SERVIÇOS MÍNIMOS

Longe de deslumbrar os quase 50 mil que estiveram na Luz, a Selecção Nacional conseguiu a vitória de que necessitava para encarar de frente os últimos jogos da qualificação.

O jogo foi pouco interessante, a exibição descolorida, e Cristiano Ronaldo (naturalmente a grande atracção individual da partida), passou uma vez mais ao lado da “Equipa das Quinas”, acabando inclusivamente por ser assobiado pela impiedosa plateia. Em fim de época, com alguns jogadores a arrastarem-se penosamente pelo relvado, seria difícil pedir muito mais. Mas do craque do Real Madrid, e após uma das suas mais produtivas temporadas de sempre, esperava-se outro protagonismo. A carreira de Ronaldo na Selecção está a tornar-se um “case-study”, e os adeptos começam a perder a paciência perante uma ineficácia que é, de facto, difícil de explicar.

No plano oposto esteve João Moutinho, quanto a mim o melhor em campo. Foi dele que partiram os mais exuberantes momentos de futebol colectivo da equipa, e foram dele os equilíbrios que a dada altura deixaram a Noruega longe da área portuguesa. Realce também para Postiga, que, tratando-se um jogador pouco mais que mediano, parece ter o condão de aparecer nos grandes momentos.

Em termos globais, a Selecção fez o que lhe competia, mas com um registo exibicional mínimo, expondo-se a uma grande desilusão na ponta final do jogo (tenho a sensação que, com Carlos Queiroz no banco, aquele pontapé de canto no último minuto tinha dado o golo do empate). Exibições à parte, o mais importante era a vitória. Estes eram três pontos imprescindíveis, que não garantem absolutamente nada, mas sem os quais a presença no Euro 2012 se tornaria numa miragem.

Termino falando do público. É sociologicamente interessante observarmos a diferença entre o público de selecção, e o dos clubes. É outra coisa. É outro mundo. E traz vantagens e desvantagens. Entre as primeiras estão o clima de festa generalizado (comparável aos jogos de apresentação do Benfica), a quase total ausência de stress e carga dramática, e o fortíssimo contingente feminino nas bancadas – coisa que torna o espectáculo incomparavelmente mais belo e aprazível. As desvantagens são a falta dos cânticos das claques, e um ambiente, a espaços, um tanto adormecido; o parco conhecimento futebolístico de grande fatia dos adeptos (não falo só, nem particularmente, das mulheres), coisa que origina comentários absolutamente despropositados, e por vezes até irritantes; bem como o constante entra e sai, levanta e senta, que dura quase todo o jogo.

1 comentário:

Vitória do Benfica disse...

A selecção não esteve muito mal, concordo quando diz que o melhor em campo foi o rapaz da camisola verde que agora veste azul. O público não gosta de futebol porque de facto vai ao jogo e paga muito mas passa o tempo no bar.

Mas Paulo Bento tem uma grande vantagem, a seu favor todos os jogadores são conhecidos e jogam ou jogaram nas grandes equipas nacionais, isto quer se queira quer não tem um efeito aglutinador.

Quanto ao Benfica, ou aos seus atletas não sei o que vai acontecer. Fábio vai-se embora é a lei da vida e nós temos de estar preparados para isto, mesmo que consideremos uma grande ingratidão.

A FPF está de parabens por ter escolhido Paulo Bento, esperemos que agora com o PSD ( em quem eu não votei) nomei para o cargo de Laurentino alguem com o perfil moral de Herminio Loureiro. Vamos ver