O que está escrito atrás, escrito está. E não será um jogo bem
conseguido a alterar uma opinião construída ao longo dos últimos meses.
Deus queira que os jogos bem conseguidos venham para ficar, e me
obriguem a engolir tudo o que disse antes. Ninguém mais do que eu ficaria
satisfeito com isso. Adoro ver o meu pessimismo desmentido por circunstâncias
positivas, e quando toca a paixões, ainda mais.
Se fosse necessário escrever artigos duros para a equipa ganhar, se
houvesse algum nexo de causalidade entre uma coisa e outra, certamente teriam
aqui veneno todas as semanas.
Faz agora sensivelmente dois anos, escrevi um artigo muito crítico
para com Rui Vitória, então acabado de chegar ao clube – com a entrada em falso
de que todos se recordam. A dada altura percebi que esse texto perdera
actualidade e pertinência. E achei melhor retirá-lo, num sinal de união que era
necessário dar. A equipa arrancou para uma série de 25 vitórias em 26 jogos,
bateu o recorde de pontos, e sagrou-se tri-campeã, naquele que foi,
provavelmente, o título mais saboroso da minha vida.
O que eu gostava de ver o caso repetido…
Posto isto, direi que o jogo de ontem correu demasiado bem para tirar
grandes conclusões. O adversário, que só ainda venceu dois jogos neste
campeonato, e que já chegava desfalcado, cedo ficou reduzido a dez, viu saírem dois
jogadores lesionados, e cometeu erros próprios de uma equipa cheia de problemas
internos. O Benfica marcou a abrir o jogo, a fechar a primeira parte, a abrir a
segunda, e nos descontos. Quase tudo saiu bem, e, diga-se em nome da justiça, os
encarnados também fizeram por isso.
Se alguma coisa ficou demonstrada foi a clara vontade dos jogadores do
Benfica em darem resposta a uma situação menos positiva. Viu-se vivacidade,
empenho e, a dada altura, até alegria. Grandes golos, grandes exibições
individuais, e muitas promessas para as próximas jornadas, e em particular,
para a próxima jornada.
O onze base, por agora, terá de ser aquele. Diogo Gonçalves ainda não
tem a maturidade de Cervi, e na baliza Bruno Varela merece mais uma
oportunidade. Na defesa, um Jardel normal oferece garantias. E no meio,
Krovinovic é indispensável (como bem se viu ontem, e também em…Moscovo).
Na sexta-feira sim, um teste a doer. Com um resultado positivo prometo
desde já apagar o post anterior a este. É daqueles jogos que podem virar uma
temporada do avesso. Oxalá aconteça.
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