VENHA DE LÁ MOURINHO

Fosse o José Mourinho de há dez anos atrás, e o seu regresso ao Benfica seria apoteótico, com confetis e banda de música. Provavelmente esse Mourinho não viria para Portugal. Como, de resto, não veio.
O José Mourinho de hoje não tem o mesmo toque de Midas que fez dele um dos melhores treinadores do mundo (se não o melhor) na primeira década deste século. Há mais de dez anos que não ganha um campeonato (depois da segunda passagem pelo Chelsea, treinou Manchester United, Tottenham, Roma e Fenerbahce), e foi acumulando chorudas indemnizações (já mais de 100M) em sucessivos despedimentos.
Embora muitos dos métodos inovadores que apresentou no início da carreira sejam hoje de algum modo corriqueiros, o "Special One", mesmo sem ser o elemento disruptivo que era no passado, não deixa de ser, ainda assim, um treinador muito experiente, com grande capacidade de liderança e de comunicação, que pode ser uma mais-valia, particularmente face ao momento que o Benfica atravessa.
Há treinadores melhores? Há. Mas dentro do lote daqueles que o clube pode, realisticamente, contratar, não vejo muitos.
Espero que Mourinho traga vontade de completar o trabalho que não pôde fazer em 2001, e traga, também, mais energia do que aquela que demonstrou na recente pré-eliminatória em que foi eliminado por...Bruno Lage.
Se se confirmar a sua contratação, Mourinho será, a partir desse momento, o meu treinador. E, espero, o treinador de todos os benfiquistas, apoiem eles o candidato A, B ou C nas próximas eleicções para os órgãos sociais.

OBRIGADO, BRUNO LAGE!

CAMPEONATO 2019

SUPERTAÇA 2019

TAÇA DA LIGA 2025

SUPERTAÇA 2025
-Obrigado por uma segunda volta inesquecível em 2019, com 18 vitórias e um empate em 19 jogos (triunfos no Dragão, em Alvalade, Braga e Guimarães), e um título nacional com o qual já ninguém contava;
-Obrigado pelos jogadores da formação lançados na equipa principal, sobretudo João Félix que rendeu ao clube 120 milhões de euros, após seis meses de trabalho com o treinador;
-Obrigado pela Supertaça de 2019, conquistada com uma goleada ao Sporting (5-0), a maior em dérbis nos últimos 35 anos;
-Obrigado pela magnífica primeira volta de 2019-20, com 18 vitórias nos primeiros 19 jogos. Depois a equipa caíu a pique de forma nunca explicada, mas, suspeito, alheia ao treinador (prémios em atraso?);
-Obrigado pela retumbante reentrada no Benfica, com goleadas ao Atlético de Madrid, ao FC Porto (em casa e fora, batendo record de décadas), vitórias fora em Belgrado, no Mónaco (duas vezes) e em Turim, e excelentes exibições face ao Barcelona de Pedri, Yamal, Lewandowski e Raphinha, e uma brilhante Champions com a qual o Benfica atingiu o top dez do ranking da UEFA;
-Obrigado por ser o treinador do Benfica que me recordo de mais vezes ganhar no Estádio do Dragão;
-Obrigado por uma saborosa Taça da Liga conquistada ao rival, em Leiria;
-Obrigado por um Campeonato que não ganhou por uma bola ao poste (ou por um penálti cometido pelo ombro de Otamendi, como se queira), mas onde recuperou de uma considerável diferença pontual, e acabou por fazer mais pontos que o Sporting nas jornadas em que comandou a equipa, mesmo sem ter escolhido o plantel, mesmo com arbitragens hostis quase desde início;
-Obrigado por uma Taça de Portugal que ganharia no Jamor não fosse um dos maiores roubos de arbitragem de que tenho memória;
-Obrigado por um Mundial de Clubes muito digno, em que bateu o Bayern de Munique pela primeira vez na história do clube, e em que, tal como na Liga dos Campeões, foi a equipa portuguesa que mais longe chegou;
-Obrigado pela Supertaça da corrente época, conquistada bravamente ao Sporting, mesmo em circunstâncias extremamente difíceis, quase sem férias e sem pré-época;
-Obrigado pelo apuramento para mais uma Champions, alcançado diante de duas boas equipas, sem sofrer qualquer golo em quatro partidas;
-Obrigado, enfim, pela dignidade com que sempre representou o Benfica, pela simplicidade como que se comportou, e pelo benfiquismo que nunca escondeu, numa altura de grande pressão em torno do clube;
-Obrigado, Bruno Lage! Espero que não venhamos a ter saudades mais cedo do que pensamos.

E AGORA?

Confesso que me sinto totalmente ultrapassado pelos acontecimentos, e qualquer comentário que faça será sempre mais emocional do que racional. Em todo o caso, digo o seguinte:
Os factos são que Bruno Lage há cinco dias atrás tinha um registo de resultados perfeito, perdeu apenas um jogo esta época (Qarabag), não perde nos noventa minutos em Portugal desde Janeiro (Casa Pia em Rio Maior), na temporada passada perdeu um campeonato em que fez, enquanto treinador do Benfica, mais pontos do que qualquer outra equipa nas mesmas jornadas, e perdeu uma Taça de Portugal em que a arbitragem foi protagonista como todos vimos. Além disso, já havia sido campeão pelo clube, ganhou também uma Taça da Liga e duas Supertaças, goleou duplamente ao FC Porto (em três deslocações ao Dragão, ganhou duas vezes) e esmagou o Atlético de Madrid, com uma exibição deslumbrante. Ganhou vários jogos fora do país (Belgrado, Monaco, Turim, Nice), realizou uma boa Champions e um bom Mundial.
Talvez nos últimos tempos tenha perdido o plantel, ou pelo menos parte dele. E essa é a explicação que eu encontro para o despedimento. De outro modo, ele seria injustificável à luz das circunstâncias - momento da época, resultados, escolha do plantel e período pré-eleitoral. Até porque isto já aconteceu com outros treinadores, e depois de algum tempo de estado de graça, tudo voltou ao mesmo.
Acredito que o ambiente, fora e porventura também dentro, ia tornar-se irrespirável a partir de agora.
Todos gostamos de emitir opiniões desde fora. Aqui, não faço outra coisa. Neste caso precisaria de mais elementos (que não tenho, que não temos) para ajuizar a situação.
Se isto contribui para a reeleição de Rui Costa? Claro que não.

CUM CARABAG!!!

Assim fica difícil. Tenho defendido este treinador tanto quanto posso. Entrou bem na época, conseguiu dois importantes objectivos. Não me esqueci da forma como perdeu dois títulos na época passada, nem que já foi campeão na Luz. Não esqueço também algumas exibições maravilhosas com ele no banco.
Depois da paragem para as selecções, o Benfica entrou em curto-circuito. Porquê? Não sei,  embora seja notório um elevado nivel de nervosismo, que leva os jogadores a precipitarem constantemente as suas decisões. E esse nervosismo também vem de fora.
Lage tinha razão numa coisa: o Qarabag nada tem a ver com o Santa Clara. E pelas características que mostrou, até parecia ser um adversário mais ao jeito do futebol vertigem do melhor Benfica. 
Esse melhor Benfica durou meia-hora. E,  sob a batuta de Sudakov, isso até parecia chegar para garantir uma vitória tranquila, capaz de serenar as hostes mais inquietas.
O primeiro golo dos azeris mexeu com a equipa e com o estádio. Mas enfim, não parecia ainda ser demasiado grave. O empate a abrir a segunda parte foi, porém, um golpe demasiado duro num conjunto já sobre brasas.
Até ao fim os jogadores correram, lutaram, mas sempre com mais coração do que cabeça. A derrota acaba por ser cruel e injusta, mas não deixa de nos colocar muitas interrogações. 
Ao perder em casa com aquele que era à partida, em contexto Champions, o adversário mais acessível, o Benfica comprometeu desde já o seu futuro na competição. Como diz o povo, o que começa torto tarde ou nunca se endireita. Ou os encarnados ganham em Londres, ou ao Real Madrid - coisas que neste momento nos parecem fantasiosas - ou as contas vão ser muito difíceis de fazer até ao fim.
Mas a Champions não interessa nada a uma parte dos adeptos, que só contabilizam taças (alguns deles, apenas contam as perdidas). Por isso, há que reagir no campeonato. Qualquer outro resultado nas Aves que não seja uma vitória,  deixará Bruno Lage em maus lençóis. 
Por aquilo que hoje correram, não me parece que os jogadores não estejam com ele (mas... estarão todos?). Há muitas atenuantes neste princípio de época, bastante atípico, por diversos motivos. Mas como tantas vezes acontece no futebol, os maus resultados geram uma bola de neve da qual se torna difícil sair. E quando assim é, há que mudar alguma coisa, há que injectar uma nova energia para dar a volta à situação. 
Com um troféu conquistado, com um registo perfeito até há cinco dias atrás, é prematuro deitar fora um treinador. Mas, é preciso reagir de imediato. É preciso limpar a cabeça, e ignorar todo o ruído que se vai intensificar a partir de agora,  e blindar o plantel. Se Lage o consegue fazer? Cabe-lhe a ele mostrá-lo rapidamente. O valor de um treinador também se vê na forma como lida com os momentos difíceis. Este é, inegavelmente, um momento difícil. 
Uma coisa é certa: defenderei o Benfica eternamente. 
Mas não defendo treinadores eternamente. Nem jogadores. Nem presidentes.

ZYGMUNT BAUMAN

RETROTOPIA: nostalgia de um passado idealizado por quem não o viveu, e que na verdade nunca existiu.

EVOLUÇÃO SLB - ranking da UEFA

 De 2002 a 2026.

MUDAR ALGO

Não tendo os flanqueadores que tinha na época passada, talvez o Bruno Lage pudesse mudar o sistema táctico, pelo menos em alguns jogos.
Obviamente que esata solução teria de ser trabalhada, mas não me custa nada propô-la.

MILHÕES PARA CÁ, MILHÕES PARA LÁ

No estadio, e não só, ouviu-se agora que uma equipa de milhões não consegue ganhar a dez santaclarenses. É só meia verdade.
A verdade completa diz também que o Benfica vendeu, por mais de cem milhões, metade da equipa titular - que tinha ficado a um poste e um pisão de ganhar tudo. Carreras, Florentino, Kokçu,  Akturkoglu e Di Maria (já agora, a propósito de El Fideo, deixem-me dizer: que saudades). Nem vou aos Tiagos Gouveias, aos Cabrais, aos Amdounis, aos Bellottis ou aos Renatos, falo apenas do onze base. E podia acrescentar que saíram três dos quatro melhores elementos da equipa.
E se as saídas de Carreras e Di Maria eram mais ou menos inevitáveis, e a de Kokçu era mais ou menos aconselhável,  talvez as de Tino e Kerem tivessem sido excessivas. Veremos.
Uma coisa é certa, foi muita mudança, num contexto difícil,  sem tempo, nem férias, nem pré época.
Outra coisa é igualmente certa. Tal como na política há quem ache que votar em aldrabões populistas vai resolver,  por magia, todos os problemas do país e do mundo,  também no Benfica  há quem ache (e hoje, depois deste empate, muita gente) que mudar de presidente fará a equipa jogar melhor, o Otamendi deixar de escorregar, o Rios acertar um passe, e o Benfica ganhar o campeonato com uma perna às costas, face a dois rivais que têm, neste momento, melhor equipa (custa a admitir, mas é verdade, sobretudo na comparação com o vizinho de Alvalade).

TRISTE ESPECTÁCULO

Não quero crucificar ninguém, sobretudo a quente. Mas sinto-me de alguma forma traído ao verificar que uma equipa e um treinador que tanto tenho defendido, deram tão fraca nota de si próprios, numa altura em que já era de esperar mais alguma coisita em termos de bom futebol. Ou, pelo menos, uma vitóriazita, como as da Amadora e Alverca, deixando a nota artística lá mais para diante. 
Nem uma coisa, nem outra.
Foi tudo demasiado triste. Uma equipa desligada, passiva, previsível,  conformada, e por fim desastrada. Substituições que não trouxeram nada, bem pelo contrário.  E jogadores a precisar de banco (desde logo Rios, que, a cada jogo que passa, me faz lembrar mais de Weigl, e consegue enervar-me mais do que Kokçu - que pelo menos sabia passar uma bola).
Também é verdade que, se a exibição do Benfica foi miserável,  a do Santa Clara, com onze e com dez, miserável foi. O Benfica mereceu o castigo, mas os açorianos não mereciam o prémio. É isto a liga portuguesa: equipas que não jogam nem deixam jogar,  e outras que, por desinspiração ou incompetência, não o conseguem fazer. Nesta noite , a haver justiça, tinham perdido ambos.
Começa também a ser um padrão exasperante o Benfica perder pontos (e troféus,  como no Jamor) no tempo de compensação.  Ou ando distraído ou não vejo isso acontecer com os outros. Pelo contrário,  lembro-me sobretudo do Sporting marcar com frequência nos últimos segundos, e conseguir virar resultados assim. O Benfica nunca o consegue, e vê vitórias fugir dessa forma com demasiada frequência,  normalmente com gritantes erros individuais associados. Falta de concentração? Não sei, mas não acredito muito em coincidências e menos ainda em bruxas, pelo que Bruno Lage deverá analisar o caso e, primeiro perceber porque acontece, depois evitar que volte a acontecer. Por mim, estou farto disto. Foi o AVS, foi o Arouca, foi o Jamor, e agora mais esta. Foi-se um campeonato e uma taça com golos nos descontos, e a saga continua. Já nem vou ao Kelvin, nem ao Matheus Nunes, nem ao Catamo, nem...enfim, a lista é demasiado longa.
O que leva um jogador com a experiência de Otamendi, que até estava a ser dos menos maus, a decidir daquela forma um lance em que era bastante fácil atrasar a bola com o pé, ou dar um pontapé para as couves? Pois não sei.
É futebol, dizem. Mas ou o futebol embirra com o Benfica, ou há muita coisa a rever.
Não me apetece dizer muito mais sobre este jogo negro, e preciso de dois ou três dias sem futebol para enfrentar o futuro.
Na terça feira não espero uma reacção.  Exijo-a!

GANHAR

A jogar bem, a jogar mal ou assim-asssim. Só interessam os três pontos.
Trubin, Tomás Araújo, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis. 

BENFIQUISMOS

Quando aprendi a ser benfiquista, nem sabia quem era o presidente do clube. Sabia, sim, tudo sobre o Chalana (nome completo, data e local de nascimento), sobre o Nené, o Shéu, o Humberto Coelho, o Bento. Lia, relia e decorava os números e nomes que constavam dos “Cadernos d’A Bola” – publicação que permanecia durante meses na minha mesa de cabeceira. Conhecia também o glorioso passado do clube através das fascinantes histórias que o meu pai me contava, vividas, quer ainda no Campo Grande, quer mais tarde no Estádio da Luz, com intérpretes heroicos como Rogério Pipi, Arsénio, José Águas, e depois, o grande Eusébio.

Só havia um canal de televisão, sem tempo para futebol, muito menos para discussões sobre ele. Não havia internet, e muito menos as redes sociais que trouxeram a taberna para o espaço público -infelizmente não só no desporto.

O que me interessava eram as fintas de Chalana, os cortes de Humberto, os passes de Shéu, os golos de Nené, as defesas de Bento, e, sobretudo, as vitórias do Benfica – que ainda assim nunca deixou de ser um clube democrático, e em que a democracia precedeu, no tempo, a do próprio país.

É algo perturbador constatar que hoje, para uma parcela de benfiquistas, muitos deles ainda bastante jovens, seja mais aliciante polarizar opiniões em torno de temas como os estatutos, as eleições ou os candidatos. Talvez sinal dos tempos, dos algoritmos e da histeria colectiva que tomou conta das sociedades ditas “modernas”, com consequências ainda imprevisíveis.

Obviamente também irei votar, e farei a minha escolha na altura própria, mas, caramba, o Benfica que me interessa não é o das burocracias. É o dos jogos e o das vitórias. No Benfica que eu amo, os protagonistas são os jogadores e os treinadores. E faço questão de vivê-lo assim até ao acto eleitoral.

CONTAS

Embora os dados (em milhões de euros) do Benfica sejam já referentes à totalidade de 2024-25, e os dos rivais sejam relativos à primeira metade (ou seja, ligeiramente menos actuais), esta é a verdadeira situação económica das três SAD. O resto são "pinars", como alguém sábio dizia.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Há três anos atrás, na sequência da invasão da Ucrania, praticamente todas as federações do mundo, bem como o Comité Olímpico, suspenderam a participação da Rússia nas diversas competições desportivas.
Ora o que se passa em Gaza não tem certamente menor gravidade. Porém, Israel continua alegremente sem sofrer qualquer sanção, e a participar em tudo como se nada estivesse a acontecer. Vê-se o que se está a passar na Volta a Espanha em bicicleta - prova em que a UCI obriga à participação de todas as equipas do primeiro escalão, deixando a organização sem armas para dar resposta -, mas, ainda no ciclismo, viu-se que, na Volta a Portugal, sem essa obrigatoriedade, a equipa de Israel (no caso, uma espécie de equipa B) foi convidada (!?!?), ao mesmo tempo que o vencedor da prova, um russo, não podia sequer exibir a bandeira do seu país. No futebol é o mesmo: falta a Rússia, mas lá está Israel.
Não questiono o princípio, tantas vezes afirmado pela FIFA e pela UEFA, segundo o qual não deve misturar-se desporto com política. Mas nesse caso jamais as equipas russas e os seus atletas (que, de facto, não têm culpa nenhuma daquilo que faz Putin), deveriam ter sido proíbidos de competir. Abriu-se um precedente, e agora o que não pode é haver dois pesos, conforme o bandido é mais ou menos inimigo do mundo ocidental. Só falta castigar um qualquer jogador que um dia destes se lembre de levantar a camisola e exibir uma mensagem de apoio ao massacrado povo palestiniano.
Todas estas entidades (a começar na União Europeia) perdem credibilidade a cada dia que passa, pela falta de critério, e pela falta de firmeza (quando o mundo mais precisava de tudo isso). A participação de Israel nas competições desportivas da UEFA (sem sequer ser um país europeu) é só mais uma prova.
Espero que os acontecimentos da Vuelta sirvam pelo menos para reflexão.

EMBARAÇOSO

Quem conhece mais do que uma ou duas Casas do Benfica, sabe que as há do melhor e do pior. Desde as que são verdadeiras embaixadas de benfiquismo, que promovem iniciativas para acompanhar e apoiar o clube, e que são imprescindíveis para fazer chegar o Benfica a todo o país, e mesmo a todo o mundo, às que não passam de tascas semi-fechadas para petiscos baratos dos seus dirigentes. 
O que não pode haver, de todo, é Casas que emprestem o nome do Sport Lisboa e Benfica a comícios políticos - seja de que partido forem. Aliás, isso belisca os mais nobres artigos dos estatutos do clube que as apoia.
Nesse sentido, a acção da Casa do Benfica da Bairrada tem de merecer um vivo repúdio,  e algo mais, por parte da direcção encarnada. E se aconteceu com mais do que um partido,  o repúdio terá de ser a dobrar.
Ou o evento é cancelado (encontrem outro espaço que nada tenha a ver com o Benfica), ou esta Casa do Benfica muda de órgãos sociais, ou, se nenhuma das coisas acontecer, deverá perder todo o apoio institucional de que, como as outras, beneficia.
Rui Costa e a direcção do clube não podem aceitar um acto que embaraça grande parte dos sócios do Sport Lisboa e Benfica, e provavelmente alguns dos sócios da própria Casa da Bairrada.

O QUE FICOU A FALTAR?

É esta a configuração final do plantel do Benfica. Obviamente algumas posições não são estanques (desde logo Aursnes), mas globalmente não fugirá muito a isto.
O que terá ficado a faltar? Enfim, partindo do princípio que os últimos reforços (Lukebakio e Sudakov) são bons, e que Manu Silva poderá regressar mais rapidamente do que se previa, creio que mais um ala, tipo Akturkoglu, não seria excessivo. Até porque nem Aursnes, nem Rêgo (nem Prestianni) são extremos, e Bruma estará lesionado ainda algum tempo. Ou seja, apenas haverá dois extremos puros (Lukebakio, que por agora também está lesionado, e Schjelderup). Há também a possibilidade de subir Dahl em alguns jogos, designadamente da Champions, lançando Obrador (se estiver preparado para tal). De resto o quadro parece bem preenchido, havendo ainda a eventualidade de algum dos jovens se afirmar (e isso, mais do que de Lage, depende dos próprios e do seu trabalho no dia a dia de treinos). Esperemos, por outro lado, que não haja lesões em elementos fundamentais (por exemplo Aursnes ou Pavlidis).
Globalmente o plantel é bom. Mas...Sporting e, sobretudo, FC Porto também se reforçaram bem.
A época passada foi toda ela discutida taco a taco com o rival de Alvalade (finais das taças e campeonato até ao fim). Esse Sporting, dos titulares, perdeu "apenas" Gyokeres, e vai ter de volta alguns lesionados. O Benfica viu partir, do seu onze base, Carreras, Florentino, Kokçu, Di Maria e Akturkoglu (praticamente meia-equipa). O FC Porto revolucionou tudo, estando manifestamente mais forte. Vamos ver o que acontece.

SOBRE AS ELEIÇÕES

Ainda que a minha escolha já vá estando mais ou menos definida, só irei debruçar-me em detalhe sobre as eleições no momento próprio, ou seja, na semana que as antecede. Até lá, quero é que o Benfica ganhe os jogos.
Todavia, dada a paragem para as selecções, queria deixar aqui, muito sumariamente, a minha opinião sobre alguns aspectos de âmbito pré-eleitoral.
DEBATES: Se os houver, irei naturalmente assistir. Mas não faço qualquer questão que aconteçam. Diria mesmo que os dispenso. Cada candidato pode fazer chegar as suas propostas por outros meios, e não necessariamente a quente, de forma retórica - que naturalmente favorece quem tem o dom da palavra. Houve e há, exemplos claros na política partidária, de quem tivesse sido, ou seja, quase imbatível em debates. E não houve, como não há, qualquer correspondência desse talento retórico com seriedade, competência ou preparação. 
VOTO ELECTRÓNICO: A mim não me interessa se voto em papel ou num ecrã (desde que o sistema seja devidamente validado pelas candidaturas). O que me parece imprescindível é garantir que todos os sócios tenham forma de votar, independentemente do local onde vivam. Um sócio de Penalva do Castelo, de Serpa ou de Genebra, não pode ter menos direitos do que aqueles que vivem na grande Lisboa. Já basta a predominância que têm nas Assembleias-Gerais (e as disfuncionalidades que isso por vezes origina). Isto vale por dizer que, ou há voto electrónico, ou terá de haver urnas em todas, ou quase todas, as Casas do Benfica.
BTV: Parece-me importante que a BTV ponha à disposição das várias listas algum espaço na sua programação, devidamente identificado e equilibrado.
AUDITORIAS: Rui Costa cometeu o erro de prometer disponibilizar aos sócios uma auditoria, e infelizmente teve de cumprir. Viu-se o fartote que isso representou para a comunicação social, e para os comentadores rivais. Espero que tenha ficado de exemplo. Num contexto altamente competitivo, onde o acesso à informação tem de ser acautelado, fazer uma espécie de striptease dos negócios do Benfica é um tiro no pé. Só num mundo cor-de-rosa o acesso ficaria restrito aos sócios do clube. Acabará tudo estampado nos jornais e nos programas televisivos, embalado, truncado e manipulado ao gosto de cada um. Espero que quem ganhar as eleições não ponha os seus interesses políticos à frente dos interesses do clube. Por isso, é melhor não começarem já a prometer auditorias a isto e àquilo. Depois até podem fazer-se, mas não se ganha nada em divulgá-las.

O 1ºDIA DO RESTO DA VIDA DE LAGE

Cumprir-se-á na próxima sexta-feira um ano civíl certinho desde que Bruno Lage regressou ao Benfica.
Na altura, a equipa encarnada estava já a cinco pontos do Sporting, fruto de uma derrota em Famalicão e um empate em Moreira de Cónegos. O treinador setubalense não fizera a pré-época, não escolhera o plantel, chegara com o mercado de transferências já encerrado, mas mesmo assim deitou mãos à obra e conseguiu levar o futebol da equipa até níveis bastante elevados. Alcançou seis triunfos consecutivos (entre os eles uma vitória em Belgrado e uma goleada 4-0 ao Atlético de Madrid, com uma exibição deslumbrante), e só no final de Dezembro perderia o primeiro jogo em contexto nacional, em Alvalade por 1-0, tendo pelo meio goleado o FC Porto na Luz por 4-1.
Em Janeiro venceu a Taça da Liga, o primeiro troféu que disputou. Atingiu os oitavos-de-final da Champions, discutindo taco a taco com o Barcelona (depois de quatro vitórias fora de portas).  Em Abril venceria no Dragão, novamente por 4-1 (algo que não sucedia há mais de cinquenta anos), e com esse triunfo atingiu a liderança da classificação. Sem esquecer a onda gigante de lesões que dizimou o plantel por essa altura.
Depois veio o jogo com o Arouca, em que a rasteira com o ombro de Otamendi, naturalmente revertida pelo VAR, mas objecto de igóbil insistência do árbitro António Nobre, custou dois pontos, e com eles o primeiro lugar. Chegou-se ao dérbi de todas as decisões com o Benfica a necessitar de ganhar. Infelizmente o remate de Pavlidis bateu no poste, e o título foi para Alvalade.
Na final da Taça aconteceu o escândalo que ninguém poderá esquecer. Um pisão na cabeça, já em tempo de descontos, foi ignorado pelo VAR, e permitiu ao Sporting uma reviravolta quando muitos dos seus adeptos já haviam abandonado o Jamor.
Apesar de Lage ter feito mais pontos que o Sporting, o Benfica perdeu o Campeonato. Apesar de ter jogado melhor e merecido vencer no Jamor, o Benfica também perdeu a Taça. Os resultados não fizeram justiça ao treinador e ao seu trabalho. O destino foi cruel, demasiado cruel.
A honrosa participação no Mundial de clubes quase não deixou espaço para férias e/ou pré-temporada, antes da Supertaça e das pré-eliminatórias da Champions. Mesmo nessas circunstâncias extremamente difíceis, o Benfica venceu o Sporting no Algarve, e, batendo sucessivamente Nice e Fenerbahce, qualificou-se para a Champions. Além disso, não perdeu qualquer ponto nas três primeiras jornadas da Liga.
Defendi ardentemente o treinador até este momento, em contramão com muitos benfiquistas que não lhe perdoaram a perda (digo eu, injusta) de Campeonato e Taça na época passada. Como acabei de escrever, houve imensas atenuantes para tal, como as haveria também para a eventualidade de não ter ganho, por exemplo, a Supertaça, ou ter cedido, por exemplo, um empatezeco nestas primeiras jornadas. Fellizmente isso não aconteceu, e o registo em 2025-26 é para já perfeito.
E aqui estamos, na primeira pausa para selecções. 
O mercado de Verão trouxe aquilo que Bruno Lage pediu (enfim, não veio Mbappé, mas vieram jogadores com as características e para as posições escolhidas pelo técnico). Agora, todo um novo mundo se abre. Um mundo de exigência.
Com um plantel desenhado por Lage, daqui em diante não haverá mais atenuantes.para um eventual fracasso. Estou e estarei com ele até ao fim, mas, meus amigos, exijo-lhe o Campeonato. A Champions é para ganhar dinheiro e chegar o mais longe possível, a Taça de Portugal é por vezes aleatória, a Taça da Liga vale o que vale. Dou tudo isso de barato, mas quero o Campeonato. Esse, exijo-o ao treinador, aos jogadores e ao presidente.
Vamos a isso!

GRATO

Não gosto de autopromoção, até porque escrevo apenas por amor à arte e ao Benfica.
Mas tenho de agradecer aos leitores pelo novo record registado pelo VEDETA DA BOLA no passado dia 1 de agosto, imediatamente após a Supertaça, em que somou 58279 visualizações, quase um Estádio da Luz cheio...
Obrigado a todos! Espero que continuem a dar vida a este espaço, seguramente um dos mais antigos da blogosfera desportiva portuguesa (parece impossível mas já vai para trinta anos...).

"LOUCURAS"

Este é o quadro de entradas e saídas no SLB na noite do fecho do mercado. As alterações no plantel são muitas (talvez demais, como aqui escrevi), mas em termos económicos o saldo é positivo.
Pese embora essa evidência, a comunicação social tem-se esmerado em dizer que o Benfica cometeu loucuras, que gastou mais de 100M (uma verdade incompleta), que foi o clube que mais gastou, que fez um all-in por motivos eleitorais, etc, etc, etc.
Lamento que a comunicação social tradicional esteja mergulhada numa crise profunda (neste triste mundo digital, as receitas vão todas parar a Sillicon Valley), e que muitas pessoas hoje apenas consumam redes sociais, com as consequências que issa traz, nomeadamente no incremento de populismos, fake news e demagogia política. Porém, é preciso dizer que ela (comunicação social tradicional) se põe a jeito, deturpando realidades e manipulando opiniões ao gosto de cada editor ou jornalista. Os media desportivos, eivados de clubismo, e onde o Benfica não tem influência minimamente correspondente ao seu peso social, são um exemplo, perdõem-me a redundância, exemplar.
Podem-se fazer as contas de várias formas, mas um empréstimo com cláusula de compra obrigatória é uma venda (ou uma compra) como qualquer outra. O compromisso económico é assumido. Nenhum Revisor Oficial de Contas dirá outra coisa. E se raciocinarmos em termos de tesouraria, então o Sporting também não recebeu 65M por Gyokeres, mas apenas uma prestação de um plano de pagamento a vários anos - como sempre acontece em transacções desses montantes.
Se nos lembrarmos que o Benfica, entre Champions e Mundial de Clubes, arrecadou quase 100M, percebemos melhor as "loucuras" em que entrou neste mercado.
Pode haver rendimento desportivo ou não. Isso é outra questão, que só mais tarde vamos perceber. Mas em termos meramente económicos, a SAD encarnada investiu apenas uma parte (pouco mais de metade) daquilo que obteve em receitas extraordinárias (que, grosso modo, nos últimos meses, terão sido pois cerca de 250M).
Que diriam estes mesmos escribas e comentadores se o Benfica contratasse um jogador, e por uma falha administrativa amadora não o conseguisse inscrever a tempo na Liga?

MALAS DE CARTÃO

SPORTING: 7 cartões amarelos

ADVERSÁRIOS DO SPORTING:  14 cartões amarelos e 2 cartões vermelhos

BENFICA: 12 cartões amarelos e 1 cartão vermelho

ADVERSÁRIOS DO BENFICA:  9 cartões amarelos

A FERROS!

Já se esperava um jogo difícil. Por vários motivos. Eu tinha avisado.
Mas quando Schjelderup atirou ao poste, perdendo aquele que podia ser o 0-3, a partida parecia encaminhada. O Benfica fizera por isso.
Até à expulsão o resultado foi estando controlado. Tanto quanto as circunstâncias permitiam. Depois...
Vou ficar atento a este Alverca (um ponto em quatro jogos) para perceber se jogará sempre assim, ou se hoje foi, enfim, um dia especial, preparado de forma especial. Não é caso único, e ao contrário do que parece, creio tratar-se de mais um sinal daquilo que é o futebol português no seu pior. Este tipo de equipas, clubes e treinadores, de nível medíocre,  que só correm e jogam contra aqueles a quem acham que devem tirar pontos, que não têm adeptos mas ainda assim proíbem adereços do clube que os visita e lhes dá as únicas receitas que, directa ou indrectamente, auferem, estão manifestamente a mais no campeonato. Nem sequer servem para dar lugar aos jovens portugueses, como se viu pelo onze inicial apresentado. E se querem críticas ao Rui Costa, aqui vão elas: basta de andar aos abraços com esta gente toda. O Benfica tem de perceber que caminha em campo minado, e não podem ser apenas os adeptos (e agora também, um pouco, o treinador) a ter essa noção e a afirmar essa triste realidade. 
Da arbitragem já sabemos o que esperar. A manipulação dos cartões, nos jogos do Benfica e do Sporting,  está, pelos vistos, a ser a forma escolhida para inclinar os campos. O segundo amarelo a Dedic foi claramente exagerado. O golo do Alverca é precedido de uma entrada sobre Samu, que merecia, pelo menos, ser revista. Acabou por correr bem, mas houve demasiada gente empenhada em que corresse mal. Há muita gente empenhada em puxar os pés a este Benfica. 
Força Bruno Lage!
Obrigado por este início de época perfeito, contra tudo e contra todos!
Recorrendo a linguagem do PREC, que faz agora cinquenta anos: Abaixo a centralização! Por uma liga com oito ou dez (verdadeiros) clubes! Rua com o lixo dos alvercas e dos custódios! E destes árbitros de aviário à la Proença!
Enquanto benfiquista dedicaria a vitória também a Ricardo Esteves - jogador miserável, que conspurcou a camisola do Benfica numa altura em que esta estava bastante barata, e agora, por qualquer ressabiamento que desconheço, dedica-se a tentar deitar abaixo, na Sport Tv (porquê ele?), um clube pelo qual nunca devia ter passado.
Como dizia Maradona, que "la siguen chupando".

JOGO PERIGOSO

Trubin, Dedic, António, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Barreiro e Pavlidis

NÃO SERÁ DEMAIS?

André Gomes, Bajrami, Carreras, Florentino, Kokçu, Renato Sanches, Di Maria, Aktukoglu, Bellotti, Tiago Gouveia, Amdouni e Arthur Cabral.
A ser verdade o que se diz de Tino, de Kerem e de Gouveia, serão doze (!!) os jogadores a sair, por diferentes motivos, e em diferentes circunstâncias, do plantel do Benfica. Mais do que uma equipa completa. Acrescem os lesionados de longa duração Bah, Nuno Félix, Manu Silva e Bruma. Se os somarmos, dá 16. 
Recordo que, na última época, a equipa encarnada perdeu o Campeonato na última jornada (para Gyokeres mais dez) e a Taça no último minuto (da forma que se viu), fez uma boa Champions, um bom Mundial e ganhou a Taça da Liga. Creio que precisava de dois ou três ajustes cirúrgicos e não propriamente de uma revolução.
Não são apenas nomes, são pessoas, que trabalhavam juntas e que se conheciam entre si. Agora será todo um novo grupo, sem algumas das importantes referências do anterior. E já com a época em pleno curso.
Oxalá corra bem. Mas assim de repente, parecem-me mudanças a mais.

POUCA SORTE, MUITA FÉ

Se o Real Madrid e o Chelsea são, digamos, o prato do dia no pote 1, e pouco há a fazer além de sonhar, já o Nápoles e o Newcastle eram bem dispensáveis nos potes 3 e 4.
Nessa medida, o sorteio correu mal ao Benfica.
Todavia, creio que haverá boas hipóteses de terminar nos 24 primeiros. Os jogos em casa com italianos e alemães irão ser decisivos, acreditando que seja possível trazer pontos, pelo menos, de Amesterdão. E, claro, ganhar ao Qarabag na Luz.
Na época passada chegavam 11 pontos. Tendo sido uma prova algo atípica (o campeão PSG terminou atrás do Benfica,  o também o City se viu em apuros), acredito que nesta edição 10, ou mesmo 9, possam chegar. Ou seja, vencer três dos jogos em casa e obter um empate fora.

RANKING DA UEFA

Isto também não interessa nada. Aliás, o Belotti é que tem a culpa de ter levado com os pitons de um animal na cabeça. É o Rui Costa, é o vieirismo.

NÃO FAZ SENTIDO

António Silva disse na conferência de imprensa, e bem, que a Champions League não faz sentido sem o Benfica.
De facto, desde 2010 os encarnados apenas falharam uma participação (2020-21, pandemia, Paok, qualificação em jogo único no campo do adversário). Neste período, só os dois gigantes espanhóis e o Bayern fizeram o pleno.
Eis o top-10 de participações nestes últimos 16 anos:

É claro que alguns adeptos do Benfica não ligam nada a isto. Querem é estatutos, eleições e demissões.

BOLAS QUENTES E BOLAS FRIAS

Bolas quentes (a evitar): 
POTE 1 - PSG e Bayern
POTE 2 - Arsenal e A.Madrid
POTE 3 - Tottenham e Napoles
POTE 4 - Newcastle e A.Bilbau

Bolas frias (venham elas):
POTE 1 - Dortmund e Chelsea
POTE 2 - Frankfurt e Brugge
POTE 3 - Slavia e Bodo
POTE 4 - Pafos e Kairat

JÁ ESTÁ!

Mesmo com um sorteio pouco simpático, mesmo sem férias e sem pré-época, mesmo com uma arbitragem manifestamente hostil nesta partida decisiva, o Benfica aí está, uma vez, mais na Champions League.
E está com todo o mérito, após uma demonstração de superioridade que não deixou dúvidas. Já na Turquia tinha sido melhor (pelo menos enquanto teve onze jogadores), e na Luz foi muito melhor.
O jogo só não estava decidido ao intervalo porque o árbitro não deixou - anulando um golo limpo a Barreiro,  depois de outro antes já ter deixado algumas dúvidas (ainda não estou convencido, embora não tenha visto todas as repetições). Também Livakovic brilhou, evitando em mais de uma ocasião que a bola entrasse na sua baliza.
À terceira foi de vez, e nem esta arbitragem foi capaz de impedir o terceiro golo do Benfica,  único que valeu, e que viria a ser determinante.
Na segunda parte o Fenerbahce subiu mais, arriscou, e com o resultado a manter-se tangencial foi acreditando que podia ser feliz. Ainda assustou, com uma bola na trave. Mas a expulsão de Talisca matou a esperança turca.
Até final o Benfica soube congelar o jogo, e fazer com que o tempo avançasse sem passar por mais calafrios. 
Individualmente destacaria Kerem, pelo golo que valeu, mas também Barreiro (um golo limpo e uma assistência), que, com a sua intensidade e abnegação, mostrou merecer a escolha de Lage. António Silva também voltou a estar imperial, e assim não há Tomás que o faça sair do onze.
Sobre o árbitro não vale a pena dizer mais nada: um artista da UEFA, a fazer lembrar Proença. 
Supertaça, qualificação para a Champions, duas vitórias na Liga, dez golos marcados, zero sofridos. E uma equipa a crescer de jogo para jogo, superando todas as contrariedades.
Ora agora digam lá mal de Bruno Lage...

PODE SER POR MEIO A ZERO

Embora a Liga Europa esta temporada esteja particularmente aberta e apetitosa (atenção ao FC Porto), o Benfica tem de estar na Champions. Pelo passado, pelo presente e pelo futuro. Nos últimos quinze anos, só uma vez os encarnados ficaram de fora da grande montra do futebol europeu e mundial (Paok 20/21). Há que continuar a senda, marcar presença e chegar o mais longe possível - embora uma parte dos adeptos não queira saber disso para nada.
Força Benfica! Depois da Supertaça, vamos ao segundo objectivo da época!

PS: Não tenho comentado entrevistas de candidatos à presidência do clube. Para mim, esse assunto só interessará na semana anterior ao acto. O que quero agora é ganhar jogos, pois é essa a forma como sempre senti o Benfica. Em todo o caso, devo dizer que achei o timing da entrevista de Noronha Lopes bastante mal escolhido. Na véspera de um dos jogos mais importantes da época, e provavelmente o mais importante até às eleições, exigia-se algum recato. Mas, enfim, cada um toma as decisões que entende, e eu, como sócio, cá estarei para julgar.

PONTOS CARDEAIS

Depois do apuramento para a Champions das equipas mais a leste de sempre (Kairat Almaty), mais a norte de sempre (Bodo-Glimt) e mais a sul de sempre (Pafos), falta que a mais a oeste de sempre garanta também o apuramento: o Benfica. 
PS: Entretanto lembraram-me que já houve equipas israelitas a participar, ficando pois a sul do Chipre. De qualquer modo, não deixa de ser notável a distância entre os quatro extremos nesta edição da prova.

NOTAS SOBRE O MERCADO

Depois de meses de notícias e desmentidos, manchetes e folclore, agora sim, a poucos dias do fecho do mercado, é oportuno falar um pouco do assunto.
Começemos pelo que está consumado. Primeiro as saídas:

CARRERAS - a venda do lateral era, naturalmente, inevitável, sobretudo a partir das excelentes exibições na Champions contra equipas espanholas (Atlético e Barcelona). O valor de 50 milhões corresponde ao potencial do jogador, pelo que nada há a dizer a não ser desejar-lhe sorte. Deixa uma responsabilidade grande nos ombros de Dahl e Obrador, pois na última época habituamo-nos a ver, na ala esquerda do sector defensivo, um dos melhores elementos da equipa.
KOKÇU - outra saída que se tornou inevitável, esta a partir do episódio do Mundial. A mim, particularmente, não deixa quaisquer saudades. Nunca foi aquilo que se esperava dele e que fundamentava tão elevado investimento. Foi melhor jogador da Eredivisie onde apenas se ataca, e ele, como médio, sempre se pautou por uma certa negligência sem bola. Com tiques de vedetismo indisfarçáveis, recuperar quase todo o investimento foi um milagre. Apesar de tudo, também lhe desejo sorte, mas bem longe da Luz.
ARTHUR CABRAL- o exemplo paradigmático do flop anunciado. Alguém, num dia infeliz, pensou que podia ser ele o substituto de Gonçalo Ramos, e deu 20 milhões por um jogador que, já com 25 anos, nunca jogara na selecção, nunca jogara a Liga dos Campeões, e era suplente da...Fiorentina. Logo nas primeiras impressões se percebeu que eram milhões a mais para jogador a menos. Sempre me pareceu ter potencial, sim, mas para pivot de...Futsal. Nos relvados, falta-lhe escola, falta-lhe sentido posicional, falta-lhe tempo de salto, falta-lhe velocidade, falta-lhe sentido colectivo, falta-lhe capaidade de pressão, falta-lhe eficácia de remate. De vez em quando conseguia um golo bonito, fruto do bom toque de bola, mas nada mais dava à equipa a não ser confusão na linha da frente. Também pagou pelo facto de, ao mesmo tempo, no mesmo período e praticamente pelo mesmo dinheiro, o Sporting ter contratado um sueco de quem já não nos recordamos bem. 12 milhões acabou por ser o possível, sendo que se trata de um bom rapaz, mas que não valeria mais do que metade daquilo que o Benfica acaba por recuperar. Preferia o Musa, e até o Tengstedt.
TENGSTEDT - apesar de o preferir ao brasileiro, a verdade é que nunca se impôs no Benfica. Ter condições atléticas, e escola de movimentos, mas as deficiências técnicas são demasiadas para um clube como este. Assim, a venda tornou-se natural, mesmo perdendo dinheiro. Como memória fica aquele golo ao Sporting, ao minuto 96.

Passemos às entradas:

DEDIC - espero não me enganar, mas parece-me que estamos perante uma excelente aquisição. Falta vê-lo em testes mais exigentes, como Sporting e Porto, ou Champions (assim o esperamos...), mas quanto a velocidade e capacidade técnica já se apresentou, e bem. Mais do que Bah, parece ser uma espécie de Nélson Semedo. Para já, creio que podemos estar descansados quanto à posição, sendo que o dinamarquês ainda voltará (se tudo correr bem) nesta temporada. 10 milhões parece um bom preço para um jogador ainda com margem para progredir.
OBRADOR - custou apenas 5 milhões, e vem para ser alternativa a Dahl. Tem Carreras como exemplo:  ambos jovens, ambos espanhóis, ambos laterais esquerdos, ambos formados no Real Madrid, ambos vindos de empréstimo, ambos com ambição de jogar a Champions, valorizar-se e voltar à casa mãe. Se Obrador seguir as pisadas do seu antecessor, temos homem. Caso contrário, agarremo-nos a Dahl. Do pouco que vi em campo não desgostei, mas também não me encheu o olho - uma vez mais como Carreras, que também não impressionou nas primeiras aparições como titular.
BARRENECHEA - até agora gostei bastante daquilo que vi. Uma espécie de Florentino, mas com capacidade de passe frontal. Tem margem de crescimento. Tem passagem por grandes clubes e grandes campeonatos. Tem a garra tipicamente argentina. Não me admirava de o ver, um dia, sair por um valor bem superior ao que custou. Na segunda metade da época disputará o lugar com Manu Silva. Até lá, temos Florentino na rectaguarda, do qual falarei mais adiante.
RIOS - à partida esperava-se que Richard Rios, ainda por cima rodado e a meio da sua temporada biológica, fosse, digamos, "o" reforço. É obviamente prematuro dar o caso como perdido, mas a verdade é que, até agora, não me convenceu, ou, pelo menos, não é aquilo que eu esperava dele, e que qualquer adepto esperaria do jogador mais caro da história do Benfica. Mais do que um Enzo Perez, faz lembrar, preocupantemente, Weigl, ou o próprio Kokçu, acima referido. Esperemos que seja uma primeira impressão, se bem que os grandes jogadores normalmente dispensam períodos de adaptação. Precisa de perceber rapidamente o que é o futebol europeu, a velocidade a que tem de pensar e jogar, e a forma como deve gerir a presença muscular (preferencialmente ganhando duelos sem ser em falta, coisa que até agora se viu pouco). Aguardemos por uma grande exibição, que lhe possa transmitir a confiança para se afirmar.
IVANOVIC - é preciso começar por dizer que 22 milhões é uma pechincha para um ponta-de-lança goleador na equipa campeã da Bélgica. Do que se viu, não creio que esteja ao nível de Pavlidis, mas é muito, mas muito melhor do que Arthur Cabral. Pode fazer uma boa dupla com o grego, se bem que nos jogos de maior aperto deva ser, sobretudo, uma alternativa ao titular. É o tipo de jogador que pode marcar muitos golos na liga portuguesa. Assim seja.

Veremos então os casos em aberto:

AKTURKOGLU - a melhor notícia destas semanas foi a continuidade do extremo turco, que tem tudo o que um jogador à Benfica deve ter: garra, velocidade, intensidade, técnica, golo. No seu melhor, foi um caso sério na época passada, chegando a levar a equipa às costas durante um par de meses. Pelo que se vê à distância, gosto da sua personalidade, do seu caracter, da sua fibra. Ficando mais dois oou três anos, tornar-se-á, estou seguro, um jogador muito carismático entre os adeptos. Uma proposta de 25 por quem custou 12 era música para a contabilidade. Mas perder Kerem para ir buscar um Amoura qualquer por 35M seria um risco desportivo (e também financeiro) que o Benfica parece ter entendido, e bem, não correr.
TIAGO GOUVEIA - caso o Benfica chegue à fase regular da Champions, é provável que contrate um extremo. Nessa medida, Gouveia ficará sem espaço. Não é um craque, mas, por mim, caberia bem no plantel. Até porque não há por lá muitos extremos direitos. Se vier alguém melhor, pois que vá então à sua vida, desejando-lhe naturalmente a melhor sorte. Se alguma coisa correr mal amanhã, e o Benfica ficar sem os 70 milhões da Champions, logo, sem capacidade de investimento para trazer alguém de fora, nesse caso creio que Tiago Gouveia deveria ficar. Não sei qual a vontade do jogador, nem o que Bruno Lage pensa dele. 
FLORENTINO -  estivesse Manu Silva recuperado, com a chegada de Enzo podia ser o momento para Florentino seguir outro caminho. Sem Manu até Janeiro (?), não me parece prudente dispensar o outro "seis" puro de que o palntel dispõe. Havendo uma proposta pomposa até poderei perceber a eventual saída. Mas creio que Florentino é um daqueles casos em que a importância para o plantel (sobretudo no plano defensivo) é maior do que o valor de mercado que terá. Enfim, por 40M vendia. Abaixo de 25M nem pensar. Espero é que o mercado de Florentino não seja influenciado pelo empresário A ou B. Sei que o mundo do futebol tem razões que a razão desconhece, mas a avaliação de um jogador titular, e formado no clube, tem de ser objectiva, e apenas baseada nos interesses (desportivos e/ou financeiros) do Benfica.

SUDAKOV - Nunca o vi jogar, mas assim de repente, um médio criativo jovem, que marcou quinze golos na última temporada, e aos 22 anos já realizou quase trinta jogos pela selecção principal do seu país (que não é São Marino, nem Gibraltar), parece uma boa aposta. Teria Trubin para o integrar. O único obstáculo que vejo é o preço (já ouvi falar em 35, em 40). Em todo o caso, só a presença na fase regular da Champions, e o dinheiro que daí virá, poderá permitir olhar para este jogador com verdadeira ambição de o trazer.
ALVAREZ - Sem Di Maria, com um elenco de extremos que jogam, preferencialmente, do lado esquerdo (Schjelderup, Akturkoglu, Bruma), e com a eventual saída de Gouveia, a contratação de um extremo-direito é, diria, natural. Não conheço o jovem, mas já li algures que padece de uma pubalgia. Enfim, poderá ser um risco desnecessário. De qualquer forma, à semelhança de Sudakov, acredito que apenas a entrada na Champions possibilitará olhar para mais este dossier.

Em termos de contas, o panorama simplificado é o seguinte, contando com direitos indirectos de jogadores que já não estavam na Luz:

VITÓRIA TRANQUILA

Pediam-se três pontos, o Benfica deu bastante mais do que isso.
A partida ficou praticamente resolvida na primeira parte, que podia ter terminado com números mais expressivos.
Em vésperas do jogo dos setenta milhões,  era perfeitamente natural que a segunda metade fosse essencialmente de gestão. Ainda assim, os encarnados voltaram a criar algumas oportunidades,  as suficientes para uma goleada.
O golo de Prestianni colocou uma certa justiça no resultado final.
Individualmente,  voltei a gostar dos reforços, com excepção de Rios, cujo ritmo continua desenquadrado do resto da equipa. Dedic e Ivanovic, sobretudo, mostraram bastantes argumentos para se afirmarem como titulares absolutos deste Benfica. 
Agora, vamos aos milhões da Champions.

GANHAR! NÃO IMPORTA JOGAR BEM OU MAL

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Obrador, Florentino, Barreiro, Gouveia, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis

TIRO AO LAGE

O coro de críticas que jornalistas e comentadores têm feito incesssantemente a Bruno Lage desde que, há cerca de um ano, assumiu o comando do Benfica, chega a tocar o patético.
Se joga ao ataque é porque é demasiado romântico, se joga à defesa é porque desprestigia o Benfica. Se não põe o jogador A é porque é incompetente. Se põe o jogador B é porque é teimoso. Se o jogador C mostra os dentes ao ser substituído, é porque não tem pulso.
Antes era o "Record" e o "Jogo". Agora são todos ("A Bola" perdeu-se com a mudança de proprietários), e todas as televisões, e quase todos os comentadores.  
Como diz o povo: o que eles querem sei seu...
A verdade é que a comunicação social desportiva está, ainda mais do que o Conselho de Arbitragem, inteiramente pintada de verde. E, desde 2019, ficaram com medo do treinador setubalense.
Ora um empate num estádio extremamente difícil, numa primeira-mão em que não se podia falhar, perante uma equipa com jogadores pagos a peso de ouro  (e alguns deles com salários mais elevados do que a maioria dos titulares do Benfica), perante um treinador experiente, sagaz e muito conhecedor do futebol português e do clube da Luz, a jogar em inferioridade numérica longos minutos, sem ter feito pré-época, sem quase ter tido férias, é algo que, em nome da justiça, só por má fé se poderá menorizar.
O futebol tem um condão de imprevisibilidade e de fortuna que muitas vezes é negado por aqueles que vivem de o comentar e de arranjar justificações para resultados por vezes injustificáveis. Por isso, não sei o que irá acontecer na Luz. Mas o que foi feito em Istambul era aquilo que tinha de ser feito: resistir ao ambiente, ao adversário, ao contexto, até à contrariedade da expulsão, e trazer a decisão para Lisboa. Com setenta milhões não se brinca.
Um Benfica pequeno seria um Benfica que arriscasse inutiilmente e saísse vergado a uma derrota dificil de reverter. Um Benfica pequeno é, e foi muitas vezes, aquele que joga para agradar à bancada, e no fim vê os outros a festejar títulos.
Um Benfica grande é aquele que ganha, seja de que maneira for. Que sabe ser inteligente, percebendo que o bom é muitas vezes inimigo do óptimo. E que, particularmente no plano internacional, entende que o primeiro passo para vencer é anular estrategicamente os pontos fortes dos adversários.
Ando há anos a pedir uma equipa viril, combativa e calculista, que não precise de tantas estrelas, nem de gastar tanto dinheiro, para, na raça e na estratégia, ganhar jogos e troféus. Bruno Lage, que era geneticamente um treinador ofensivo (às vezes até demais), tem feito um caminho muito interessante e louvável no sentido de dotar a sua equipa de agressividade e frieza. Viu-se em alguns momentos da época passada, que infelizmente acabou mal pelos motivos que todos conhecemos, mas que alguns parecem querer ignorar. Está a ver-se agora, numa altura em que deita o violino pela janela e recorre ao tambor para manter a equipa viva em todas as frentes, tendo já vencido a Supertaça, tendo vencido fora de casa no primeiro jogo do Campeonato, tendo ultrapassado o primeiro adversário europeu, e tendo boas hipóteses de ultrapassar o segundo e marcar presença na liga milionária, tudo, até agora, sem sofrer um único golo. Como dizia um sábio, quem quer ópera vá ao São Carlos.
Obviamente Lage comete erros, como toda a gente. Obviamente não é o melhor treinador do Mundo, senão estaria num colosso espanhol ou inglês. É, sim, um excelente treinador, muito conhecedor do Benfica, com inteligência para perceber onde está e o contexto do momento (desportivo e não só), com humildade para aprender com os erros e evoluír com as experiências que vai acumulando.
Para mim, enquanto benfiquista, o que digo é  "Força Lage! Vai em frente com as tuas ideias! Ignora os que querem mal a ti e ao Benfica!".

PORQUE NÃO DESVIAR JOTA SILVA?

Não é uma superestrela, mas joga precisamente na posição em que o Benfica está carenciado. É português, e seria investimento bastante em conta.
O futebol é um desporto colectivo, e não adianta procurar um Messi - que não existe, e qualquer aproximação ficará sempre caríssima, sendo também incerta.
Precisa-se de um jogador para aquela posição: Jota Silva é um jogador, bastante razoável, para aquela posição. 
Além disso, evitava-se que seguisse para o rival, dando-lhe uma bicada, que mais não fosse no plano emocional. 
Quanto ao risco de Varandas ficar ofendido,  nem sequer digo nada. Aliás, não haverá um só benfiquista que se preocupe com isso. Pois não?

MITOS

Há mentiras que, de tantas vezes ditas, se transformam em verdades. Por vezes de forma não intencional, todos passamos então a tratar como factos aquilo que são meras aparências - ou nem isso. Um desses mitos é o de que Rui Costa tem comprado mal. É verdade que houve alguns flops (Arthur Cabral e Jurasek à cabeça), mas se olharmos para o prato completo veremos que a generallidade dos atletas contratados mostrou, pelo menos, algum valor. Entre essas contratações houve negócioss fenomenais de jogadores com passagens curtas mas enormes mais-valias financeiras, como Enzo (entra por 24 sai por 120), Leonardo (entra por 18 sai por 40) ou Carreras (entra por 6 sai por 50). E outros que estão por descobrir (Rios, Ivanovic, Schjelderup ou Prestianni). Há ainda contratações a "custo zero" com grande impacto (Di Maria), e outras circunstanciais (Brooks veio no último dia de mercado para suprir lesionados, e acabou por não fazer falta devido à súbita afirmação de António Silva).
Não constam da lista os jogadores emprestados, desde os úteis Amdouni, Gonçalo Guedes, aos assim-assim Belotti, e também alguns fiascos (Draxler, Bernat, R.Sanches e Kabore, os três primeiros, de qualidade comprovada, devido a pproblemas físicos).
Eis a lista compleeta:

KEREM FOREVER

53 jogos, 16 golos, 11 assistências, 4 golos na Champions, 1 golo no jogo do título, tudo na primeira temporada em Portugal. Joga à esquerda, à direita, e se necessário no meio, em apoio ao ponta-de-lança. Corre o tempo todo. Defende o seu flanco com garra e sentido colectivo. Tem inteligência e mentalidade forte (viu-se no episódio Kokçu/Auckland, viu-se agora em Istambul). Durante meses foi o melhor jogador do Benfica. Tanto quanto julgo saber, não aufere um salário disparatado. O que lhe falta para ser inegociável neste mercado?
Vender Kerem por 22 e comprar Amoura por 34? Trocar o certo pelo incerto? Pagar um salário certamente mais elevado? Não me parecem boas ideias. Se é para elevar a massa salarial, premeie-se então o turco.
Enfim, pode haver dados que desconheço, e é bom fazer sempre essa ressalva. A olho nu, visto de fora, vender Akturkoglu nesta altura para ir à procura de um substituto, não me faz nenhum sentido.
Até porque de uma equipa que ficou a dois passinhos da glória total, que com uma arbitragem isenta de erros teria feito o "triplete", já saíram jogadores demais.


ATITUDE

Atitude é a palavra que me ocorre para definir a exibição do Benfica na Turquia. Nem sempre brilhante, mas sempre coesa e intensa.
Na primeira parte os encarnados tiveram o controlo da partida, e podiam mesmo ter marcado. Na segunda, o onze de Mourinho apareceu mais audaz, e foi assumindo o domínio do jogo - o que se acentuou com a insensata expulsão de Florentino. 
Foi a vez de Lage alterar o figurino da equipa, revelando um Dedic capaz de fazer um pouco daquilo que, tacticamente, Carreras fazia na época passada: fechar por dentro de modo a criar uma linha de cinco, que foi evitando males maiores. A dada altura a ideia era mesmo arrastar o zero a zero até ao fim.
Tal como aqui havia dito, foi um jogo de resistência, no qual o primeiro de todos os objectivos foi cumprido: levar a decisão para a Luz. E, já agora, com mais uma folha limpa. Cinco jogos, zero golos sofridos.
Há que enaltecer o compromisso revelado por todos os jogadores, ainda que alguns deles precisem de mostrar mais (falo, por exemplo, e outra vez, de Rios, mas também de Ivanovic, que entrou demasiado trapalhão para aquilo que a equipa na altura necessitava: segurar bolas na frente, e permitir aos colegas respirar).
De salientar a excelente exibição de Akturkoglu enquanto esteve em campo, o que mostra bem o seu profissionalismo, e reforça a minha vontade de o ver continuar na Luz. 16 golos e 11 assistências não são para deitar fora, nem trocar por pontos de interrogação.
O árbitro esteve bem. E na ponta final do jogo até ajudou a apressar o apito final. O Benfica, que nas fases mais adiantadas da prova faz figura de equipa pequena, nas pré eliminatórias é um tubarão, e faz-se respeitar pelos árbitros. Para o bem e para o mal, é assim a UEFA.
Agora há que dar tudo na Luz. Creio que um Benfica ao seu melhor nível chegará à fase seguinte.

OITO JOGOS, UMA VITÓRIA

É o balanço global do Benfica em viagens à Turquia. A única vitória foi justamente com...Bruno Lage:
A verdade é que o Benfica passou todas as eliminatórias/grupos referentes a estas partidas. Mas esse registo deve-se aos resultados obtidos na Luz (alguns inclusivamente volumosos), pois na Turquia os números não são brilhantes.

O ambiente é frenético.  E sei do que falo.
Em 2013 tive a oportunidade de ver o Benfica no Sukru Saraçoglu (meias-finais da Liga Europa), e recordo-me bem de entrar nas bancadas já perto do início da partida (fruto de dus horas de trânsito entre a parte europeia e a parte asiática da cidade), e do impacto do ruído a um nível como nunca ouvira, ou voltei a ouvir, em estádios de futebol. Ruído esse que não cessou durante todo o jogo. Lembro-me igualmente dos gritos e gestos agressivos (quase de guerra) em direcção ao local onde, juntamente com mais uns quantos benfiquistas acanhados, me encontrava, e da exígua "segurança" que existia a proteger-nos - e que me dava a sensação de que, se os turcos investissem sobre nós, os seguranças... investiam também. Por fim, à saída, no autocarro, e perante festejos imensos nas ruas que fariam pensar tratar-se de uma vitória na final da Liga dos Campeões (acabaram eliminados, como se sabe), até polícias, digo bem, polícias, faziam gestos provocatórios dirigidos a nós - meio a sério, meio a brincar.
No fim, percebi que era tudo apenas barulho. Não houve incidentes. Mas de entrada aquilo intimida. Sobretudo a quem não está habituado e não sabe ao que vai.
Passaram doze anos, e acredito que a Turquia seja diferente. O futebol turco também o é. Regressei ao país em 2015, mas em visita turística. Se voltasse ao estádio, iria com outro espíirito e outra tranquilidade. Na altura, aquilo foi alucinante e metia medo.
Já agora, quem nunca foi a Istambul e tenha oportunidade de o fazer, faça-o. É uma cidade verdadeiramente espantosa, com vários mundos num só mundo, juntando quinze milhões de pessoas muito diferentes entre si, várias culturas, muita história, e que se espalha por dois continentes (pelo menos na altura) bem diferentes.

RESISTIR

 ...e trazer a decisão para Lisboa. Não me parece possível resolver já as coisas, como aconteceu em Nice.
Trubin, Dedic, António, Otamendi, Dahl, Enzo, Aursnes, Rios, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

PARA RICO?

Não se trata de uns quartos-de-final com o Real Madrid. Estes são os preços dos bilhetes para uma pré-eliminatória contra uma equipa turca.
Além da exorbitância de valores, não percebo as diferências entre bancadas semelhantes. Se o jogo fosse a meio da tarde, diria que era sol e sombra, como nas touradas. Assim...não sei.
Tenho Red Pass, mas há aqui qualquer coisa que me escapa. Até pensei que fosse engano.
As férias passadas no Triângulo Dourado terão feito mal aos responsáveis da bilhética do Benfica.

SOL NA CAPARICA, SOMBRA NA REBOLEIRA

O Benfica venceu, e num jogo de futebol isso não é a coisa mais importante: é a única. 
Porém, se nos limitássemos aos resultados, não valeria a pena escrever nada. E a verdade é que a exibição encarnada foi medíocre. Foi mesmo a pior realizada até agora nesta nova temporada. 
O Estrela não merecia ter perdido, e isso quer dizer que talvez o Benfica não merecesse ter ganhado. Valeu uma grande penalidade, e muita sorte na manutenção de mais uma folha limpa na baliza de Trubin. 
Não quero crucificar Rios. O rapaz ainda anda a apalpar terreno e a perceber onde está, e só o futuro dirá se aprende com os erros - os seus e os da sua bela mulher.
Deixando de lado o episódio do concerto na véspera do jogo, também preciso de dizer que o colombiano ainda não me convenceu. Dois ou três pormenores são insuficientes para quem vinha com tão alta cotação, e sendo o reforço mais caro tem sido também, até agora, o mais apagado (naturalmente de entre os que têm sido titulares).
Em Istambul o jogo será diferente. Teremos, com certeza, uma equipa mais focada e mais intensa.
O ambiente será tremendo (em 2013 tive oportunidade de o conhecer ao vivo, sendo, até hoje, aquele que mais me impressionou de todos os estádios onde estive). E José Mourinho conhece bem as debilidades do Benfica.
Mas acredito que a equipa de Bruno Lage pode apresentar muito mais futebol do que o que se viu hoje. Tem mesmo de o fazer.
PS: a morte de Cruz é a partida de mais um campeão europeu. Embora de algum modo esperada, é naturalmente uma notícia bastante triste para o universo benfiquista.
Condolências à familia, e que descanse em paz.

ENTRAR A GANHAR

Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis. 

PORQUE NÃO O KEREM?

Anda o Benfica percorrendo ceca e meca em busca de um extremo, dispondo-se a gastar mais umas dezenas de milhões,  quando tem, no seu plantel, alguém que joga bravamente de um lado e do outro do campo, tem boa finalização, até defende, e já está identificado com a equipa e o treinador.
Falo naturalmente de Kerem Akturkoglu, um excelente profissional, que em certa altura da época passada chegou a ser o melhor jogador do Benfica.
Percebo que numa óptica meramente contabilística seja interessante vender por 25, ou 22, ou 20, um activo que custou 15. Mas se a prioridade são os títulos, tem de se pensar além disso.
Quer sair? Aumente-se o ordenado. Ele merece, e pode ser uma mais-valia desportiva para um plantel que ficou a  meio-Gyokeres da glória,  mas do qual já saiu muita gente (Carreras, Kokçu, Renato Sanches, Di Maria, Amdouni, Belotti e Arthur Cabral, sem falar em Bajrami ou André Gomes)
Não será muito fácil encontrar alguém,  ao mesmo preço, que garanta os seus números. 
Se há no meio deste processo algo que desconheço, peço desculpa. Com os dados que tenho, era Kerem e mais dez.

NUMA NICE

Os franceses até entraram bem, quer na primeira,  quer na segunda parte.
Num e noutro caso, rapidamente o Benfica reagiu, assumindo o jogo, e criando oportunidades para marcar mais alguns golos.
Não era preciso fazê-lo. O apuramento nunca esteve em causa.
Uma vez mais, gostei de todos os reforços, mas o maior destaque vai para Aursnes - que com um golo e uma assistência (como o seu compatriota Schjelderup), para além de mais alguns momentos de brilhantismo, foi o melhor em campo.
Venha o Fenerbahce de Mourinho.

DESCONFIAR

Estas vitórias fora, que quase resolvem as eliminatórias, acarretam o risco de criar demasiado conforto e alguma displicência. 
Ora do outro lado não está uma equipa de São Marino ou de Gibraltar. Está o quarto classificado de um dos "Big Five". Que certamente não deitou, ainda, a toalha ao chão. 
Por isso há que desconfiar, e entrar em campo como se houvesse 0-0.
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Schjelderup, Ivanovic e Pavlidis.

MEIO CAMINHO ANDADO

A vitória fora de casa por 0-2 coloca o Benfica a um passo do playoff.
O resultado foi justo e reflecte uma excelente exibição da equipa encarnada, que parece ter recuperado a alta velocidade da curta pré época que se viu obrigado a fazer.
Ainda é cedo para conclusões definitivas, mas até agora estou a gostar bastante de todos os reforços (enfim, Obrador ainda não se mostrou), e também da dinâmica da equipa.
A primeira parte da Supertaça foi fraca, mas na segunda parte do jogo do Algarve, e em toda esta partida, o Benfica deixou uma nota de optimismo - que o futuro ditará se fundado ou não. 
Mais do que a qualidade individual, a equipa parece bastante unida e combativa, o que não será alheio à morfologia dos novos centrocampistas.
As transicções defensivas ainda carecem de afinação, mas de resto já se vê mais maturação do que aquela que seria de esperar nesta altura.
Não farei destaques individuais precisamente porque foi o colectivo que mais se viu, e que mais brilhou.
Faltam noventa minutos, mas, se não houver deslumbramentos, o playoff estará já ali.

ATAQUE AOS MILHÕES

Pelo prestígio e pelo dinheiro (no plano estritamente desportivo, observo que a Liga Europa este ano está particularmente aberta e apetecível).
Trubin, Dedic, António Silva, Otamendi, Dahl, Enzo, Rios, Aursnes, Barreiro, Pavlidis e Schjelderup.

UM CAMPEÃO

Irritante em campo, enquanto adversário, mas sempre respeitador fora dele. 
Jorge Costa era uma referência do seu clube, mas foi também um elemento preponderante na Selecção Nacional - nos Sub 20, campeões mundiais na Luz em 1991, e na equipa principal ao longo dos anos seguintes.
Parte cedo demais, de forma inesperada e chocante.
As minhas condolências à familia, bem como ao FC Porto e aos seus adeptos.

NOIS PISA NA CABEÇA, NOIS BATE NA MULHÉ

Mais um porco no plantel do Sporting, clube que outrora se dizia de cavalheiros:
Luís Suarez, com processos de violência doméstica em cima. 
Se bate na mulher, como será este animal em campo? Tão selvagem como Matheus? Tão provocador como Pote? Tão estúpido como Nuno Santos? Tão sonso como Morita? Tão palerma como Esgaio?