JOVENS FELIZES


Com seis jovens da formação no onze inicial, o Benfica fez história, vencendo pela primeira vez na Turquia, e encaminhando a qualificação para os oitavos-de-final da Liga Europa.
A exibição não foi de encher o olho. Teve momentos muito bons, e outros assim-assim. Valeu pela eficácia defensiva e ofensiva, e pela forma como a equipa se foi adaptando às vicissitudes do jogo – e aqui, meus caros, notou-se claramente o dedo do treinador.
O primeiro golo surgiu num golpe de sorte (ou de incompetência do defesa adversário), quando ainda não se justificava dado o equilíbrio até então verificado. A equipa da casa sentiu a desvantagem, mas não deixou de procurar a baliza de Vlachodimos, sobretudo em incursões pelo lado direito da defesa benfiquista, onde Salvio dava pouco apoio a um Corchia carente de ritmo e rotinas.
O intervalo chegou, e pouco depois do início da segunda parte o Benfica ficou sem Salvio. Paradoxalmente, tal acabou por ser benéfico para a equipa de Bruno Lage, pois permitiu a deslocação de Gedson para o lado direito (onde realizaria 40 minutos extraordinários), e a colocação de Gabriel no centro do terreno, com a virtude de fechar melhor o meio campo, e dotar o onze de capacidade de passe longo para poder lançar venenosos contra-ataques.
Os turcos chegaram ao empate, num lance pelo ar em que Ferro e Yuri repartem culpas, mas o Benfica reagiu bem. Pouco depois voltava a ganhar vantagem, com um passe primoroso de Ruben Dias, uma má abordagem ao lance de Marcão, e o aproveitamento de Seferovic – que anotou o 17º golo na temporada, de longe o seu máximo pessoal.
A partir daí Bruno Lage fechou a porta. Quem estava habituado à táctica de Rui Vitória, que quando em vantagens tangenciais ligava o modo “esperar-que-bryan-ruiz-atire-por-cima-da-barra”, pôde ver enfim um treinador mexer no jogo acertadamente, de modo a evitar que o adversário criasse perigo. O bloco baixou, o meio-campo ficou mais povoado, com jogadores de rigor e recuperação, e a vitória foi mantida no congelador até ao fim – embora com tempo para o guarda-redes grego ainda brilhar em excelente defesa, num lance em que mais uma vez os centrais do Benfica foram batidos pelo ar (e este é um problema a resolver para futuro).
Mais um grande dia para este Benfica, que jogo após jogo delicia os adeptos, e, a conseguir corrigir um ou outro detalhe, mostra ter equipa e treinador para grandes voos.
A saga continua nas Aves.

2 comentários:

JP disse...

No golo do gala o gedson faz uma cobertura que pode e deve melhorar muito, facilitou o cruzamento e o golo. Yuri deve melhorar e o 2° poste nestes lances tem sido explorado pelos adversários, com diferentes actores.

Samino disse...

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