OS FACTOS

Não há como não me curvar perante a fantástica vitória do Sporting de Amorim e Gyokeres, diante do poderoso City.
Há que reconhecer o mérito dos rivais, por uma questão de justiça e de verdade, e até para entender o contexto e perceber melhor porque tem sido tão difícil a vida do Benfica nos últimos tempos. 
Este Sporting é porventura o melhor desde os Violinos. E este ponta-de-lança é, argumentavelmente, o melhor jogador que apareceu no futebol português nos últimas vinte anos (enfim, talvez a par de Jonas). 
As boas notícias são que daqui a uma semana o treinador já estará bem longe, e, como espero, talvez em Janeiro Gyokere possa também ir à sua vida. Se for preciso contribuir com 5 euros, eu estou disposto a ajudar na transferência.
O Sporting, como está, ou como estava, é, ou era, imbatível em Portugal. Dizer a frase no presente ou no passado depende da forma como for substituído Ruben Amorim, e da permanência ou não do poderoso avançado sueco. 

ONZE PARA MUNIQUE

Hesitei entre Di Maria e Pavlidis. Mas a experiência, as bolas paradas e a capacidade de invenção do argentino levou a melhor. Pavlidis, a jogar, vendo-se na maioria do tempo sem apoios, será presa fácil para a defesa germânica. Acho importante fechar bem os flancos, com Aursnes a descair para a direita (podendo garantir, em certos momentos do jogo, três centrais) e Beste a segurar a esquerda.
Claro que um empate seria excelente.

CÂMARA DAS TORTURAS

Não há local do mundo mais difícil para o Benfica. 
É a história que o diz: 6 jogos, 6 derrotas, 6-24 em golos. Naturalmente, nenhuma eliminatória ultrapassada, até porque, mesmo na Luz, os encarnados jamais venceram o Bayern.
Ou seja, é daqueles jogos em que quase dá vontade de oferecer os três pontos e pedir em troca que os alemães nos poupem à goleada - que foi o que quase sempre aconteceu. Primeiro com Gerd Muller, mais tarde com Rummenigge, Klinsmann e Lewandowski. Temo que seja a vez de Harry Kane vestir a capa de verdugo...
Dir-me-ão que sou pessimista. Mas confesso que não acredito em qualquer resultado positivo nesta deslocação. Talvez seja o trauma: o jogo de 1976 é a mais remota partida do Benfica que a minha memória alcança (devo dizer que a segunda foi uma derrota em Alvalade por 0-3, pelo que o meu benfiquismo nasceu em grande estilo).
Curiosamente, o resultado mais equilibrado aconteceu no único destes jogos que vi ao vivo, com mais cinco mil benfiquistas no anel superior do Allianz Arena. Arturo Vidal marcou nos primeiros minutos para a equipa então orientada por Guardiola, mas depois o Benfica podia ter empatado - nomeadamente se o árbitro tivesse visto um penálti claro cometido por Lahm, ainda numa era pré-VAR. Dessa noite bávara, recordo igualmente o melhor e maior cachorro quente que comi na vida.
O empate a dois na Luz ditou a eliminação nesses Quartos-de-Fnal, de uma equipa que havia vencido no Vicente Calderón, que venceria em Alvalade, que tinha Jonas, Mitroglou, Raul Jimenez, Talisca e Jovic no ataque, mas se diz ter comprado adversários como o Vitória de Setúbal ou o Rio Ave para poder ganhar jogos do campeonato.
Enfim, que Deus nos ajude a enfrentar este toiro. Que, surpreendentemente, o Benfica possa resgatar em Munique pelo menos um dos pontos ingloriamente perdidos frente ao Feyenoord (esse sim, um jogo que deveria ter sido ganho). Não acredito, mas...

SERVIÇOS MÍNIMOS

No meio de um ciclo infernal de jogos, e quando o pior ainda está para chegar, não se esperava uma super exibição do Benfica. Mas também não era preciso descer a um nível tão baixo, e com isso arriscar uma perda de pontos que, sem margem de erro, podia até ser fatal.
Enfim, salvou-se o resultado, num jogo pobre, e em que foi mais o Farense a perder do que o Benfica a ganhar.
Individualmente destacaria Carreras e alguns momentos de Florentino, sem esquecer a dupla assistência de Akturkoglu (homem que não sabe jogar mal).
Seguem-se Bayern e FC Porto, contra os quais o nível exibicional dos encarnados terá de ser infinitamente melhor do que o de hoje. 

ONZE PARA O ALGARVE

Trubin; Bah, T. Araújo, A. Silva e Carreras; Aursnes, Kokçu, Di Maria e Beste; Pavlidis e Akturkoglu.