Não fosse o facto de se saber que, nesta altura, a prioridade é recuperar os índices físicos de jogadores, desgastados por uma longa temporada, e bem se poderia dizer que a selecção nacional estaria a sentir fortemente o peso da atmosfera alentejana, tal a tranquilidade quase sonolenta com que decorreu a sessão de treino de ontem à tarde no novo complexo desportivo de Évora.
Numa sessão de cerca de hora e meia (como mandam os cânones) em que Scolari foi praticamente mais um dos espectadores, os jogadores começaram por fazer um breve exercício de aquecimento, dois a dois, com trocas de bola (guarda-redes à parte, trabalhando com Brassard), perante a observação de Darlan Schneider, e do lado oposto à bancada onde se encontravam espectadores e imprensa.
Desde logo se notaram quatro ausências. Bruno Vale ainda nos sub-21, Nuno Gomes e Boa Morte que permaneceram no hotel, e Petit, que apareceria mais tarde mas apenas para fazer corrida à volta do relvado, e durante a qual, a cada vez que passava perto da bancada onde estavam os convidados era brindado com manifestações de grande entusiasmo e apoio.
De seguida procedeu-se à constituição de três equipas (coletes verdes, vermelhos e azuis), que jogaram entre si períodos de dez minutos em metade do campo, orientados por Flávio Murtosa, e só com um guarda redes. Pretendia-se, suponho, trabalhar a circulação de bola, o processo defensivo e a saída em transição ofensiva sob pressão.
Nestas peladinhas ocorreram três golos, um de Nuno Valente (numa incrível falha de Ricardo), um de Cristiano Ronaldo e o outro de Deco (estes já com Quim na baliza).
Assistiram-se a alguns lances agradáveis, mas a tonalidade geral foi de grande lentidão e muito pouca agressividade.
Num treino tão calmo, a maioria do tempo só poderia mesmo ser passada com a bola parada.
Numa das balizas foram trabalhados os livres directos e na outra os pontapés de canto (depois de na véspera terem sido abundantemente exercitadas as grandes penalidades).
Na baliza dos livres foi colocada uma barreira de bonecos e Simão, Deco e Hugo Viana (depois também Figo) testaram a colocação dos seus remates perante Ricardo (e depois Quim). O mais concretizador acabou por ser Deco, seguido de Simão. Ricardo pôde aí redimir-se da falha que teve durante a peladinha e realizou duas fantásticas intervenções. Um reparo apenas: não sei se por alguma razão específica mas os bonecos eram da altura de Simão Sabrosa e, obviamente, não saltavam...
Do outro lado, e ao mesmo tempo, Figo (depois também Deco e Simão) marcava pontapés de canto para a área onde se encontravam Costinha, Cristiano Ronaldo, Ricardo Costa, Postiga, Pauleta e Fernando Meira, que tentavam cabecear para a baliza (directamente ou em dois toques). Apenas pude testemunhar um golo (de Ronaldo), pois quer Quim, quer depois Ricardo chegavam frequentemente primeiro à bola, e quando o não conseguiam fazer, a pontaria também não era a mais afinada.
Os jogadores que sobraram destes grupos permaneciam entretanto num dos cantos do relvado a jogar uma espécie de fut-volei, onde se notava a boa disposição reinante, com constantes e sonoras gargalhadas.
O treino terminou com Cristiano Ronaldo - que já havia sido o primeiro a entrar no relvado, e a deliciar os presentes com alguns toques de mágica como só ele sabe - sozinho a exercitar livres a maior distância da baliza, nos quais Quim pouco necessitou de fazer para evitar golos tal a desinspiração do jovem avançado.
E lá saíram todos, saudando os presentes, tomando o autocarro para mais um banho de multidão pela cidade a caminho do hotel.
Na quarta feira VEDETA DA BOLA voltará a presenciar o treino da selecção nacional, e na quinta contar-lhe-á, mais uma vez, tudo o que viu.
Por agora, segue a animação numa cidade que tem a selecção nacional a estagiar (para além da equipa de Cabo Verde, que também já chegou a Évora, para uma semana noutro dos bons hotéis da cidade), a queima das fitas a decorrer (muito perto do centro de estágio da selecção), para além de, neste fim de semana, ter tido ainda jogos decisivos da terceira divisão (o Lusitano lutava pela subida), e uma das mais prestigiadas corridas de toiros da temporada tauromáquica nacional. Assim se compreende também que, além do trânsito me ter feito demorar quase de uma hora a fazer cerca de 4 km, bem atrás de mim no treino, duas figuras bem conhecidas da televisão portuguesa discutissem qual dos dois se tinha deitado mais tarde na noite anterior.
Ah este Alentejo...este Alentejo...
Tinha esperança que conseguisses uma entrevistazinha...
ResponderEliminarOs contactos com a comunicação social estão limitados à conferência de imprensa diária.
ResponderEliminarDe resto não há declarações nenhumas para ninguém, nem para os jornais desportivos ou televisões, quanto mais para mim...
Ainda bem que estás a gostar de Évora
ResponderEliminarSempre adorei Évora :)
ResponderEliminarNice colors. Keep up the good work. thnx!
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