TIRO AO LAGE

O coro de críticas que jornalistas e comentadores têm feito incesssantemente a Bruno Lage desde que, há cerca de um ano, assumiu o comando do Benfica, chega a tocar o patético.
Se joga ao ataque é porque é demasiado romântico, se joga à defesa é porque desprestigia o Benfica. Se não põe o jogador A é porque é incompetente. Se põe o jogador B é porque é teimoso. Se o jogador C mostra os dentes ao ser substituído, é porque não tem pulso.
Antes era o "Record" e o "Jogo". Agora são todos ("A Bola" perdeu-se com a mudança de proprietários), e todas as televisões, e quase todos os comentadores.  
Como diz o povo: o que eles querem sei seu...
A verdade é que a comunicação social desportiva está, ainda mais do que o Conselho de Arbitragem, inteiramente pintada de verde. E, desde 2019, ficaram com medo do treinador setubalense.
Ora um empate num estádio extremamente difícil, numa primeira-mão em que não se podia falhar, perante uma equipa com jogadores pagos a peso de ouro  (e alguns deles com salários mais elevados do que a maioria dos titulares do Benfica), perante um treinador experiente, sagaz e muito conhecedor do futebol português e do clube da Luz, a jogar em inferioridade numérica longos minutos, sem ter feito pré-época, sem quase ter tido férias, é algo que, em nome da justiça, só por má fé se poderá menorizar.
O futebol tem um condão de imprevisibilidade e de fortuna que muitas vezes é negado por aqueles que vivem de o comentar e de arranjar justificações para resultados por vezes injustificáveis. Por isso, não sei o que irá acontecer na Luz. Mas o que foi feito em Istambul era aquilo que tinha de ser feito: resistir ao ambiente, ao adversário, ao contexto, até à contrariedade da expulsão, e trazer a decisão para Lisboa. Com setenta milhões não se brinca.
Um Benfica pequeno seria um Benfica que arriscasse inutiilmente e saísse vergado a uma derrota dificil de reverter. Um Benfica pequeno é, e foi muitas vezes, aquele que joga para agradar à bancada, e no fim vê os outros a festejar títulos.
Um Benfica grande é aquele que ganha, seja de que maneira for. Que sabe ser inteligente, percebendo que o bom é muitas vezes inimigo do óptimo. E que, particularmente no plano internacional, entende que o primeiro passo para vencer é anular estrategicamente os pontos fortes dos adversários.
Ando há anos a pedir uma equipa viril, combativa e calculista, que não precise de tantas estrelas, nem de gastar tanto dinheiro, para, na raça e na estratégia, ganhar jogos e troféus. Bruno Lage, que era geneticamente um treinador ofensivo (às vezes até demais), tem feito um caminho muito interessante e louvável no sentido de dotar a sua equipa de agressividade e frieza. Viu-se em alguns momentos da época passada, que infelizmente acabou mal pelos motivos que todos conhecemos, mas que alguns parecem querer ignorar. Está a ver-se agora, numa altura em que deita o violino pela janela e recorre ao tambor para manter a equipa viva em todas as frentes, tendo já vencido a Supertaça, tendo vencido fora de casa no primeiro jogo do Campeonato, tendo ultrapassado o primeiro adversário europeu, e tendo boas hipóteses de ultrapassar o segundo e marcar presença na liga milionária, tudo, até agora, sem sofrer um único golo. Como dizia um sábio, quem quer ópera vá ao São Carlos.
Obviamente Lage comete erros, como toda a gente. Obviamente não é o melhor treinador do Mundo, senão estaria num colosso espanhol ou inglês. É, sim, um excelente treinador, muito conhecedor do Benfica, com inteligência para perceber onde está e o contexto do momento (desportivo e não só), com humildade para aprender com os erros e evoluír com as experiências que vai acumulando.
Para mim, enquanto benfiquista, o que digo é  "Força Lage! Vai em frente com as tuas ideias! Ignora os que querem mal a ti e ao Benfica!".

PORQUE NÃO DESVIAR JOTA SILVA?

Não é uma superestrela, mas joga precisamente na posição em que o Benfica está carenciado. É português, e seria investimento bastante em conta.
O futebol é um desporto colectivo, e não adianta procurar um Messi - que não existe, e qualquer aproximação ficará sempre caríssima, sendo também incerta.
Precisa-se de um jogador para aquela posição: Jota Silva é um jogador, bastante razoável, para aquela posição. 
Além disso, evitava-se que seguisse para o rival, dando-lhe uma bicada, que mais não fosse no plano emocional. 
Quanto ao risco de Varandas ficar ofendido,  nem sequer digo nada. Aliás, não haverá um só benfiquista que se preocupe com isso. Pois não?

MITOS

Há mentiras que, de tantas vezes ditas, se transformam em verdades. Por vezes de forma não intencional, todos passamos então a tratar como factos aquilo que são meras aparências - ou nem isso. Um desses mitos é o de que Rui Costa tem comprado mal. É verdade que houve alguns flops (Arthur Cabral e Jurasek à cabeça), mas se olharmos para o prato completo veremos que a generallidade dos atletas contratados mostrou, pelo menos, algum valor. Entre essas contratações houve negócioss fenomenais de jogadores com passagens curtas mas enormes mais-valias financeiras, como Enzo (entra por 24 sai por 120), Leonardo (entra por 18 sai por 40) ou Carreras (entra por 6 sai por 50). E outros que estão por descobrir (Rios, Ivanovic, Schjelderup ou Prestianni). Há ainda contratações a "custo zero" com grande impacto (Di Maria), e outras circunstanciais (Brooks veio no último dia de mercado para suprir lesionados, e acabou por não fazer falta devido à súbita afirmação de António Silva).
Não constam da lista os jogadores emprestados, desde os úteis Amdouni, Gonçalo Guedes, aos assim-assim Belotti, e também alguns fiascos (Draxler, Bernat, R.Sanches e Kabore, os três primeiros, de qualidade comprovada, devido a pproblemas físicos).
Eis a lista compleeta:

KEREM FOREVER

53 jogos, 16 golos, 11 assistências, 4 golos na Champions, 1 golo no jogo do título, tudo na primeira temporada em Portugal. Joga à esquerda, à direita, e se necessário no meio, em apoio ao ponta-de-lança. Corre o tempo todo. Defende o seu flanco com garra e sentido colectivo. Tem inteligência e mentalidade forte (viu-se no episódio Kokçu/Auckland, viu-se agora em Istambul). Durante meses foi o melhor jogador do Benfica. Tanto quanto julgo saber, não aufere um salário disparatado. O que lhe falta para ser inegociável neste mercado?
Vender Kerem por 22 e comprar Amoura por 34? Trocar o certo pelo incerto? Pagar um salário certamente mais elevado? Não me parecem boas ideias. Se é para elevar a massa salarial, premeie-se então o turco.
Enfim, pode haver dados que desconheço, e é bom fazer sempre essa ressalva. A olho nu, visto de fora, vender Akturkoglu nesta altura para ir à procura de um substituto, não me faz nenhum sentido.
Até porque de uma equipa que ficou a dois passinhos da glória total, que com uma arbitragem isenta de erros teria feito o "triplete", já saíram jogadores demais.


ATITUDE

Atitude é a palavra que me ocorre para definir a exibição do Benfica na Turquia. Nem sempre brilhante, mas sempre coesa e intensa.
Na primeira parte os encarnados tiveram o controlo da partida, e podiam mesmo ter marcado. Na segunda, o onze de Mourinho apareceu mais audaz, e foi assumindo o domínio do jogo - o que se acentuou com a insensata expulsão de Florentino. 
Foi a vez de Lage alterar o figurino da equipa, revelando um Dedic capaz de fazer um pouco daquilo que, tacticamente, Carreras fazia na época passada: fechar por dentro de modo a criar uma linha de cinco, que foi evitando males maiores. A dada altura a ideia era mesmo arrastar o zero a zero até ao fim.
Tal como aqui havia dito, foi um jogo de resistência, no qual o primeiro de todos os objectivos foi cumprido: levar a decisão para a Luz. E, já agora, com mais uma folha limpa. Cinco jogos, zero golos sofridos.
Há que enaltecer o compromisso revelado por todos os jogadores, ainda que alguns deles precisem de mostrar mais (falo, por exemplo, e outra vez, de Rios, mas também de Ivanovic, que entrou demasiado trapalhão para aquilo que a equipa na altura necessitava: segurar bolas na frente, e permitir aos colegas respirar).
De salientar a excelente exibição de Akturkoglu enquanto esteve em campo, o que mostra bem o seu profissionalismo, e reforça a minha vontade de o ver continuar na Luz. 16 golos e 11 assistências não são para deitar fora, nem trocar por pontos de interrogação.
O árbitro esteve bem. E na ponta final do jogo até ajudou a apressar o apito final. O Benfica, que nas fases mais adiantadas da prova faz figura de equipa pequena, nas pré eliminatórias é um tubarão, e faz-se respeitar pelos árbitros. Para o bem e para o mal, é assim a UEFA.
Agora há que dar tudo na Luz. Creio que um Benfica ao seu melhor nível chegará à fase seguinte.

OITO JOGOS, UMA VITÓRIA

É o balanço global do Benfica em viagens à Turquia. A única vitória foi justamente com...Bruno Lage:
A verdade é que o Benfica passou todas as eliminatórias/grupos referentes a estas partidas. Mas esse registo deve-se aos resultados obtidos na Luz (alguns inclusivamente volumosos), pois na Turquia os números não são brilhantes.

O ambiente é frenético.  E sei do que falo.
Em 2013 tive a oportunidade de ver o Benfica no Sukru Saraçoglu (meias-finais da Liga Europa), e recordo-me bem de entrar nas bancadas já perto do início da partida (fruto de dus horas de trânsito entre a parte europeia e a parte asiática da cidade), e do impacto do ruído a um nível como nunca ouvira, ou voltei a ouvir, em estádios de futebol. Ruído esse que não cessou durante todo o jogo. Lembro-me igualmente dos gritos e gestos agressivos (quase de guerra) em direcção ao local onde, juntamente com mais uns quantos benfiquistas acanhados, me encontrava, e da exígua "segurança" que existia a proteger-nos - e que me dava a sensação de que, se os turcos investissem sobre nós, os seguranças... investiam também. Por fim, à saída, no autocarro, e perante festejos imensos nas ruas que fariam pensar tratar-se de uma vitória na final da Liga dos Campeões (acabaram eliminados, como se sabe), até polícias, digo bem, polícias, faziam gestos provocatórios dirigidos a nós - meio a sério, meio a brincar.
No fim, percebi que era tudo apenas barulho. Não houve incidentes. Mas de entrada aquilo intimida. Sobretudo a quem não está habituado e não sabe ao que vai.
Passaram doze anos, e acredito que a Turquia seja diferente. O futebol turco também o é. Regressei ao país em 2015, mas em visita turística. Se voltasse ao estádio, iria com outro espíirito e outra tranquilidade. Na altura, aquilo foi alucinante e metia medo.
Já agora, quem nunca foi a Istambul e tenha oportunidade de o fazer, faça-o. É uma cidade verdadeiramente espantosa, com vários mundos num só mundo, juntando quinze milhões de pessoas muito diferentes entre si, várias culturas, muita história, e que se espalha por dois continentes (pelo menos na altura) bem diferentes.

RESISTIR

 ...e trazer a decisão para Lisboa. Não me parece possível resolver já as coisas, como aconteceu em Nice.
Trubin, Dedic, António, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

PARA RICO?

Não se trata de uns quartos-de-final com o Real Madrid. Estes são os preços dos bilhetes para uma pré-eliminatória contra uma equipa turca.
Além da exorbitância de valores, não percebo as diferências entre bancadas semelhantes. Se o jogo fosse a meio da tarde, diria que era sol e sombra, como nas touradas. Assim...não sei.
Tenho Red Pass, mas há aqui qualquer coisa que me escapa. Até pensei que fosse engano.
As férias passadas no Triângulo Dourado terão feito mal aos responsáveis da bilhética do Benfica.

SOL NA CAPARICA, SOMBRA NA REBOLEIRA

O Benfica venceu, e num jogo de futebol isso não é a coisa mais importante: é a única. 
Porém, se nos limitássemos aos resultados, não valeria a pena escrever nada. E a verdade é que a exibição encarnada foi medíocre. Foi mesmo a pior realizada até agora nesta nova temporada. 
O Estrela não merecia ter perdido, e isso quer dizer que talvez o Benfica não merecesse ter ganhado. Valeu uma grande penalidade, e muita sorte na manutenção de mais uma folha limpa na baliza de Trubin. 
Não quero crucificar Rios. O rapaz ainda anda a apalpar terreno e a perceber onde está, e só o futuro dirá se aprende com os erros - os seus e os da sua bela mulher.
Deixando de lado o episódio do concerto na véspera do jogo, também preciso de dizer que o colombiano ainda não me convenceu. Dois ou três pormenores são insuficientes para quem vinha com tão alta cotação, e sendo o reforço mais caro tem sido também, até agora, o mais apagado (naturalmente de entre os que têm sido titulares).
Em Istambul o jogo será diferente. Teremos, com certeza, uma equipa mais focada e mais intensa.
O ambiente será tremendo (em 2013 tive oportunidade de o conhecer ao vivo, sendo, até hoje, aquele que mais me impressionou de todos os estádios onde estive). E José Mourinho conhece bem as debilidades do Benfica.
Mas acredito que a equipa de Bruno Lage pode apresentar muito mais futebol do que o que se viu hoje. Tem mesmo de o fazer.
PS: a morte de Cruz é a partida de mais um campeão europeu. Embora de algum modo esperada, é naturalmente uma notícia bastante triste para o universo benfiquista.
Condolências à familia, e que descanse em paz.

ENTRAR A GANHAR

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis. 

PORQUE NÃO O KEREM?

Anda o Benfica percorrendo ceca e meca em busca de um extremo, dispondo-se a gastar mais umas dezenas de milhões,  quando tem, no seu plantel, alguém que joga bravamente de um lado e do outro do campo, tem boa finalização, até defende, e já está identificado com a equipa e o treinador.
Falo naturalmente de Kerem Akturkoglu, um excelente profissional, que em certa altura da época passada chegou a ser o melhor jogador do Benfica.
Percebo que numa óptica meramente contabilística seja interessante vender por 25, ou 22, ou 20, um activo que custou 15. Mas se a prioridade são os títulos, tem de se pensar além disso.
Quer sair? Aumente-se o ordenado. Ele merece, e pode ser uma mais-valia desportiva para um plantel que ficou a  meio-Gyokeres da glória,  mas do qual já saiu muita gente (Carreras, Kokçu, Renato Sanches, Di Maria, Amdouni, Belotti e Arthur Cabral, sem falar em Bajrami ou André Gomes)
Não será muito fácil encontrar alguém,  ao mesmo preço, que garanta os seus números. 
Se há no meio deste processo algo que desconheço, peço desculpa. Com os dados que tenho, era Kerem e mais dez.

NUMA NICE

Os franceses até entraram bem, quer na primeira,  quer na segunda parte.
Num e noutro caso, rapidamente o Benfica reagiu, assumindo o jogo, e criando oportunidades para marcar mais alguns golos.
Não era preciso fazê-lo. O apuramento nunca esteve em causa.
Uma vez mais, gostei de todos os reforços, mas o maior destaque vai para Aursnes - que com um golo e uma assistência (como o seu compatriota Schjelderup), para além de mais alguns momentos de brilhantismo, foi o melhor em campo.
Venha o Fenerbahce de Mourinho.

DESCONFIAR

Estas vitórias fora, que quase resolvem as eliminatórias, acarretam o risco de criar demasiado conforto e alguma displicência. 
Ora do outro lado não está uma equipa de São Marino ou de Gibraltar. Está o quarto classificado de um dos "Big Five". Que certamente não deitou, ainda, a toalha ao chão. 
Por isso há que desconfiar, e entrar em campo como se houvesse 0-0.
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

MEIO CAMINHO ANDADO

A vitória fora de casa por 0-2 coloca o Benfica a um passo do playoff.
O resultado foi justo e reflecte uma excelente exibição da equipa encarnada, que parece ter recuperado a alta velocidade da curta pré época que se viu obrigado a fazer.
Ainda é cedo para conclusões definitivas, mas até agora estou a gostar bastante de todos os reforços (enfim, Obrador ainda não se mostrou), e também da dinâmica da equipa.
A primeira parte da Supertaça foi fraca, mas na segunda parte do jogo do Algarve, e em toda esta partida, o Benfica deixou uma nota de optimismo - que o futuro ditará se fundado ou não. 
Mais do que a qualidade individual, a equipa parece bastante unida e combativa, o que não será alheio à morfologia dos novos centrocampistas.
As transicções defensivas ainda carecem de afinação, mas de resto já se vê mais maturação do que aquela que seria de esperar nesta altura.
Não farei destaques individuais precisamente porque foi o colectivo que mais se viu, e que mais brilhou.
Faltam noventa minutos, mas, se não houver deslumbramentos, o playoff estará já ali.

ATAQUE AOS MILHÕES

Pelo prestígio e pelo dinheiro (no plano estritamente desportivo, observo que a Liga Europa este ano está particularmente aberta e apetecível).
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Barreiro, Pavlidis e Schjelderup.

UM CAMPEÃO

Irritante em campo, enquanto adversário, mas sempre respeitador fora dele. 
Jorge Costa era uma referência do seu clube, mas foi também um elemento preponderante na Selecção Nacional - nos Sub 20, campeões mundiais na Luz em 1991, e na equipa principal ao longo dos anos seguintes.
Parte cedo demais, de forma inesperada e chocante.
As minhas condolências à familia, bem como ao FC Porto e aos seus adeptos.

NOIS PISA NA CABEÇA, NOIS BATE NA MULHÉ

Mais um porco no plantel do Sporting, clube que outrora se dizia de cavalheiros:
Luís Suarez, com processos de violência doméstica em cima. 
Se bate na mulher, como será este animal em campo? Tão selvagem como Matheus? Tão provocador como Pote? Tão estúpido como Nuno Santos? Tão sonso como Morita? Tão palerma como Esgaio?

O CAMINHO DAS PEDRAS

Feyenoord ou Fenerbahce de Mourinho. Pior não era possível. 
Para já o foco está no Nice, que também não será nada fácil. 
Chegar à Champions é imperioso. Mas o caminho é duro. 

PROENÇA-O-VELHO

Independentemente daquilo que a Justiça venha a apurar sobre Vieira, independentemente da opinião que tenhamos sobre ele, independentemente de quem apoiemos no processo eleitoral, a verdade é que gostei de o ver encostar Pedro Proença às cordas.
Proença é a mentira mal contada do futebol português. E o que fez como árbitro, a sua, digamos, habilidade (que lhe permitiu também lograr uma carreira internacional de sucesso, seguindo as três regras de ouro para tal: boa forma física, falar bem inglês e manipular resultados sem dar demasiado nas vistas) chegaria para formar um perfil definitivo do personagem.
Muitos têm criticado Rui Costa por ter de certo modo apoiado a sua eleição na FPF. Admito que possa haver razões que desconheço (o futebol assemelha-se à realpolitik internacional, e todos vimos os sorrisos e agradecimentos de Von der Leyen para Trump depois de...), mas com os dados que tenho sou obrigado a juntar-me a essas vozes.
Continuo a apoiar Rui Costa no Benfica, mas jamais apoiaria Proença fosse no que fosse. E acho que, nesse ponto, o presidente do Benfica cometeu um erro crasso.
Se a candidatura de Vieira não servia para nada, pois pelo menos para isto já foi útil. 
Benfica e Proença, depois do que vimos nas primeiras décadas deste século em campo, e do que temos visto nesta fora do campo, não podem partilhar nada. Proença é o antibenfiquismo em pessoa, disfarçado com a habilidade de um arrivista bem falante e espertalhão. 

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PAVLIKERES

O primeiro título oficial já está. 
Mesmo com duas semanas de preparação, o Benfica vingou de alguma forma a derrota do Jamor, e desta vez sem pisões na cabeça, venceu a partida.
A primeira parte foi medonha. Mas há que sublinhar a capacidade do Benfica impor o ritmo baixo que lhe convinha, e a incapacidade do Sporting para acelerar o jogo. Os encarnados não jogavam, mas o rival também não conseguia mostrar muito, nem aproveitar a falta de entrosamento do meio-campo benfiquista, salvo numa ou noutra tabela de Pote. E sem o ponta-de-lança sueco que sozinho resolvia tudo, foi-se para intervalo em branco.
Agora o melhor avançado veste de vermelho, e para além de todo o enorme trabalho que fez ao longo da partida (claramente o melhor em campo), marcou no momento certo. Daí em diante viu-se outro jogo. E se a qualidade técnica continuou a não ser brilhante, a garra e a agressividade que todos os jogadores do Benfica puseram no relvado chegaram para dar alguma justiça à vitória. 
Apresentando um onze de combate, foi no combate que a Supertaça se decidiu.
No Jamor, a equipa de Bruno Lage foi superior e deixou fugir o pássaro. No Algarve, mesmo sem música,  garantiu o troféu de fato-macaco. A Taça da Liga viera por penáltis. Podia ter vencido todas, e ainda o Campeonato.
Há muito trabalho pela frente, mas nada como começar com uma taça nas mãos. Ou duas, se contarmos com a Eusébio Cup.