DISSERTAÇÃO SOBRE O ERRO

Diz-se, e bem, que errar é humano. Mas para os presidentes do Benfica a velha máxima não se aplica. Sobretudo para os dois últimos, porque dos restantes, ou o conhecimento histórico escasseia, ou a memória se desvaneceu.
Sinal dos tempos. Sinal de uma ou duas gerações mimadas, que só sabem exigir. Que não sabem contextualizar. Que desprezam o conhecimento histórico. E até mesmo os factos. Que, por ignorância, se julgam donos da verdade. Que cedem ao imenso ruído decorrente da hemorragia comunicacional em que vivemos. A informação é muita, verdadeira e falsa; a inteligência, porém, manteve-se como dantes (pouca ou alguma, conforme a distribuição que Deus faz). O resultado é dramático, como se vê em vários planos da vida colectiva - não só no futebol, nem principalmente no futebol.
Na minha vida conheci dez presidentes do Benfica. Um número redondo e que dá para todos os gostos. E todos eles cometeram erros, uns mais graves que outros, uns mais marcantes que outros. Não há presidentes perfeitos. Não há mandatos perfeitos. E se já não os havia no mundo pré redes sociais estupidificantes, agora muito menos - ou julgam que o Noronha, o Manteigas, ou seja quem for que se seguir a Rui Costa, não vai ser igualmente triturado pelos que agora pedem a cabeça de toda a gente? Será uma questão de tempo, à semelhança do que antes já acontecia com os treinadores. O país e o mundo estão a ficar ao nível da taberna. E o Benfica, como clube popular, é uma vítima perfeita.

BORGES COUTINHO: Apanhei-o na infância, quando as estrelas eram os jogadores, e os dirigentes (que poucos conheciam) serviam apenas para ir à secretaria ao fim da tarde assinar cheques. Era um cavalheiro, com sólida formação. É apresentado muitas vezes como um exemplo. Mas, ainda assim, mesmo com Eusébio, mesmo com a grande equipa que herdou, nunca chegou a uma final europeia. No seu tempo, também não havia FC Porto, e o contexto não é negligenciável. Na festa de homenagem ao "King" desautorizou Jimmy Hagan, treinador tri-campeão. Este demitiu-se, o que possibilitou ao Sporting chegar ao título e impedir um até então inédito "Tetra". Erro histórico? Certamente.
Em 1975 desmantelou as equipas de Ciclismo e Hóquei em Patins, numa fase em que o profissionalismo tinha má fama. Livramento acabou no Sporting, onde foi campeão europeu. No balanço final, por culpas próprias ou alheias, deixou um Benfica globalmente mais frágil do que aquele que encontrou.

FERREIRA QUEIMADO: Entrou numa fase difícil, para juntar os cacos. Em 1977 teve oportunidade de resgatar Jordão (então emigrado em Espanha). Por meia dúzia de tostões e muita teimosia, permitiu que ele fosse para o Sporting - à semelhança, aliás, de Artur Correia. Na época seguinte a equipa não perdeu jogos, quase não sofreu golos, mas também poucos marcou (sem ...Jordão e com um Vítor Baptista totalmente alheado da realidade). Com demasiados empates 0-0, acabou por falhar mais uma vez o "Tetra", e permitir ao FC Porto recuperar de um jejum de 19 anos. Ficou três épocas sem ser campeão, algo que não acontecia desde o tempo dos "Cinco Violinos".

FERNANDO MARTINS: Outra figura glorificada como exemplo. O seu maior feito foi ter contratado Eriksson - que na altura chegou como ilustre desconhecido, e revolucionou o futebol encarnado. Mas depois... Em 1984 decidiu vender Chalana e Stromberg (nesse tempo sim, era decisão livre do clube manter os seu principais jogadores), para aumentar a lotação do estádio. O que é certo é que, menos de uma década depois, a generalização das transmissões televisivas transformou o novo terceiro anel num elefante branco quase sempre vazio. Nos anos noventa, chegou a haver jogos oficiais com apenas 5 mil pessoas - ou seja, com 115 mil lugares vagos. E a equipa nunca mais foi a mesma.
Teve uma relação de grande amizade com Pinto da Costa (ainda hoje o FC Porto fica no hotel da família sempre que se desloca a Lisboa), que foi bastante útil... para aquele. Foi com Fernando Martins que o FC Porto ascendeu ao topo do futebol português, no campo e fora dele. Foi também com Fernando Martins, lembremos, que o Benfica levou 7-1 em Alvalade - a sua maior derrota de sempre em jogos com rivais.

JOÃO SANTOS: Prometia um Benfica Europeu, e a verdade é que quase o conseguiu. Os encarnados voltaram, vinte anos depois (em 1988), à final da Taça dos Campeões, embora com um percurso açucarado, repetindo a façanha em 1990. Hoje seria criticado por perder ambas as finais. Enfim. Na altura o problema foi o preço a que isso ficou. João Santos gastou o que havia e o que não havia, e foram esses gastos faraónicos a originar a crise que se seguiu. Ainda assim, deixou sair Rui Águas para o FC Porto, o que, na altura, foi uma faca cravada na alma dos adeptos (eu ainda a sinto). Rompera relações com os portistas por causa de...Ademir Alcântara, fazendo lembrar que o Benfica pôs fim à política de não contratar estrangeiros para trazer...Jorge Gomes.

JORGE DE BRITO: Se o princípio do fim começou com os gastos sumptuosos de João Santos, com Jorge de Brito o Benfica caiu no abismo. Dizia o próprio, já em desespero, que não conhecia a situação financeira do clube. Estranho para quem enriquecera a especular na bolsa. Pelos vistos, havia quem, no clube, lhe escondesse a realidade. Quem o enganasse. Hoje chamavam-lhe, pelo menos, "Banana". Desviou João Pinto e Futre da rota do Sporting, o que valeu o súbito entusiasmo dos adeptos - mas, no segundo caso, uma polémica tremenda que atingiu o nível político, dado o facto de ter sido um adiantamento da RTP a financiar a contratação. Os salários? Logo se via. O resultado foi a falência do clube, os pagamentos em atraso durante meses a fio, e o famoso "Verão Quente", em que Paulo Sousa e Pacheco rescindiram unilateralmente os contratos (João Pinto ainda foi resgatado a tempo, e Rui Costa recusou a proposta), naquilo que foi uma das maiores humilhações da história do Benfica. Títulos? Uma Taça de Portugal, com um plantel de luxo, mas que não recebia salários havia meses. O clube entrava na sua pior fase de sempre.

MANUEL DAMÁSIO: Herdou um clube completamente descapitalizado, descaracterizado, desorganizado, e conseguiu... fazer ainda pior. Acredito na honestidade da pessoa, mas a sua candura e total incompetência, não só desmantelaram o Benfica, como colocaram o futebol português definitivamente nas mãos de Pinto da Costa - que chegou a presidir à Liga e, com o Benfica a dormir, pôde completar o puzzle que lhe permitiu dominar tudo e todos (árbitros, dirigentes, adversários, etc), de modo a que só a bola permanecesse redonda. Os erros sucederam-se. Primeiro demitiu Toni (que havia ganhado um campeonato com os jogadores sem receber) para trazer um Artur Jorge totalmente desfasado da filosofia do clube. De seguida, não só manteve Artur Jorge após uma época desastrosa, como o deixou fazer, com total liberdade, uma limpeza de balneário que deitou fora nomes como Neno, Veloso, Mozer, Paulo Madeira, William, Abel Xavier, Vitor Paneira, Isaías e César Brito (o que, para além das vendas de Rui Costa e Schwarz, e das dispensas dos russos Kulkov e Yuran, deixou o plantel quase a zeros). Depois... demitiu o treinador logo após a terceira jornada da época seguinte. Ou seja, ficou sem jogadores, sem o treinador que os dispensou, e sem dinheiro para refazer a equipa. Uma tempestade perfeita. O Benfica entrava definitivamente no seu "Vietname", abrindo caminho ao populismo.

VALE E AZEVEDO: A lição que devemos aprender é que quando as coisas estão muito mal é sempre possível ficarem ainda pior. Sobre Vale e Azevedo não há muito a dizer. O seu nome diz tudo. Tenho a consciência tranquila de ter votado sempre contra ele, e de ter ido, pela primeira vez, a Assembleias Gerais, apenas para votar contra as suas propostas - mesmo com o pavilhão cheio de gorilas à lá Macaco, e cabeças partidas à saída. Obviamente o Benfica não ganhou nada, levou 7-0 em Vigo, viu serem desmanteladas modalidades, viu ser vendido património ao desbarato (com as comissões a voarem para o bolso do presidente), viu o seu nome manchado no mercado internacional por não pagar as transferências, teve seis treinadores em três anos, dispensou João Pinto a custo zero. Enfim, o Benfica bateu no fundo, e nessa altura lembro-me de me questionar se alguma vez poderia voltar a conquistar títulos, ou se, como temia, se iria transformar numa espécie de Belenenses.

MANUEL VILARINHO: Ninguém lhe tira o mérito de salvar o clube das mãos do vigarista que lhe antecedeu, nem de o ter credibilizado aos olhos dos inúmeros credores que batiam à porta da Luz a solicitar o dinheiro que lhes era devido. Numa parceria com o BES (na altura o dono daquilo tudo), pagou dívidas, abriu espaço para a construção do novo Estádio, coisa em que, na altura, poucos acreditavam, mas fica ligado às piores classificações de sempre da equipa de futebol - que em duas épocas consecutivas (6º e 4º) nem sequer se apurou para a Taça UEFA - bem como a uma vergonhosa eliminação na Taça de Portugal, em casa, aos pés do Gondomar. É claro que, naquele contexto, a prioridade não podia ser desportiva. Mas não era preciso descer tão baixo, até porque o treinador que lá estava era...José Mourinho, o efeito começava a sentir-se (aqueles 3-0 ao Sporting...), e foi Vilarinho que o despediu para trazer Toni - que mais tarde despediu também. 

LUÍS FILIPE VIEIRA: Um dia será possível fazer um balanço definitivo da presidência de Vieira. Esse dia só acontecerá quando se provar, ou não, em sede da Justiça, as práticas lesivas de que é suspeito. Mas se isso entra, ou não, no seu passivo, o seu activo está repleto de obras e conquistas que ninguém pode apagar. É o presidente que mais títulos conquistou, que mais campeonatos venceu, sendo juntamente com Adolfo Vieira de Brito e João Santos um dos que mais finais europeias disputou (duas, ainda que, no seu caso, apenas na Liga Europa). Nas modalidades não tem paralelo com mais ninguém: campeão europeu de Futsal, duas vezes campeão europeu de Hóquei em Patins, finais europeias em Andebol e Voleibol, domínio nacional absoluto do Basquetebol, várias medalhas olímpicas, entrada esmagadora no desporto feminino com títulos atrás de títulos em todas as modalidades. Insistiu numa aposta na formação de jogadores em dimensão e amplitude nunca vistas em toda a história do clube (hoje a base da Selecção Nacional), e que valeu vendas milionárias que tornaram o Benfica o clube mais rico do país. Contratou alguns dos maiores jogadores que alguma vez vestiram o "Manto Sagrado", como Simão, regresso de Rui Costa, Aimar, Saviola, Di Maria, Oblak, Ederson, Cardozo, David Luíz, Matic, Luisão, Jonas, Fejsa, Garay, Salvio, Gaitán, Gimaldo, Darwin entre outros. Quanto a obras: Estádio, Centro de Estágio, Museu, Pavilhões. Profissionalizou da gestão do clube e da SAD, em linha com aquilo que já acontecia nos principais emblemas europeus. Revitalizou o Jornal, criou a BTV e o Site. Obteve patrocínios sem paralelo face aos outros clubes portugueses e face ao passado do próprio clube. Aumentou exponencialmente o número de sócios. Inverteu o ciclo de poder nos bastidores do futebol português. Conquistou um inédito Tetra, chegou a ter o Benfica em 5º lugar no ranking da UEFA. Foi Vieira que nos devolveu o orgulho de ser benfiquistas, bastante abalado na década que o precedeu. Pena, de facto, que no último mandato estivesse mais preocupado com a sua própria pele do que com o clube que conduzira até então, deixando uma imagem final pouco compatível com o seu imponente legado.

RUI COSTA: Herdou o clube na crise institucional decorrente dos factos ocorridos no último mandato de Vieira, e dividido entre os leais ao antigo presidente, aqueles que queriam mudar alguma coisa e os que queriam deitar tudo abaixo. Entrou com força e dinamismo, devolveu o Benfica aos títulos e às boas prestações internacionais. Contratou com maior assertividade (Trubin, Bah, Enzo, Aursnes, Neres, Carreras, Di Maria, Kokçu, Akturkoglu, Pavlidis), embora no mercado do verão de 2023 tenha falhado em dois casos flagrantes  (Jurasek e Arthur Cabral), com custos desportivos inegáveis.
Manteve a aposta na formação (conquistou a Youth League) e reforçou-a nas modalidades, obtendo o maior triunfo da história do Andebol português (European League).
Pecou por candura quanto às arbitragens, ignorando os primeiros sinais de perigo. E nas estruturas internas do clube podia, e devia, ter mexido mais, não permitindo algum aburguesamento de quem o rodeava.
Em 2022-23 teve uma época imaculada. Em 2023-24, aqueles erros na abordagem ao mercado (sobretudo se pensarmos que o Sporting foi buscar o tanque sueco) terão custado o campeonato. E nesta última temporada, além das influências exteriores, também não teve sorte.
Pagou ainda o preço de um novo tempo, no futebol, no desporto, no país, e no mundo. Um tempo extremamente polarizado, em que qualquer poder encontra imensa dificuldade em resistir ao ataque brutal de um negativismo quase patológico, potenciado por ferramentas de partilha que o elevam da tasca a discurso dominante.
Ainda tem trabalho a fazer, e não só não tenho motivos para não acreditar que o faça, como não vejo, por agora, ninguém que o possa fazer melhor.

CONCLUSÃO
Enfim, estas são algumas notas sobre os últimos presidentes do Benfica. Pedaços de história que vão desde a década de setenta até hoje. Como se percebe, todos eles tiveram os seus momentos menos felizes. Ninguém acertou sempre. Alguns erraram mesmo muito. Até demasiado. O passado é muitas vezes trazido sob o manto do mito e da nostalgia. Quando vamos a factos, nem tudo é tão reluzente como alguns (curiosamente, mais aqueles que não o viveram) querem agora fazer crer. O que significa que o presente também não é assim tão negro.
Isto serve para defender Rui Costa, como poderá servir para defender um outro presidente que lhe venha a suceder. O problema não está no Benfica, nem na direcção do Benfica. Nem sequer no futebol ou no desporto. O maior problema está na sociedade que (sobretudo) algumas gerações estão a alimentar, e que caminha toda ela para o abismo, de mão dada com as redes sociais, a ignorância, a estupidez e os populismos.

20 comentários:

  1. Jorge Leitão4.6.25

    Tudo isto para tentar justificar a mediocridade que é hoje o futebol do Benfica ao nível sénior. É claro que na historieta há uma série de falácias e de seleção de factos convenientes à intenção. Por exemplo, Fernando Martins não é exemplo de nada.
    Mas o mais extraordinário é escrever tanta merdelhice para justificar a continuação da podridão.
    Se me pagassem para fazer tal porcaria, confesso que não conseguiria. Comparar um Benfica que ganhava regularmente com este Benfica, que ganha uma vez em cinco ou seis ocasiões, é notável. Ao que chega a falta de vergonha na tromba!

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    1. Quando é que ganhava regularmente? 2017?

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  2. O Luís Fialho defende o Rui Costa, tal como defendia LFV.
    Eu não preciso de condenações em tribunal para julgar alguém como incompetente ou corrupto. Senão vamos ter que considerar que o Pinto da Costa era honesto!
    Se me dissesse que tem receio que o Benfica caia nas mãos de alguém incompetente, eu compreendia. Agora dizer que ainda tem confiança que o Rui Costa venha a fazer um bom trabalho é para mim incompreensível.
    O Benfica é mal gerido e está cheio de parasitas na sua estrutura. Gente que apenas se serve do clube para promover vaidades ou para encher os bolsos (não é toda a gente, mas ainda assim são muitos e à vista de toda a gente).
    É por isso que continuamos a ver um Benfica calado quando é prejudicado e que apenas se manifesta quando alguém ataca o menino Rui.
    E a cereja no topo do bolo são os insultos do LF a quem quer mudanças no clube!
    Se vamos entrar por esse caminho, podemos dizer que "ignorância, estupidez e populismo" são coisas que não faltam no seu texto!

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    1. O objectivo do texto não é defender Rui Costa. É expor uma realidade que extravasa o futebol, que infelizmente é sinal dos tempos, e que vê corrupção e incompetência em todo o lado, que quer rapidamente deitar tudo abaixo e depois logo se vê.
      Pelo menos não se compare com antigamente. Pois desde que me conheço, o que mudou para muito pior foi a opinião pública, ou que se publica.

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  3. Este texto explica muito sobre quem és e para o que serves! E tens algum talento confesso, para desmobilizar a mudança não há como tu! De resto, este texto só faria sentido se o Benfica jogasse em Espanha contra o Barcelona e o Madrid. Mas não, joga em Portugal contra o FCP e o Sporting, dois clubes que tiveram as suas maiores crise económicas e sociais nos últimos 6 anos, e ganharam muito mais no futebol masculino(que é o que nos move) que o Benfica, apesar das diferenças enormes de investimento, dimensão social e económica. E a única coisa que justifica isso é incompetência. Quando uma Direção é incompetente é substituída. Se for incompetente 1 ano dá-se uma oportunidade, se for incompetente dois anos exige-se que aprenda com os erros, agora 6 anos? É que esta Direção e politica são as mesmas há seis anos, apenas mudou o presidente há 4 anos! E nada indica que vão mudar se ficarem mais 4! Já chega de limpeza de imagem, já chega da treta que vêm aí o novo Vietnam! Já chega de ganhar menos que clubes mais pequenos e achar isso normal! É preciso mudança, é preciso dar oportunidade a outros, é para isso que servem as eleições. Ditaduras é na Coreia do Norte!

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    1. Se sirvo para alguma coisa, não é certamente para nada relacionado com o Benfica, a não ser apoiar durante os jogos.
      Para mim, as mudanças não são uma virtude por si. Só se forem para melhorar. Neste caso, não tenho nenhuma certeza disso. É a minha opinião. Respeito outras.
      Não se trata de ditadura. Trata-se de deixar os mandatos chegarem ao fim. Há quanto tempo existe este barulho em torno de Rui Costa? Espero que o próximo presidente, seja ele qual for, tenha mais tranquilidade.
      Não concordo que este Sporting esteja em crise. Acho mesmo que é o mais forte de que me lembro. Alcochete já lá vai.
      Quanto aos rivais ganharem muito mais, também não é totalmente rigoroso. Podemos compor as coisas como quisermos. Nos últimos 7 anos Sporting 3, Benfica 2, Porto 2. Nos últimos 10 anos, Benfica 4, Sporting 3, Porto 3. Nos últimos 12, Benfica 6, Sporting 3, Porto 3
      E, por fim, há que perceber como e porque se perdeu. Se houve arbitragens que prejudicaram claramente o Benfica (e todos os benfiquistas estão de acordo quanto a isso), será justo culpar os jogadores, o treinador ou o presidente? Será justo, por exemplo, culpá-los pela perda da Taça de Portugal?
      Não creio.

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  4. Deixemo-nos de rodeios. O Benfica vive do Futebol. É o Departamento de Futebol que tem de ser profissionalizado com pessoas do futebol e não com meros curiosos ou jornalistas que escrevem e falam sobre o assunto.
    É tão ou mais importante ter pessoas que percebam realmente de Futebol, de jogadores, sistemas, táticas e treinadores, como ter um treinador capaz de rentabilizar os meios ao dispor até os levar à vitória.

    O Presidente, preside ao Clube. Não só ao Futebol. Não pode ter sistemáticamente opinião sobre jogadores, treinadores...Tem é de exigir compromisso, vitórias e profissionalismo. Deixar a parte especifica para quem percebe do assunto. Cada um na sua área.
    No que toca a atletas a contratar ou a vender, o Presidente pode participar na negociação, mas não lhe compete escolher, não pode ser da sua competência.

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  5. Anónimo4.6.25

    Compreendo a ideia do texto. Não é um balanço dos diferentes mandatos, mas uma crítica aos tempos actuais de imediatismo e bota abaixo permanente.

    Mas, e tinha de haver um mas senão não valia a pena escrever, faltam algumas coisas:
    - O contexto de cada decisão e mandato, porque o que parece um erro ex post pode não parecer na altura. Muitos dos erros apontados a LFV e RC nos últimos 10 anos foram claros e óbvios, não precisaram de "amadurar".
    - Considerar que Rui Costa não esteve no Benfica 1 mandato nem 2. Tal como o Jorge de Brito estava com o João Rocha, Rui Costa estava com LFV desde que pendurou as botas. Isso vincula-o ao que de bom e mau aconteceu no consulado de LFV.
    - Reconhecer mais claramente que o problema maior de Rui Costa vai muito além da gestão falhada (digo eu). RC peca muito menos por actos do que por omissões, na ausência de estratégia de crescimento, no seguidismo na Liga e na FPF, na aparente inacção quanto aos direitos televisivos, etc.
    - Embora não fosse o objectivo, acho que faltou emitir juízo claro sobre Rui Costa: sucessos, fracassos e omissões.

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  6. Grande texto, mas isto, hoje em dia, é pregar no deserto, ninguém quer sequer pensar ou refletir e muito menos ver as suas certezas postas em causa. Hoje quem não concorda com as nossas certezas é porque tem algum interesse escondido, estamos a caminhar na direção do precipício … será que iremos parar a tempo?

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    1. Anónimo5.6.25

      Se vamos parar a tempo, têm a palavra os benfiquistas nas próximas eleições. Rui Costa foi um grande jogador e será também grande benfiquista, mas o que não é de certeza é um bom, já nem digo grande, presidente. São muitos erros e graves alguns deles e não há certezas de que o homem possa mudar futuramente, pelo que só há um caminho a seguir que é a substituição desta direcção. E deveria ser antes da próxima época, atenção.

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  7. MIKE JACO5.6.25

    Não ajuizo as competências de presidentes pela volatilidade e subjectividade dos resultados desportivos. Fazê-lo é avalizar um sistema corrupto, de guerra aberta ao Benfica, de viciação de resultados implementado há 50 anos.
    Qualquer candidato que acuse Rui Costa de pouco ganhar e não coloque a acusação no devido contexto, viciação de resultados, roubos sucessivos e provados nos últimos 5 anos é um candadidato desonesto que deve ser recusado pelos Benfiquistas sérios. Serão a maioria.

    Todos comentem erros. Borges Coutinho, Ferreira Queimado, João Santos e Jorge de Brito não falo porque não sei.
    Sobre F. Martins sei, de fonte familiar, que a aproximação ao mostrengo, foi devido ao facto de andar muitos anos à espera de licença para construir um hotel no Porto. Conseguiu por fim.
    Sobre Damásio sei muita coisa, até porque vivia perto.
    Tão mau como V. e Azevedo. Comandado pela “esposa”, a sua “handler”, queria enriquecer. Desonesto e incompetente, sem nível nem moral para liderar qualquer empresa. Gente ordinária.

    Vilarinho, sério e honesto, fez o que pôde com o pouco que tinha. Teve o mérito, que foi muitíssimo, de ir buscar aquele que foi de longe, e sem margem para dúvidas, o melhor presidente que o Benfica teve nos últimos, pelo menos, 50 anos.

    LFV foi o melhor presidente. Rapidamente, percebeu o que se passava. Lutar de frente com mostrengos era perda de tempo. Virou-se para dentro, um “case study” que pode ser usado em escolas de gestão, começando por baixo, mobilizando e “weaponizando” a força social dos adeptos e, com a sua pouco comum intuição e visão, levantou o clube do verdadeiro buraco, um novo estádio, a melhor formação do mundo, para em poucos anos se tornar, de longe, o melhor clube português e um dos melhores do mundo, reconhecido por todos. Num país minúsculo, gerido por “minions” invejosos e criminosos.

    Quando as elites corruptas perceberam, sentiram-se humilhados, juraram vingança, nunca pensaram que um 4ª classe lhes desse lições de gestão, liderança e visão. Copiando o que fazem no estrangeiro, acionaram os esbirros nas instâncias desportivas, media, justiça e governo, deixando o Benfica, com 60% de apoio dos portugueses, fora das decisões de poder relegando-o para 2º plano.
    Sem o conseguir destruir, criam uma série de casos e, com cumplicidade dos media e “braços de ferro” na justiça, as Elites fazem dele “bode expiatório” pelas humilhões sofridas, obrigando-o a deixar o cargo, humilhado e vilipendiado pelos fariseus e por alguns adeptos estupidificados.

    Lembro os “casos” Mala Ciao, Emails, Saco Azul, Caso Centeno, Caso Lex, Vouchers, E-toupeira, mantidos de propósito em banho maria nos media e na Justiça para ir minando o clube, a imagem, os dirigentes, alimentando a ira dos adeptos mais burros.

    Entretanto, os adeptos vingam-se, fazendo jus ao slogan, “E Pluribus Unum”, tornam-o no maior clube do mundo.
    Impotentes, enraivecidos, usam por fim o crime em público, na TV, para roubarem competições viciadas na ilegalidade, através de agentes corruptos e criminosos.

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  8. O Luís Fialho, tem via verde ou teve nos corredores da Luz, por isso é perfeitamente natural que defenda esta direção já com a anterior fazia o mesmo. posso estar enganado mas acho que quando havia debates na Benfica, ele entrava nas debates que o clube promovia.

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    1. Não tenho nenhuma via verde nos corredores da Luz. Tenho, sim, um Red Pass nas bancadas.
      Nunca participei em debates eleitorais ou afins. Fui várias vezes à BTV, nomeadamente na sua fase inicial, antes de ser Premium, e sem auferir um cêntimo, mas sempre falar sobre os jogos (pré-match ou pós-match), ou sobre a história do Benfica (por exemplo no programa Vitórias e Património, que aconselho a todos). Nunca para defender qualquer presidente ou candidato.

      Quem sofre pelo Benfica, como eu, e tem oportunidade de ter voz (nessa altura na BTV, agora apenas no jornal), deve ter também um elevado sentido de responsabilidade, pois está de alguma forma a falar em nome do clube. Ou pelo menos, corre o risco de ser entendido como tal.
      Nessa medida, apelar à união, apelar à serenidade na hora da derrota, não é defender um presidente. É defender o clube.
      Sempre tive esse cuidado. Nunca me pagaram para isso, nem preciso: faço-o por puro benfiquismo. Por entender que a instabilidade não traz vitórias, e que as direcções devem ser avaliadas apenas no fim dos mandatos, assim como os treinadores o devem ser apenas no fim das épocas.
      Ou alguém de vós, tendo oportunidade de ir à BTV, a aproveitava para desancar no presidente, na direcção, no treinador e nos jogadores? Claro que não. Assim não estariam a servir o clube.

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  9. Padre Felício5.6.25

    Aí temos outro momento divinal: derrota em casa com o Hóquei de Barcelos.
    Pede-se nova dissertação sobre o erro. Agora, só se tem de ir ganhar a Barcelos e trazer o quinto para a Luz. Isto, falando de uma equipa paga a peso de ouro, diamante, platina.
    Error...

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    1. Sim. Temos de ganhar em Barcelos para ir à final. Temos também de ganhar ao Braga para ir à de Futsal. Já estamos na final do Basquetebol com o FC Porto. Perdemos a do Voleibol depois de quatro títulos seguidos.
      Ou seja, podemos estar nas finais de todos os playoff. E tenho a esperança de vencer uma ou duas delas.

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  10. quantos anos esteve lá o borges coutinho, quantos anos o ferreira queimado, quando o fernando martins, quantos o joão santos, quantos o jorge de brito, o damasio, o vale, o manuel damasio.
    e quantos anos esteve lá o mais melhor bom presidente do mundo e arredores, pois e hoje é que existem exigentes e sempre a seguir o ruído.

    se o rui fosse competente não era preciso tanta coisa para o justificar, alias não eram precisos dois post seguidos.
    isto é mais a dissertação sobre a incompetência, um exercício digno de um qualquer ministro da propaganda.
    tanto assim é que andaram dois anos aqui a dizer que o kokçu era igual ao cabral e o trubin era pior que o odysseas agora já são excelentes contratações.
    isto esta bom é para os quiropraticos.

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    1. Podemos mudar de opinião sobre certos jogadores, ou não? Também critiquei o Carreras, assim como enalteci o Prestianni. A realidade muda. Quanto ao Kokçu, continuo a pensar que não justifica o facto de ter sido o jogador mais caro da história do futebol português. Apesar disso, não posso dizer que seja um mau jogador. Do Trubin não me lembro de ter sido crítico. Sim, de achar que a saída do Odysseas foi muito mal conduzida, e que a sua carreira no Benfica nunca foi devidamente valorizada. Era um bom guarda-redes. Acredito que houvesse factores extra-desportivos que levassem vários treinadores, no Benfica e depois, a não apostarem muito nele. Foi campeão duas vezes. Até agora, infelizmente, o Trubin não foi nenhuma - embora seja um excelente guarda-redes.

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    2. "Quanto a guarda-redes, já não há nada a fazer: é aguentar Trubin." pois devo ter sido eu a dizer isto e coisas do género como estar na listas de dispensas para esta época.

      curioso pelos vistos só não muda de opinião é sobre presidentes em exercício.

      "Foi campeão duas vezes" convém alguma coerência ainda há dois posts atrás falou que o preuhomme não foi campeão vez nenhuma em resposta a uma coisa idêntica.

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  11. Obrigado pela atenção que dá ao blogue. Espero poder corresponder.
    De facto, Odysseas foi campeão duas vezes. E quanto a mim, não tinha saído na altura em que saiu. Como disse, poderá haver aspectos extra desportivos a determinar isso.
    De facto, o Preud'Homme não foi campeão. E era muito melhor que Odysseas e Trubin.
    Quanto ao ucraniano. revelou uma grande evolução esta época. Na época passada cometeu mais erros do que Odysseas em dois ou três anos.
    Lamento, mas ainda não consigo adivinhar a evolução futura das contratações. Talvez por isso, compreenda a dificuldade que é dirigir um clube.
    As minhas opiniões ficam escritas. E muitas delas são erradas. Como as de qualquer pessoa.

    Sobre presidentes também mudo. Provavelmente não teria votado em Vieira em 2020 se soubesse o que aconteceria a seguir.
    Mas ...não sabia. E não serei talvez tão perspicaz como os meus amigos que adivinham o futuro e como tal sabem perfeitamente que o presente é sempre catastrófico.

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    1. continua sem perceber que não é preciso poderes adivinhatórios para se saber que se tem de mudar de faixa quando um camião vem na nossa direção.
      existe quem prefira ficar à espera que seja o camião a tomar a decisão de se desviar.

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