VENDER: Carcela e Talisca
EMPRESTAR: Zlobin, Mandava, Kalaica, Marçal, Celis, Benitez, J.Carvalho, J.Teixeira, R.Fonte, Sponijc, D.Gonçalves e Jovic
COMPRAR: Médio-ofensivo
e...fechar plantel para o Tetra!
PLANTEL (25):
J.César, Ederson e P.Lopes;
A.Almeida, Lindelof, Jardel, Eliseu, N.Semedo, Luisão, Lisandro e Grimaldo;
Fejsa, Salvio, médio-ofensivo, Cervi, Samaris, Pizzi, Horta, Carrillo, Danilo e Zivkovic;
Jonas, Mitroglou, Jimenez e Guedes.
"O futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais do que isso !" BILL SHANKLY
NOVA ORDEM
Para além do saboroso
triunfo português, o Europeu de França deixou duas evidências difíceis de
contrariar.
Em primeiro lugar a de
que o futebol tem uma larga componente de aleatoriedade, muitas vezes negada pelos
analistas (têm de ganhar a vida…), mas que define grande parte das competições
e dos seus vencedores. Há ciência na preparação dos atletas, na organização das
equipas e no estudo dos adversários, mas, entre conjuntos equilibrados, tudo o
resto é…sorte. Por muito que nos possa ser útil teorizar acerca da superior
capacidade dos nossos jogadores, a verdade é que se aquela bola de Gignac, aos
91 minutos, se tem aconchegado dois centímetros mais para dentro, estaríamos agora
a lamentar mais uma desilusão portuguesa. Isto é válido para a final, para os
penáltis contra a Polónia, mas também para o Alemanha-França, para a fase de
grupos, para …tudo.
Outra evidência é a de
que jogar bonito, jogar ao ataque, empolgar plateias, não interessa
absolutamente nada. Para os puristas do jogo belo isto é um drama. Mas de entre
as várias formas de ganhar finais, o realismo e a contenção parecem ser as
preferidas das principais equipas do futebol internacional. É uma tendência que
se nota desde 1982, mas talvez nunca como neste Europeu ela tenha estado tão
patente.
Aliás, o desporto vive
actualmente com um grave problema da falta de espectacularidade, que a médio
prazo o poderá matar. Nota-se no Tour de França, na Fórmula 1, no Ténis, e na
generalidade das modalidades, onde o dinheiro abunda na mesma proporção em que
o risco escasseia.
Seja como for, aqui fica
mais um …Viva Portugal!
PARA A ETERNIDADE!
Se, depois de uma fase
de grupos insípida, e de uma qualificação sofrida, alguém me dissesse que
Portugal ia ser Campeão da Europa, diante da anfitriã, sem Cristiano Ronaldo, e
com Eder a marcar o golo da vitória, provavelmente teria soltado uma
gargalhada.
Sim. Era um dos que
não acreditava. Era um dos que duvidava das capacidades da equipa, e das
possibilidades de êxito num Europeu onde França, Alemanha, Itália, Espanha,
Bélgica e Inglaterra se apresentavam com grandes ambições. Era um dos que
pensava que o optimismo do seleccionador era excessivo, ou até romântico.
Mas o futebol é assim
mesmo, e é por ser imprevisível, irracional e caprichoso que o seguimos com
tanta paixão.
Há que reconhecer que
a sorte bafejou Portugal. Quer na final, quer no trajecto até lá chegar. Mas tem
de se dizer também que a equipa nacional soube aproveitar essa dose de fortuna
com humildade e com competência. Soube interpretar muito bem as suas forças e
fraquezas, potenciando as primeiras, e disfarçando as segundas. Cresceu ao
longo da prova, mudando quando tinha de mudar. Demonstrou união, solidez e uma
confiança à prova de bala. Mereceu entrar para a história.
Num país pequeno e
periférico como o nosso, este triunfo é algo de extraordinário, e,
provavelmente, irrepetível. E prova que o nosso futebol – tantas vezes
vilipendiado e mal-tratado por cá – é um dos grandes agentes do orgulho
português no exterior. Que felizes devem estar os nossos emigrantes,
particularmente os que vivem em França! Eles, mais do que ninguém, mereceram este
triunfo.
Obrigado Fernando
Santos!
Obrigado Selecção
Nacional!
O TETRA COMEÇA AQUI
O Campeonato da Europa
tem dispersado as atenções, mas a nova temporada clubista está aí, e o mercado
continua a girar.
No Seixal trabalha-se
no duro, enquanto os adeptos se mantêm na esperança de que o plantel campeão não
sofra mais mexidas. No news, good news…
Para já, ficámos sem
Renato Sanches e Nico Gaitán, duas saídas inevitáveis que não serão fáceis de
suprir. De entrada estão Carrillo, Cervi, Celis, André Horta, Kalaika, Benitez
e, ao que parece, Zivkovic. Alguns deles de qualidade acima de suspeita.
Outros, apostas de futuro.
Por agora, talvez
falte apenas um substituto directo para Renato Sanches, pois tanto quanto
conheço dos reforços anunciados, nenhum preenche essas características. De
resto, mantendo-se a base titular, a equipa ficará muito forte, e tem tudo para
enfrentar a luta pelo 36º título com optimismo.
Na baliza não parece
haver alterações. Na defesa, seria importante manter o quarteto base da
temporada passada, nomeadamente a dupla de centrais rápida e forte no jogo
aéreo. No centro do terreno, haverá necessariamente mudanças, devido às saídas
acima mencionadas, mas homens como Fejsa, Pizzi, Samaris, Salvio ou Gonçalo
Guedes serão o fio condutor capaz de enquadrar os novos recrutas. No ataque, certos
que estão Mitroglou e Jimenez, seria determinante manter Jonas, pois não é
fácil encontrar no mercado alguém que marque quase 70 golos em dois anos, e que
assuma tanta preponderância na manobra ofensiva da equipa.
Além da valia técnica
dos jogadores, há que preservar o espírito que levou ao Tri. E com estes
jogadores, sabemos que contamos com entrega total.