PELO BENFICA...MAS NÃO SÓ
Na hora da vitória, percebo que se seja magnânimo.
Por isso, aplaudo Rui Costa e a forma como soube ganhar. É um presidente cuja postura orgulha os benfiquistas, e isso faz parte da grandeza de um clube. Também Luís Filipe Vieira, com todos os defeitos que tinha e/ou lhe quiserem pôr, e decerto com notórias lacunas de benfiquismo, nunca hostilizou ou provocou os rivais – ao contrário do que fizeram connosco, sempre a norte, e durante um certo período também a sul.
Ganhar pelo Benfica é já um lema, que entrou no vocabulário e na cultura da casa. Escreve-se em cachecóis. Usa-se no marketing. É bonito, faz bem ao futebol e ao desporto em geral.
Dito isto, e da minha parte enquanto adepto, sinto-me livre para pensar de outro modo. Não me esqueço, por exemplo, da campanha que a dada altura da temporada a TVI/CNN (que desde que foi adquirida pelo tipo do norte que foi ao Espaço perdeu quase toda a credibilidade, no desporto e não só) lançou sobre o clube da Luz, como também não esqueço o javardo “diretor de comunicação” do FC Porto (cujas baboseiras incendiárias publicadas nas redes sociais continuam a ser estranhamente reproduzidas em jornais respeitáveis), e de tantos outros, que, fora do campo, sempre destilaram ódio ao Benfica, e tudo fizeram para dividir e destruir o clube.
Lamento, mas a minha vitória, enquanto sócio e benfiquista, não é apenas pelo Benfica. É também contra toda essa gente.
O Benfica é uma instituição democrática, e já o era antes do país o ser. Aqui, cada um sente as alegrias como quer. Não haveria nenhum problema nisso, não fosse o caso de também me parecer que a assimilação daquele lema pelo clube o faz perder jogos – designadamente quando enfrenta os rivais, sobretudo o FC Porto. Nos últimos 22 jogos com o seu adversário directo na Luz, o Benfica apenas venceu quatro, e perdeu dez. Há razões físicas e tácticas (também de algum modo relacionadas com uma cultura benfiquista ainda muito agarrada ao futebol bonito dos anos sessenta, quando tudo era diferente) que ajudam a explicar esse registo. Mas esperar que uma identidade candidamente desportivista vença em campo o ódio, o rancor, a faca nos dentes e o sangue nos olhos (afinal de contas o "contra tudo e contra todos") parece-me demasiado romântico no contexto do desporto português, e insuficiente para o combate que temos de travar. Deixa-nos em desvantagem óbvia, pois se para nós um duelo com os rivais é apenas um jogo (pelo Benfica), para eles é o jogo (contra o Benfica). Em alguns anos dá para ser campeão (como agora). Porventura menos do que aqueles em que podíamos e devíamos ser, até porque assim, para triunfarmos, a superioridade técnica tem de ser muito mais acentuada (como neste caso foi), e os custos provavelmente também.
O tema não é fácil. Mas só partindo da premissa de que temos do outro lado quem nos quer destruir podemos definir como queremos, de facto, actuar e/ou sentir.
Obviamente tudo isto tem a ver com mentalidade. Jamais com qualquer tipo de violência física ou mesmo verbal. Temos de querer ganhar pelo Benfica, mas também temos de querer ver os rivais sofrer – desportivamente, claro. Fazê-los pagar, em campo, pelo ódio que nos destinam. E todas as nossas equipas, no futebol e nas modalidades, têm de entrar nos campos, no pavilhões ou nas pistas, com esse tónico adicional. O "ódio" aos rivais é um poderoso suplemento anímico que, no triste contexto do desporto português, infelizmente não podemos dispensar
Ganhar pelo Benfica e contra os outros. Em campo. Depois, nas festividades, então sim poderemos ser simpáticos com toda a gente (como fomos).
Por isso, aplaudo Rui Costa e a forma como soube ganhar. É um presidente cuja postura orgulha os benfiquistas, e isso faz parte da grandeza de um clube. Também Luís Filipe Vieira, com todos os defeitos que tinha e/ou lhe quiserem pôr, e decerto com notórias lacunas de benfiquismo, nunca hostilizou ou provocou os rivais – ao contrário do que fizeram connosco, sempre a norte, e durante um certo período também a sul.
Ganhar pelo Benfica é já um lema, que entrou no vocabulário e na cultura da casa. Escreve-se em cachecóis. Usa-se no marketing. É bonito, faz bem ao futebol e ao desporto em geral.
Dito isto, e da minha parte enquanto adepto, sinto-me livre para pensar de outro modo. Não me esqueço, por exemplo, da campanha que a dada altura da temporada a TVI/CNN (que desde que foi adquirida pelo tipo do norte que foi ao Espaço perdeu quase toda a credibilidade, no desporto e não só) lançou sobre o clube da Luz, como também não esqueço o javardo “diretor de comunicação” do FC Porto (cujas baboseiras incendiárias publicadas nas redes sociais continuam a ser estranhamente reproduzidas em jornais respeitáveis), e de tantos outros, que, fora do campo, sempre destilaram ódio ao Benfica, e tudo fizeram para dividir e destruir o clube.
Lamento, mas a minha vitória, enquanto sócio e benfiquista, não é apenas pelo Benfica. É também contra toda essa gente.
O Benfica é uma instituição democrática, e já o era antes do país o ser. Aqui, cada um sente as alegrias como quer. Não haveria nenhum problema nisso, não fosse o caso de também me parecer que a assimilação daquele lema pelo clube o faz perder jogos – designadamente quando enfrenta os rivais, sobretudo o FC Porto. Nos últimos 22 jogos com o seu adversário directo na Luz, o Benfica apenas venceu quatro, e perdeu dez. Há razões físicas e tácticas (também de algum modo relacionadas com uma cultura benfiquista ainda muito agarrada ao futebol bonito dos anos sessenta, quando tudo era diferente) que ajudam a explicar esse registo. Mas esperar que uma identidade candidamente desportivista vença em campo o ódio, o rancor, a faca nos dentes e o sangue nos olhos (afinal de contas o "contra tudo e contra todos") parece-me demasiado romântico no contexto do desporto português, e insuficiente para o combate que temos de travar. Deixa-nos em desvantagem óbvia, pois se para nós um duelo com os rivais é apenas um jogo (pelo Benfica), para eles é o jogo (contra o Benfica). Em alguns anos dá para ser campeão (como agora). Porventura menos do que aqueles em que podíamos e devíamos ser, até porque assim, para triunfarmos, a superioridade técnica tem de ser muito mais acentuada (como neste caso foi), e os custos provavelmente também.
O tema não é fácil. Mas só partindo da premissa de que temos do outro lado quem nos quer destruir podemos definir como queremos, de facto, actuar e/ou sentir.
Obviamente tudo isto tem a ver com mentalidade. Jamais com qualquer tipo de violência física ou mesmo verbal. Temos de querer ganhar pelo Benfica, mas também temos de querer ver os rivais sofrer – desportivamente, claro. Fazê-los pagar, em campo, pelo ódio que nos destinam. E todas as nossas equipas, no futebol e nas modalidades, têm de entrar nos campos, no pavilhões ou nas pistas, com esse tónico adicional. O "ódio" aos rivais é um poderoso suplemento anímico que, no triste contexto do desporto português, infelizmente não podemos dispensar
Ganhar pelo Benfica e contra os outros. Em campo. Depois, nas festividades, então sim poderemos ser simpáticos com toda a gente (como fomos).
3 comentários:
Luís
Tudo certo, concordo com tudo
Excelente
Benfiquista a sério
O Benfica tem ido combater com fisgas quando os outros vem com canhões.
Como diz, por vezes as fisgas dão para derrubar canhões mas na maioria das vezes não.
Se o adversário vem de canhão, nós temos de ir com mísseis pq somos maiores e até temos mais dinheiro
Benfiquista a sério
O Porto aposta na intimidação, desde os calhaus atirados na auto-estrada, bolas de golfe e contaminação de balneários, visitas aos árbitros e seus familiares, tudo vale, tudo conta.
Nem tudo o que fazem nesse campo é estritamente ilegal, e com isso teremos de ir vivendo.
Dito isto o Benfica só se poderá afirmar interna e externamente fazendo a quadratura do círculo. JUntando a qualidade futebolística a uma componente física e competitiva que não deixe espaço para dúvidas. Ou seja teriamos de ter uma equipa de Premiére League/Liga dos Campeões que seja capaz de jogar com a mesma raça e empenho no campo da Mata Real ou na Choupana. Não é coisa fácil, e ainda menos sem uma folha salarial rechonchuda.
Se tentarmos jogar "à Porto" teremos rapidamente a verdadeira noção do que seria o Porto sem as arbitragens. Expulsões em barda, penalties contra.... uma festa para o Tribunal do Jogo.
Num país decente, o caso dos emails, que é outro exemplo da estratégia usada, seria suficiente para os banir durante uns tempos do futebol profissional, mas não podemos contar com isso.
Não há propriamente uma solução que não seja o fim de ciclo de PdC, e o eventual desabar daquele castelo de cartas financeiro.
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