SERÃO AS ASSEMBLEIAS GERAIS REPRESENTATIVAS?
Já perdi a conta às Assembleias Gerais que houve este ano no Benfica (a não vamos ficar por aqui). Por tudo e por nada, convoca-se uma AG, que é aproveitada, não para discutir o ponto, ou os pontos, em agenda, mas sim para confrontar os dirigentes - demasiadas vezes com gritaria e insultos. Há também quem as aproveite para protagonismo pessoal, por vezes com grande sucesso.
Talvez neste caso se aplique a máxima de Churchill quando falava da democracia. Talvez as AG sejam o pior sistema para tomar decisões...à excepção de todos os outros. Mas há que fazer uma reflexão profunda sobre elas, o seu modo de funcionamento e a sua representatividade num clube que tem 326 mil sócios, mas onde 325 mil dos quais pura e simplesmente não vão às AG's, deixando para estas um número aproximado ao dos presentes numa partida de Voleibol - o que acontece pelos mais diversos motivos, um dos quais a distância para Lisboa e a dificuldade de um cidadão trabalhador em se manter por lá a noite toda até às 3 da manhã.
Os benfiquistas não têm todos de ser "ultras" - embora estes achem que o clube é só deles. A maioria dos sócios gosta de ver futebol, quer que o Benfica ganhe, mas não se interessa muito pelos jogos de poder que se passam longe do relvado. Muitos dos sócios estão longe de Lisboa, espalhados pelo país e pelo mundo. Fazem sacrifícios enormes para poder ir a alguns jogos. Querem futebol e vitórias. Dispensam converseta e discussões, muitas vezes estéreis e quase sempre divisionistas.
Talvez neste caso se aplique a máxima de Churchill quando falava da democracia. Talvez as AG sejam o pior sistema para tomar decisões...à excepção de todos os outros. Mas há que fazer uma reflexão profunda sobre elas, o seu modo de funcionamento e a sua representatividade num clube que tem 326 mil sócios, mas onde 325 mil dos quais pura e simplesmente não vão às AG's, deixando para estas um número aproximado ao dos presentes numa partida de Voleibol - o que acontece pelos mais diversos motivos, um dos quais a distância para Lisboa e a dificuldade de um cidadão trabalhador em se manter por lá a noite toda até às 3 da manhã.
Os benfiquistas não têm todos de ser "ultras" - embora estes achem que o clube é só deles. A maioria dos sócios gosta de ver futebol, quer que o Benfica ganhe, mas não se interessa muito pelos jogos de poder que se passam longe do relvado. Muitos dos sócios estão longe de Lisboa, espalhados pelo país e pelo mundo. Fazem sacrifícios enormes para poder ir a alguns jogos. Querem futebol e vitórias. Dispensam converseta e discussões, muitas vezes estéreis e quase sempre divisionistas.
A consequência é que uma larga fatia das AG fica por conta de grupos de jovens com pouco que fazer, mais ou menos organizados, oriundos de Lisboa ou da sua periferia, que com grande capacidade de mobilização e de ruído, condicionam e, no limite, podem até manipular, os trabalhos e as decisões que afetam todo o clube. Já correu mal. Temo que um dia possa correr ainda pior.
Não sei se é viável, mas parece-me que se deveria ponderar a transmissão televisiva das AG (de qualquer forma acabam por aparecer, subvertidas, noutros canais televisivos), e promover a possibilidade de todas as votações serem feitas on-line. Isto naturalmente tem os seus riscos, mas deixar 325 mil sócios de fora parece-me bem pior.
Talvez por isto mesmo alguns estranhem que, à contestação violentíssima feita em redes sociais, não corresponda a eleição de presidentes nas urnas. É que esta é feita, também, nas Casas do Benfica espalhadas pelo país e pelo mundo, não ficando nas mãos de vanguardas que se julgam iluminadas (e, na História, as vanguardas iluminadas deram sempre mau resultado), que continuarão a vingar nas AG enquanto estas mantiverem o formato actual.
