpriu a sua obrigação, ainda que com uma exibição muito aquém daquilo que seria de esperar de uma equipa quase campeã (falta-lhe agora apenas uma vitória). Mas o que é certo é que, jogando bem ou mal, leva sete vitórias consecutivas sem sofrer qualquer golo (e treze jogos sem sofrer golos de bola corrida...).
A luta pela manutenção continua ao rubro, com Belenenses, Marítimo e Académica a darem passos importantes este fim de semana. Rio Ave e Naval complicaram muito as suas contas.
Mas a nota dominante desta liga continua a ser o mau futebol.
Ao contrário da temporada passada, a maioria dos jogos (pelo menos os dos grandes) são enfadonhos, mal jogados e previsíveis. A média de golos em jogos de Benfica, F.C.Porto e Sporting desceu para 2,2 enquanto na temporada passada era, na mesma altura, de 2,5, o que parece ser sintomático.
Nivelamento por baixo é isto mesmo. Ou não ?

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