INENARRÁVEL

Da batalha de Miami ninguém se saiu bem.
Desde logo, à cabeça, e como maior responsável, um árbitro que não devia estar ali. Não foi preciso muito tempo para se perceber que não iria conseguir gerir o jogo, permitindo todo o tipo de entradas aos jogadores argentinos, e deixando que os seus critérios rapidamente se tornassem ingovernáveis. Na segunda parte houve uma grande penalidade clara, cometida sobre Pavlidis, e que foi ignorada. Mas o mais gritante foi a forma como o juiz mexicano compactuou com todos os truques dos argentinos. O tempo de compensação atribuído no fim do jogo foi o corolário de uma actuação absolutamente incompetente, e que foi uma das razões, a principal, para que a qualidade do espectáculo cedo ficasse comprometida. 
Não sei bem o que dizer do Boca Juniors. Já vi jogos da Copa Libertadores, e mesmo da liga argentina. Quando isto é entre eles, ou passa despercebido ou até achamos piada. Contra a nossa equipa torna-se nojento. Aquilo foi tudo menos futebol: provocações, agressões, simulações, quebras de ritmo, enfim, um manancial de anti-jogo de fazer inveja a qualquer Arouca ou Casa Pia desta vida.
Perante estas circunstâncias, em fim de época, e manifestamente cansado, era difícil que o Benfica realizasse uma grande exibição. A equipa até entrou bem, mas sentiu em demasia o primeiro golo do Boca. Não mais soube entender-se com o futebol arruaceiro do adversário, com a complacência do árbitro e com os seus próprios fantasmas.
Sempre defendi, e defendo, Bruno Lage. Neste caso confesso que não percebi o onze inicial, nem as substituições. E se na primeira parte a equipa foi de algum modo apanhada de surpresa, na segunda, já em desvantagem e sabendo ao que ia, exigia-se uma atitude muito mais afirmativa, e um onze mais adequado - com os dois turcos e eventualmente Gouveia do lado direito (naturalmente sem Dahl, Renato e Bruma).  
A verdade é que a entrada de um segundo ponta-de-lança não melhorou nada a equipa, deixando o meio-campo demasiado desprotegido, fazendo-a perder o controlo da bola e do jogo. O problema do Benfica não era táctico, mas sim de intensidade competitiva face a um adversário de faca nos dentes e a um árbitro permissivo. Essa substituição não resolveu um problema, e pelo contrário, criou outro.
Curiosamente, foi em inferioridade numérica (ironia do destino ver Belotti expulso por pitons na cabeça de um adversário, coisa que nem com esta arbitragem passou despercebida) que o Benfica melhor jogou. Encheu-se de brios, e conseguiu resgatar uma igualdade que, não sendo óptima, permite-lhe manter-se vivo na prova.  A expulsão do argentino repôs a igualdade numérica, mas então o árbitro, com os seus ridículos cinco minutos de compensação, não deixou tempo para a remontada.
Enfim, um mau jogo, uma equipa a querer jogar mas sem o conseguir, outra sem sequer o querer, e um árbitro inqualificável. Péssima publicidade para a nova prova da FIFA. Uma absoluta miséria.

13 comentários:

RN disse...

Fico sempre a pensar que, apesar dos muitos anos a ver futebol, não percebo nada. Só pode, porque não entendo que alguém que seja treinador do SL Benfica conclua, tendo em conta como estava a decorrer o jogo, que o que fazia falta ao Benfica era meter o Belotti junto com o Pavlidis na frente. Seguramente o burro sou eu.

Aparvallhado disse...

Nunca tinha visto uma BATALHA assim. Parecido, só quando vi o Pratas às arrecuas a fugir dos cães de fila do Porto.
Como é possível aceitar todo o tipo de truques, manobras ilegais e anti-jogo em Campeonato do Mundo?
O Árbitro mexicano sabe do que a casa gasta. Sendo americano, terá querido ajudar os conterrâneos, sim conterrâneos, notou-se desde o 1º minuto quando perduou um ou dois cartões amarelos, por intimidação, quando o Benfica tentava jogar. Temi logo pelo pior.

Em Portugal só vi algo parecido com os grunhos lá de cima, quando sabiam da impunidade dada pelos árbitros condicionados. Terá acontecido o mesmo?
Nada a dizer com a escolha dos jogadores, quando se percebe os condicionamentos a que os jogadores foram sujeitos, a que não estão habituados.
Não admira que Otamenti tenha sido o menos condicionado, conhece-os, jogou lá.
O árbitro, depois da expulsão deles, percebeu que era uma questão de tempo até o Benfica voltar a marcar - entrava pelos olhos dentro - deu só 5 minutos, quando devia ter dado 7-10 minutos mais.
Até o gajo da FIFA, que via o jogo com cara horrorizada, parecia ter envelhecido 10 anos.
Gostava de ser mosca e saber o que os dirigentes da FIFA dizem disto entre si.

Anónimo disse...

Tu deves ser daqueles que acerta sempre no totobola às 2ªs feiras.
Parabéns. Deves estar rico, por isso, de burro não tens nada.

RN disse...

Infelizmente não estou rico. Infelizmente não sou o gajo a quem o Benfica paga 4 milhões por ano para acertar no Totobola à segunda-feira.

Alberto João disse...

Falta ao Lage algo muito básico, mas essencial para um treinador de top: inteligência emocional elevada! De resto, falta-lhe um modelo de treino consolidado e holístico. Preparou-se para ser treinador adjunto, com foco nos movimentos de transição, indicados para as equipas pequenas. Tinha o Verissimo que era o responsável pelas bolas paradas e sistema defensivo e agora é o irmão que faz isso. Estou curioso por saber e ver o modelo de treino. Ao ver a equipa jogar parece que o tempo é usado para treinar bolas paradas e movimentos de transição. O resto não se vê...ataque em posse, defender em posição baixa, etc, estão onde? Faz-me lembrar aqueles que no cubo de Rubik só sabem fazer um lado e nunca descobriram como se faz tudo! Mas é a cara do Rui Costa!

Anónimo disse...

nao vi , nao quero ver esta prova, é uma aberraçao fora de epoca, quando toda a gente devia estar a descansar e a preparar nova epoca.

Arbitragem tendenciosas dizes. Bem, prova é feita para engordar bolsos de alguns, o Boca mete lá muito mais gente, tem mais mercado, etc....faz sentido

N.

Coach disse...

Isto não pode ser a equipa do Benfica, é muito pouco. LF, então com 4 bons jogadores novos é suficiente? Confesso que não percebo o que é que pretende com certos posts.

Anónimo disse...

Agora a falta é de inteligência emotional, que de certeza nem deves ter ideia do que seja. Deves ter lido isso na papa de algum livro.
Depois temos o treino consolidadeo e holistico. WOW!! Fiquei sem respiração.
O que é

Anónimo disse...

Agora a falta é de inteligência emotional, que de certeza nem deves ter ideia do que seja. Deves ter lido isso na papa de algum livro.
Depois temos o treino consolidadeo e holistico. WOW!! Fiquei sem respiração.
O que é

Unknown disse...

Ao Benfica, aos dirigentes, ao treinador falta sempre tudo. É difícil satisfazer os benfiquistas, mesmo quando o adversário, como foi o caso, quase abdica de jogar e arreia forte e feio com a complacência do árbitro. Dizer o quê? Haja paciência para tanto destrambelho!

joão carlos disse...

valeu termos um génio como treinador senão nem sei como é que seria.
genial a forma como colocou um esquerdino a defesa direito com outro esquerdino à sua frente.
genial ter metido dois pontas de lança foi um massacre de oportunidades.

realmente a única coisa que nos faz falta é uma ou outra contração, como o ano passado a única coisa que nos fazia falta era um ponta de lança.

Anónimo disse...

Também não percebi o teu comentário. Tenta com inteligência emocional.
Se não conseguires, tenta a inteligência artificial.
Se também não der, talvez consigas com treino holístico e consolidado.
Com esforço chegas lá.

Jorge Leitão disse...

O Benfica joga tão pouco! Últimos quatro jogos: três empates e uma derrota.