BENFICA-RIO AVE
O único caso a justificar análise nesta partida é o do suposto fora-de-jogo de Nolito no lance do seu primeiro golo.
Não creio que, estando os pés do jogador em linha, a cintura do jogador em linha, e porventura apenas um ombro em situação de fora-de-jogo (os braços não contam), e estando ele no lado oposto do campo ao do fiscal-de-linha, encoberto por três ou quatro jogadores do Rio Ave, possamos considerar estar perante um erro. Não é humanamente possível ter qualquer certeza sobre um lance daqueles em movimento rápido, e a regra deve ser beneficiar quem ataca. Até porque, se despirmos as camisolas, e virmos a coisa no abstracto, torna-se absurdo imaginar que exista qualquer vantagem adicional para o atacante que parte de um fora-de-jogo de milímetros. E o espírito da lei é justamente impedir essa vantagem.
Isto é válido aqui, como, por exemplo, também em Barcelos, onde o mesmo jogador teve uma situação semelhante, na altura muito criticada. Desta vez, o resultado não deixa margem a grande polémica, mas o princípio é o mesmo. Foras-de-jogo? Só quando existe certeza absoluta, e em lances como este tal não acontece.
Resultado real: 5-1 (mas quem quiser 4-1, que se sirva à vontade)
FC PORTO-MARÍTIMO
Apenas vi os últimos 15 minutos de jogo, e quando ouvi falar num penálti escandaloso sobre Belluschi, pensei tratar-se de uma rasteira violenta, um empurrão flagrante pelas costas, pensei, enfim, que tivesse acontecido algo parecido com uma dupla falta de Álvaro Pereira, no ano passado, em Vila do Conde, com um dos vários cortes com a mão de Rolando, em toda essa mesma temporada, ou com uma falta do mesmo Belluschi, não sancionada, no jogo com o Feirense.
Afinal, trata-se de um lance que só a repetição televisiva esclarece. Há um choque entre um jogador forte e um jogador frágil, e este cai espalhafatosamente. Aceito que seja penálti, mas erros daqueles têm existido às dúzias, muitos deles favorecendo o FC Porto, ou penalizando o Benfica. Erro? Sim. Escândalo? Nem pensar!
O mais curioso é que este tipo de situações ocorre quase sempre em vitórias do FC Porto. É muito, mas mesmo muito raro, vermos aquele clube perder pontos por via de erros de arbitragem, ao contrário do que acontece frequentemente com os seus rivais.
E Pinto da Costa, que há poucos anos recebia árbitros em casa nas vésperas dos jogos, e que pagava prostitutas aos mesmos após os jogos, devia, em nome do pudor, calar-se sobre o tema para o resto da sua vida. Vergonha, já sabemos que não tem. Mas não queira fazer-nos de idiotas.
Até porque o primeiro cartão amarelo a Roberge deixa também algumas dúvidas.
Resultado real: 3-0
ACADÉMICA-SPORTING
Daquilo que vi, dois lances justificam referência: uma alegada falta sobre Insua na área, e uma entrada violenta do mesmo jogador que justificaria expulsão.
No primeiro caso, não creio que haja motivo para penálti. É um lance dividido, o argentino cai, sem me parecer que exista intenção deliberada de o derrubar. Eu não marcaria, embora aceitasse decisão contrária.
A carga violenta do mesmo jogador não deixa dúvidas, e seria razão para explusão. Aqui sim, trata-se de um erro incompreensível do juiz da partida.
Sobre a expulsão de Elias, nada há a dizer. E também não creio que devamos embarcar em preciosismos no caso do lançamento que origina o golo do Sporting (efectuado cerca de vinte metros antes do local indicado) - ainda que se trate de uma situação irregular, que a passar-se com o Benfica teria sido certamente objecto de grande polémica.
Resultado real: 1-1
CLASSIFICAÇÃO REAL
BENFICA 35 (prejudicado em Braga)
FC Porto 33 (sem prejuízo ou benefício líquido)
Sporting 31 (prejudicado nas primeiras jornadas)
Etiquetas: real 11-12